domingo, 29 de dezembro de 2013

TRÉPLICA À RÉPLICA DO CATÓLICO

NILTON FONTES

Por,



Pr. Joel Santana



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08 de março de 2008

SUMÁRIO






INTRODUÇÃO


       Recentemente, o Pastor Paulo Cesar Pimentel, presidente do CPR – Centro de Pesquisas Religiosas - , incumbiu-me de elaborar uma tréplica à réplica de um senhor que se identificou como Nilton Fontes. Este ousara pronunciar contra um panfleto evangélico, disponibilizado no site do CPR, o qual denuncia os desvios doutrinários dos quais originaram a Igreja Católica, bem como outras sucessivas inovações que, no decorrer dos séculos lhe foram inseridas, configurando-lhe a forma atual.
       O autor do dito panfleto, não só catalogou os referidos desvios que constituem o Catolicismo, mas também os enumerou em ordem cronológica.
       O referido apologista católico reivindicou extrajudicialmente, o seu “direito” de resposta, sugerindo, inclusive, que seu texto seja exibido ao lado do sobredito folheto evangélico. Dessa excelente idéia, nasceu outra nada menos brilhante, que é pospor nossas tréplicas às réplicas do senhor Fontes, já que estas não nos soaram convincentes.
       Que a Igreja Católica tem sua gênese no paganismo, e sua atual conjuntura nas amiúdes inovações que lhe foram inseridas através dos séculos, é algo que me parece tão claro, que me maravilho, quando vejo um católico intentando provar o contrário disso. Paralelamente, pois, sinto desejo de não contraditar tais disparates, considerando que tentar demover de seu erro, a quem não consiga ver o óbvio, é malhar em ferro frio. Mas, por amor a esses infelizes, assim como às suas vítimas (afinal, creio que o Espírito Santo é poderoso para arrancá-los desse labirinto em que se meteram), às vezes topo alguns desafios. Desta vez, porém, tenho um motivo a mais: o pedido vem de um amigo do peito, acima identificado. Ora, um pedido desses, é uma ordem. Estas linhas são, pois, o resultado do meu assentimento à solicitação do amado e respeitável companheiro -- Pr. Paulo.
      Mas antes de dar por encerrado este prólogo, e lançar mão à composição do corpo central deste trabalho, acho convenientes mais estas informações:

I) Divido o texto do Sr. Nilton Fontes, em diversas partes, às quais intitulo de SEÇÕES

II) para facilitar a compreensão do presente colóquio, além de dar ao texto do Sr. Fontes a coloração azul, pintarei de vermelho as suas palavras mais intrépidas;

III) tudo que for de minha lavra, receberá a cor preta;

IV) pretendo ser imparcial, não acobertando os equívocos do autor do panfleto em questão, se nalgum ponto ele me parecer inexato; nem tampouco quero refutar o oponente católico, sem que haja um bom motivo. Justiça seja feita. Aliás, o que me move a ponderar as refutações do senhor Fontes, não é uma mera paixão doentia e cega pelo Protestantismo; antes aspiro que Deus transforme esse defensor da Santa Sé, em um apologista da Santa Fé;

V) o que vem à baila nesta polêmica, não é se as datas fornecidas pelo autor do panfleto são ou não precisas, mas sim, se as doutrinas católicas questionadas pelo folheto em apreço, faziam ou não parte do patrimônio original. Se o senhor Fontes conseguir provar que as crenças incomuns entre a Igreja Católica e as igrejas evangélicas, constam do Novo Testamento, darei as mãos à palmatória. E, dependendo da relevância da questão em pauta, converter-me-ei ao Catolicismo. Todavia, se ele não chegar a tanto, será notificado e advertido.
       Pequenas diferenças sobre datas, é questão irrelevante demais para merecer um debate teológico. Os familiarizados com a leitura dos compêndios de história sabem que estes, longe de convergirem em tudo, destoam não só sobre datas, mas também sobre fatos (darei provas disso ainda nesta INTRODUÇÃO). Sim, é quase impossível não haver controvérsias sobre datas. Por isso eu, no meu livro Análise Bíblica do Catolicismo Romano (3ª edição por publicar), disponível de graça no site www.pastorjoel.com.br, logo após tomar a liberdade de inserir no primeiro capítulo, parte de um folheto evangélico que também cataloga cronologicamente as inovações que caracterizam o Catolicismo, fiz constar o seguinte:

“Se o leitor é bom observador, certamente notou que há duas datas diferentes para o início das procissões do chamado S. Sacramento: 1311 e 1360. Desconheço o porquê disso, mas o texto não é de minha autoria e tive, por isso, que ser fiel copista. Talvez deva-se isso a uma iniciativa pacata datada de 1311, interrompida em seguida, vindo a reiniciar com vigor, pompa e permanência a partir de 1360. Ademais, não é raro encontrarmos divergências entre os autores sobre datas e fatos históricos, como veremos abaixo quanto à oficialização do Cristianismo por parte do Império Romano. Talvez em conseqüência disso, o autor deste panfleto tenha encontrado duas datas distintas e optado por registrar as duas, sem maiores detalhes, devido a exigüidade de espaço. Seja como for, é importante sabermos que estas datas não são exatas, mas aproximadas, e que há variantes entre as mesmas. Pelo menos é o que encontrei nos livros que registram a ordem cronológica das heresias católicas. Além disso (como veremos mais adiante), muitos historiadores, por não saberem a diferença que há entre doutrina e dogma (ou artigo de fé) na conceituação católica, tomam por base a data em que uma doutrina virou dogma, como sendo o ano da criação de tal doutrina. Isso também tem trazido não pouca confusão. Vale, pois, copiar aqui as palavras de um erudito Pastor assembleiano, o qual, após exarar uma cronologia das heresias que caracterizam o Catolicismo, observou: ‘Vale salientar que alguns dos dados aqui registrados são apenas aproximados, pois muitas e muitas vezes, as doutrinas eram discutidas, algumas durante séculos, antes de serem finalmente aceitas e promulgadas como artigo de fé, ou dogmas’ (OLIVEIRA, Raimundo F. de. Rio de Janeiro: CPAD _ Casa publicadora das Assembléias de Deus, 9 ed. 1994, p. 18).
       “Entre outras, uma afirmação que não me parece bem respaldada no panfleto em questão (Nota: Não me refiro aqui ao panfleto refutado pelo senhor Fontes, e sim, ao folheto do qual fiz as transcrições constantes do meu livro Análise Bíblica do catolicismo Romano) é quanto ao ano do estabelecimento da Inquisição. Parece-me mais seguro, não datá-la do ano 1229 e 1232, mas sim, do ano 1183, quando do Concílio de Verona (veja a prova em 12.8. item ‘c’ [Nota: Refiro-me aqui ao capítulo XII do meu sobredito livro, Análise Bíblica do Catolicismo Romano]).

                                                                     * * *

NOTAS:

·               Há controvérsias entre os autores quanto ao trato que Constantino teria dispensado ao Cristianismo. As incoerentes afirmações são mais ou menos assim: a) Foi o Imperador Constantino quem oficializou a religião cristã; b) quem oficializou o Cristianismo foi Teodósio I; c) Constantino favoreceu tanto ao Cristianismo que, praticamente, o oficializou; d) Constantino não privilegiou o Cristianismo; e) Constantino privilegiou o Cristianismo. Veja as provas:

·         ‘O último imperador que reinou sobre todo o império foi Teodósio, que tornou o cristianismo a religião oficial...’ (CASTRO, Therezinha de. História Geral. Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos S.A.,1968, p. 202);

·         ‘...Imperador Constantino, que não só dá liberdade à Igreja, mas a torna religião oficial...’ (apostila elaborada pela Escola Pastoral Catequética da Arquidiocese do Rio de Janeiro – RJ, p. 32);

·         ‘...No governo de Constantino ... o cristianismo tornou-se a religião oficial do Império...’ (Koogan /Houaiss. Dicionário Enciclopédico, Edições Delta, 1993, p. 1500);

·         ‘Constantino não fez do Cristianismo a religião oficial do Império...Coube a Teodósio I...oficializar a religião cristã’ (Pergunte e Responderemos [periódico católico editado sob a supervisão do Padre Dom Estêvão Bettencourt, Ano XLIV, março de 2003, nº 489, p. 136]);

·         ‘Em 312, Constantino apoiou o cristianismo e o fez religião oficial do Império Romano’ (OLIVRIRA, Raimundo Ferreira de. Seitas e Heresias, Um Sinal dos Tempos. Op. cit., p. 14);

·         ‘Em 323, Constantino dominava todo o império romano, e revolucionou a posição do cristianismo em todos os aspectos. Primeiro, proporcionou igualdade de direitos a todas as religiões; depois, passou a fazer ofertas valiosas ao Cristianismo. Isentou-o dos impostos, construiu igrejas e até mesmo sustentou clérigos’ (CABRAL, J.Religiões, Seitas e Heresias. Rio de Janeiro: Universal Produções. 4 ed. 2000, p. 80).

·         ‘...Constantino nem destruiu o paganismo, nem elevou o cristianismo à situação de religião de Estado; mas tirou ao primeiro o seu direito exclusivo e ao segundo os seus entraves. Por esta atitude neutral, deixou livre curso aos acontecimentos ...’ (Chantepie de La Saussaye. História das Religiões. Lisboa/Portugal: Editorial “Inquérito”, L.da, 1940, tradução de Lôbo Villela, p. 818)”.

Nota: Finda-se aqui a cópia do meu referido livro.

F) o leitor certamente notou que quando grafei acima, a palavra direito, usei aspas. Tal se dá porque uma reivindicação dessas, feita pelo senhor Fontes, tem que proceder da instituição católica, na instrumentalidade de alguém por ela credenciado, estatutariamente. Mas, como a solicitação do senhor Fontes é extrajudicial, seu pedido tem sabor de acordo-cavalheiro, por cujo motivo, longe de sofrer nossa impugnação, goza de nossa aquiescência;

G) Com exceção da primeira, todas as Seções são constituídas do seguinte: a) Cópia de uma afirmação constante do folder que o senhor Fontes intenta desbancar (são, ao todo, 41 cópias); b) o parecer do senhor Fontes sobre a dita cópia; c) meu protesto (se ele não me convencer) ao parecer do senhor Fontes. Este protesto (refutação) aparecerá sob o cabeçalho CONSIDERAÇÃO.
                                                                       ***
       Sem mais delongas, mãos à obra:

SEÇÃO I: SOLA SCRIPTURA

       Em primeiro lugar devemos refutar o ERRO CRUCIAL do Protestantismo, chamado "Sola Scriptura", isto é, só a "Bíblia basta".
   - É tão grotesca mentira, que apenas a leitura da Bíblia, já a derruba: Jo 20,30 e Jo 21,25.
E fica ainda mais claro, quando comparamos com outras passagens como a promessa do Paráclito (Jo 14,16.26; 15,26; 16,7.13...) e seu efetivo derramamento (At-2): Para que precisaríamos do Espírito Santo, se tudo já está na Bíblia? O que Ele viria ensinar, se tudo já foi ESCRITO?

 Diferentemente das demais seções, esta está dividida em duas partes: CONSIDERAÇÃO _ A e CONSIDERAÇÃO _ B.

CONSIDERAÇÃO _ A:

I) Nós, os evangélicos, também sabemos que os hagiógrafos não registraram todos os feitos de Jesus. Mas como ficamos sabendo disso? Através do Papa? Não, mas lendo a Bíblia. Ao lermos Jo 20.30; e 21.25, tomamos ciência deste fato. Logo, aqui está o primeiro exemplo de que verdadeiramente a Bíblia supre todas as nossas necessidades. Não nos foi necessário a tal de Tradição, nem tampouco a pronunciação “infalível” de “Sua Santidade” para cientificarmo-nos deste fato, pois até para isso, a Bíblia nos basta;

II) Jo 20. 31 nos diz que o que foi escrito nos basta, pois assevera que “Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vidaem seu nome” (Grifo nosso). Ora, este versículo está dizendo que a Escritura é toda suficiente na tarefa de conduzir vidas a Cristo; o qual, por sua vez, dá aos que a Ele se achegam mediante a Escritura, a desejada vida. Sendo assim, a Bíblia é a Bússola que nos leva à fonte da vida: Cristo;

III) Disse Jesus: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre” (Jo 7.38. Grifo nosso). Como diz o quê?! Escritura?! Sim, Escritura! Ele não disse “como diz o Papa, como diz o Pastor, como diz o Rabino, como diz a Tradição”, como diz o infalível Pedro, etc.;

IV) Disse o apóstolo Paulo: “E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2Tm 3.16-17. ACF: Almeida Corrigida Fiel. Grifo nosso);

V) “A tua divina Escritura goza da mais sublime autoridade depois que aqueles mortais, através de quem no-la dispensaste, encontraram a morte” (AGOSTINHO, Santo. Confissões. São Paulo: Paulus. 17 ed. 2004, p. 413). Não concordo com tudo que Agostinho fez, falou e escreveu; contudo, decidi citá-lo aqui pelas seguintes razões: a) Concordo parcialmente com esta sua afirmação; b) o clero católico o tem em alta estima. “Parcialmente”? Sim, por que segundo At 17. 11, a Escritura goza da mais sublime autoridade, não só “depois que aqueles mortais, através de quem no-la dispensaste, encontraram a morte”, mas também enquanto tais hagiógrafos ainda estavam vivos, atuando como escreventes, na composição do Cânon. Lembre-se que o episódio registrado em At 17. 11, ocorreu quando o Cânon ainda estava por completar; e que o personagem por quem não se guiaram cegamente os tais bereanos, era um hagiógrafo.
       Do exposto até aqui, obviamente está claro que a Bíblia contém tudo quanto um inquiridor sincero necessita saber para viver sabiamente neste mundo, andando em santidade e servindo a Deus, e, por fim, herdar o Céu, livrando-se, conseqüentemente, do Inferno. Portanto, os milagres de Cristo que não foram registrados, nada nos acrescentariam se tivessem sido anotados, visto que os que foram catalogados nas Escrituras, constituem a amostra que o Espírito Santo usa para a salvação das almas sequiosas que choram esperando pela salvação em Cristo;

VI) Será que o senhor Fontes está interpretando acertadamente os versículos por ele citados acima, no intuito de provar que os evangélicos estão equivocados, por repetirem em uníssono a célebre frase protestante "Sola Scriptura"? Bem, eu tenho minha opinião formada. Acho que ele está errado. E ele? Ele tem também sua opinião? Segundo a sua opinião pessoal, eu estou interpretando mal os versículos em lide? Não! O senhor Fontes (como bom católico que parece ser) não ignora que, segundo os poderosos chefões da Igreja Católica, nem mesmo os padres estão autorizados a interpretar a Bíblia. A interpretação da Bíblia é, segundo o clero católico, algo da competência exclusiva do Papa e, por extensão, dos Bispos em comunhão com ele (isto é, que dele não divergem), enquanto assim se mantiverem. Ao discordarem dele, ficam, por isso mesmo, desqualificados para emitir suas opiniões. Deste modo, fica provado que o senhor Fontes não está emitindo o seu parecer pessoal, mas sim, repetindo, como o fazem os papagaios, o que ouviu de seus mentores espirituais. Interpretaram para ele, Jo 20.30; e 21.25; e ele, como fiel à “Santa Madre”, reproduz, tintim por tintim o que lhe foi passado. Ora, para que ouvirmos a opinião de quem não tem opinião? Para que cedermos data venia aos “papagaios”?
      Se o leitor não possui formação teológica, certamente está pensando que estou extrapolando. Mas posso provar não ser este o caso. Senão, vejamos:

O encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus foi confiado exclusivamente ao Magistério da Igreja, ao Papa e aos bispos em comunhão com ele (Catecismo da Igreja Católica. Petrópolis:Vozes. 1993, p. 38. Grifo nosso).

      Uma vez que a interpretação dos Bispos só tem valor enquanto estão em comunhão com o Papa, fica claro que a “opinião” deles só tem “peso” enquanto se portam como vacas de presépio. Ao divergirem dele, ficam logo desqualificados e descredenciados e, portanto, sem moral para questionar “Sua Santidade”. Isso equivale a dizer, que na prática, só o Papa pode interpretar a Bíblia, e que a alegada extensão do mesmo poder aos bispos, não passa de mera parola.
      E como deve reagir o católico, diante da alegação de que os padres, as freiras, os leigos, os pastores evangélicos, etc., não receberam de Deus “O encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus”? Os católicos podem discordar disso e questionar esse embuste? Podem fazer o que os bereanos (At 17.11) e os cristãos de Jerusalém (At 11.1-18) fizeram, examinando à luz das Escrituras e do bom senso, os atos e palavras dos apóstolos Paulo e Pedro (para se certificarem da autenticidade ou não do que eles ensinavam), sem serem tachados de hereges e desobedientes por este gesto tão nobre? O Padre Álvaro Negromonte e todos os clérigos típicos, respondem negativamente a estas perguntas, pois afirmam com todas as letras que o Papa manda tanto quanto Cristo e que, portanto, suas ordens devem ser obedecidas e não discutidas. Senão, vamos às provas:

Primeira prova:

“Um bom católico nunca põe em dúvida a autoridade da Igreja. Antes, procura ser cuidadoso da obediência que lhe deve. Cuidadoso e ufano. Vale a pena obedecer a quem manda com a mesma autoridade de Cristo e faz leis tão sábias.
      “Assistidos pelo Espírito Santo, o papa e os bispos têm uma visão que nos falta nos negócios da Igreja. As suas ordens devem ser obedecidas e não discutidas. Quando nossos pontos de vista não coincidirem, será por deficiência nossa” (NEGROMONTE, Álvaro. O Caminho da Vida. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora. 15 ed. 1957, p. 240. Grifo nosso);

Segunda prova:

“O sacerdote não pode raciocinar por si próprio. Um sacerdote espanhol, M. Garrido Aladama, declarou que se um professor diz a um estudante de seminário que o branco é preto, a palavra do professor deve ser tomada como sagrada, e o aluno deve assumir que a sua própria vista o enganou” (JETER, Hugh P. Será Mesmo Cristão o Catolicismo Romano? Rio de Janeiro: Betel. 2ª impressão, 2000, p. 66);

Terceira prova:

“os clérigos [católicos estão] Proibidos de raciocinar, [e em conseqüência disso] a ignorância tornou-se moléstia geral” (WEISS, Karl. A Igreja que veio de Roma. Rio de Janeiro: Universal Produções. 1 ed. 2000, pp. 128-9, citando La Grande Enciclopedie Française. Colchetes nossos);

4) Temos em nosso poder vários livros católicos, escritos por Padres, como por exemplo, os Padres Luiz Cechinato, Manoel Pinto dos Santos, Vicente Wrosz, Frei Battistini, Dom Estêvão Bettencourt, etc., segundo os quais, ninguém deve ser livre intérprete das Escrituras. E acrescentam que o certo é se deixar guiar incondicionalmente pelo Magistério da Igreja.
                                                               ***
       Talvez o senhor Fontes alegue não ser este o seu caso. Talvez ele diga que raciocinou e tirou sua própria conclusão. Mas senhor Fontes, quem lhe autorizou a fazer isso? Confesse já esse pecado, a saber, o pecado de escrutinar à luz da Bíblia, as declarações de Sua Santidade. Quem és tu, ó Fontes? Só o Magistério da Igreja está habilitado a interpretar a Bíblia corretamente. E toca aos leigos crer nisso, e pronto. Fontes, o senhor está fazendo uma coisa que nem os Padres podem fazer! E agir assim, é pôr em xeque um dos dogmas da Igreja Católica, segundo o qual, a infalibilidade papal, por ser artigo de fé, não está em discussão e tem que ser aceita por todos os fiéis, sob pena de excomunhão. E que, portanto, não se especula se isso é certo ou não, já que é impossível que esteja errado, visto o Papa Pio IX já elevou isso à categoria de dogma, em 1870. E, como o senhor sabe, os dogmas, por serem definidos solenemente (isto é, pronunciados ex-cátedra), são inquestionáveis, visto que, neste caso, é infalível (ou inerrante) aquele que se assenta no trono de São Pedro: o Papa!
       Ah! Desconheço o nível hierárquico do senhor Fontes, dentro do Catolicismo Romano. Talvez ele seja bispo, arcebispo, ou cardeal. Nestes casos, ele também é “infalível”; e, sendo assim, pelo menos enquanto for vaca de presépio, pode também interpretar de maneira “inequívoca” a Palavra de Deus, segundo o Catolicismo. Mas se ele é Padre ou leigo, tem mais é que decorar as palavras de seus mentores, e repeti-las, como o fazem os papagaios.
       O leitor certamente já percebeu que segundo a Igreja Católica, a Bíblia não é a única regra de fé e prática do cristão; e que nós, os evangélicos, discordamos disso. Mas talvez se pergunte: “Em que, então, crêem os católicos”. A resposta é a seguinte: A maioria dos católicos não é praticante, por cujo motivo desconhece o que a Igreja Católica prega. Não é este, porém, o caso do senhor Fontes. Pela qualidade do seu texto em questão, salta à vista que ele é conhecedor das doutrinas católicas; sendo, pois, provável, que se trate de um católico praticante, talvez até um membro do clero. E, como tal, ele sabe que a sua igreja se fundamenta em quatro bases diferentes da base evangélica, as quais são as seguintes:

A) UMA “BÍBLIA” DIFERENTE da dos protestantes. A Bíblia evangélica é mais ou menos 15% menor que a Bíblia católica. Esta contém sete livros incomuns com aquela. Além disso, há acréscimos a dois livros comuns a ambas as Bíblias: O Livro de Ester e O Livro de Daniel. Logo, uma de duas: Ou o Protestantismo subtraiu a Bíblia, ou o Catolicismo adicionou-lhe corpo estranho. E estes dois segmentos trocam recíprocas acusações há séculos sobre esta questão. E agora José? De que lado estará a razão? É possível nós, meros mortais, escrutinar e chegarmos a uma conclusão razoável? Respondo positivamente a esta pergunta, e acrescento que, embora fuja ao escopo deste opúsculo, uma minuciosa abordagem sobre isso, adiante, na SEÇÃO II, exibirei uma prova cabal de que o Espírito Santo não é o autor de IMacabeus. Este é um dos sete livros incomuns às Bíblias que evangélicos e católicos empunham. Seus nomes são: BaruqueEclesiástico (não confundir com Eclesiastes), Judite, I Macabeus, II Macabeus, Sabedoria e Tobias. Entre os evangélicos, estes livros são conhecidos pelo nome deapócrifos. Já os católicos os intitulam de Deuterocanônicos. Estes livros são os que mais geraram polêmicas. Nos séculos IV e V, foram rejeitados por São Jerônimo (que os inseriu na sua tradução [Vulgata Latina] por ordem, e não por iniciativa sua), Santo Agostinho, Atanásio, etc. E entre os anos de 1545 e 1563 transcorreu um concílio católico conhecido por Concílio de Trento. Então se debateu se tais livros eram ou não inspirados por Deus. Então houve prós e contras. Segundo renomados autores, dominicanos e franciscanos se atacaram mutua e grosseiramente, enquanto "conferenciavam" sobre tais livros. O cardeal Pallavacini, em sua História Eclesiástica, nos informa que houve luta corporal (ou como costumamos dizer, quebra-quebra ou pancadaria) em pleno concílio, entre 40 bispos. Destes, suas barbas e batinas levaram a pior. E, neste ambiente altamente espiritual, saturado da glória de Deus (ironizo), mais precisamente em 18 de abril de 1546, os apócrifos em questão foram reconhecidos oficialmente.
       A adulteração da Bíblia pelo clero católico, supre duas necessidades dessa seita: apoiar as heresias que já existiam, e originar outras. Veremos isso na próxima seção.

B) O PAPA, que os impressiona dizendo-lhes que [...] “Cristo dotou os pastores” [ele e os bispos] “de carisma de infalibilidade em matéria de fé e de costumes” (Catecismo da Igreja Católica. Op. cit., p. 255. Grifo nosso);

C) TERROR PSICOLÓGICO. A camisa-de-força da qual se valem os clérigos católicos para manter aprisionados os seus reféns, são os seguintes expedientes: 1) Inculcar nos incautos que a Igreja Católica é a única verdadeira, fora da qual não há salvação para os que sabem disso; 2) que só o Papa, e por extensão os Bispos em comunhão com ele (isso não inclui os Padres), estão habilitados por Deus para interpretar indefectivelmente a Palavra de Deus; 3) que, invariavelmente, o erro está em nós, quando em nossas mentes discordamos de uma pronunciação ex-cátedra do Papa, já que, neste caso, ele é inerrante; 4) que o Papa tem autoridade da parte de Deus, para excomungar os divergentes; e 5) que tais dissidentes excomungados não estão bem, já que se acham fora da única Igreja de Cristo, e, por conseguinte, sem salvação. E isso produz um efeito que só vendo. Há Padres que, por isso, preferem trair a consciência, a opor a esse sistema autoritário. Sim, na ótica de um católico típico, ninguém está à altura de questionar um dogma católico.
       Veja abaixo as provas das afirmações acima:

a) A única Igreja de Cristo é a Católica

“A única Igreja de Cristo ... é aquela que nosso Salvador, depois da sua Ressurreição, entregou a Pedro para apascentar e confiou a ele e aos demais Apóstolos para propagá-la e regê-la... Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo como uma sociedade, subsiste... na Igreja católica, governada pelo sucessor de Pedro [o Papa] e pelos bispos em comunhão com ele” (Catecismo da Igreja Católica. Op. cit., p. 234. Os colchetes são nossos);

 “Se você pertence à única e verdadeira Igreja de Jesus, a Igreja Católica, sinta-se feliz e agradeça a Deus [...]” (BATTISTINI, Frei.:A Igreja do Deus Vivo. Petrópolis: Editora Vozes. 33 ed. 2001, p. 46).

       Numa obra oficial da Igreja Católica, obra esta editada sob o IMPRIMATUR do Monsenhor Aristides Rocha, afirma-se que antes dos protestantes

“existiam apenas católicos romanos, os genuínos cristãos do único e verdadeiro Cristianismo” (Os Erros ou Males principais dos “Crentes” ou protestantes. Manhumirim: Editora O Lutador. 7 ed. p. 4. Grifo nosso).

b) Fora da Igreja Católica não há salvação

      A autoria da epígrafe acima, que constitui o presente tópico, e que pode, com justiça, ser atribuída à cúpula da Igreja Católica, de fato nos declara perdidos, por não seguirmos as suas doutrinas de perdição. Para que se saiba que não estamos caluniando, veja os exemplos abaixo:

       No Catecismo da Igreja Católica já citado, há um texto incoerente, cheio de é mas não é (a saber, ora diz que só os católicos se salvarão, ora diz que os evangélicos e até os adeptos das religiões não cristãs [principalmente os muçulmanos] também serão salvos). O referido texto, para que o dito fique pelo não-dito, “esclarece”, que embora seja necessário ser católico para se salvar, Deus abrirá uma exceção para os religiosos sinceros que ignoram esta verdade. Sim, leitor, nas páginas 232-244 do dito Catecismo, há um comentário autodiscrepante, objetivando provar que a Igreja Católica é necessária para a salvação, do qual pinço o seguinte fragmento:

“Por isso não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja católica foi fundada por Deus através de Jesus Cristo, como instituição necessária, apesar disso não quiserem nela entrar ou então perseverar” (Catecismo da Igreja Católica. Op. cit., p. 244. Grifo nosso [Este texto consta também do Compêndio do Vaticano II]).

      Se realmente a Igreja Católica fosse necessária para a salvação, e se deveras houvesse uma exceção para os que ignoram isso, nós, os evangélicos, certamente não seríamos anistiáveis, visto não sermos inocentes. Veja que no Compêndio do Vaticano II consta textualmente o mesmo que há pouco extraí do Catecismo. Leia:

“Por isso não podem salvar-se aqueles que, SABENDO que a Igreja Católica foi fundada por Deus através de Jesus Cristo, como instituição necessária, apesar disso não quiserem nela entrar ou nela perseverar” (Compêndio do Vaticano II. Petrópolis: Vozes. 29 ed. p. 55. Grifo nosso).

       Ora, se assim é, então os evangélicos que já sabem que a Igreja Católica prega isso, não são meros desinformados, e sim, incrédulos; e, conseqüentemente, a regra nos deve ser aplicada. Mas, como vimos, o dito Catecismo nos “anistia” também. Isso prova que o clero católico morde e assopra concomitantemente. Afinal, culpado ou inocente?

O Padre Francisco Prada, asseverou:

“Ora, o reino de Deus na terra é a sua Igreja Católica. Pedimos que ela seja reconhecida como única representante dele; que desapareçam aquelas que, usurpando tal nome, a perseguem; que os hereges cismáticos e infiéis se voltem para ela como meio de salvação (PRADA, Francisco. Novenário. São Paulo: AM edições. 3 ed., 1996, p. 11, grifo nosso).

Vociferou o Padre Leonel Franca:

[...] “Igreja Católica, [...] único baluarte da força moralúnica tábua de salvação” [...]. (FRANCA, Leonel. Noções de História da Filosofia. Rio de Janeiro: Livraria Agir Editora. 21 ed. 1973, p. 298. Grifo nosso).

       Nesta última cópia, Franca não só questiona o valor espiritual das igrejas evangélicas, mas também põe em xeque a utilidade moral das mesmas. É! Somos não só hereges, mas imorais também.

O Padre Dom Estêvão Bittencourt, visto como um dos maiores teólogos do Catolicismo, asseverou:

“... O Catolicismo é o único caminho para Cristo” (Época, 11/09/2000. Grifo nosso).

       E o Bispo Afonso de Ligório, ou melhor, Santo Afonso de Ligório, deu o tiro de misericórdia:

“[...] perca uma alma a devoção para com Maria e que será senão trevas?... Ai daqueles... que desprezam a luz deste sol, isto é, a devoção a Maria...’’ (LIGÒRIO, Afonso de. Glórias de Maria. Aparecida do Norte: Editora Santuário, p. 82. Grifo nosso).

       Provamos, pois, acima que a Igreja Católica se julga o expediente ordinário de salvação, instituído por Deus; e que os recalcitrantes serão condenados.
       Talvez, a última cópia lhe pareça não tratar deste assunto; entretanto, se o quinhão dos que não são devotos de Maria, não excede aos “ais” e “trevas”, que lhes toca, senão o Inferno?
       Mas, Glórias de Maria é obra oficial da Igreja Católica? Sim, pelas seguintes razões: 1) Seu autor, longe de ser repreendido ou exonerado de seu cargo de Bispo, ou até mesmo excomungado, foi canonizado e elevado a Dr. da Igreja; 2) consta da página 13 do dito livro, que o mesmo foi aprovado pela Igreja Católica; 3) a obra está sendo traduzida para diversos idiomas por até membros do clero, e publicada pelo mundo afora, por editoras católicas; 4) os referidos tradutores e editores do livro em lide, prefaciam-no, recomendando-o com louvor, ao público ledor. Existe cumplicidade superior a esta? Responda a si mesmo.

c) “Não” ao livre exame da Bíblia

       Mostramos agorinha, que o clero católico se opõe ao livre exame da Bíblia. Não é da competência dos Padres e dos leigos, questionar o que vem de seus superiores hierárquicos. Eles(os Padres e os leigos) não receberam de Deus o encargo de interpretar corretamente a Palavra de Deus. Logo, suas conclusões são questionáveis, prega a Igreja Católica. O mesmo, porém, não se dá com o Papa. Este goza de “carisma de infalibilidade em matéria de fé e de costumes”, no que difere de todos nós, meros mortais. Contudo, voltamos a considerar esta questão.
       O livre exame das Escrituras, defendido com ardor pelos protestantes, mas combatido tenazmente pelo clero católico (já vimos isso acima), não inibe, é claro, o surgimento das mais absurdas idéias. Mas Deus sempre nos delegou o livre arbítrio. A liberdade para obedecermos ou não a Deus, nos é outorgada pelo SENHOR desde o Éden. Às Suas criaturas racionais (anjos e homens) Deus concedeu, concede e concederá esta faculdade que tanto nos honra! Quanto ao mau uso que dela faz a maioria dos homens, informamos que Cristo, e nós, os cristãos, lamentamos. Mas, e daí? Podemos impor a ferro ao rubro, nossas crenças? Nem Deus faz isso! E quem somos nós para tolher o homem de um direito que lhe foi dado pelo próprio Deus? Além disso, se, não obstante, teimarmos em mudar esse quadro, de que recurso lançaremos mão, para concretizar esse arrogante empreendimento? Ressuscitar a Santa Inquisição? Ora, já assistimos a esse filme, e nos lembramos do THE END. E saibam os clérigos católicos que ainda existem aqueles que preferem a morte a se submeter aos déspotas.
       Ah! Se todos seguissem ao Papa! Não existisse o maldito livre exame, defendido pelo transviado Lutero e seus cegos discípulos, e as muitas e divergentes seitas protestantes nunca existiriam! Oh! Deus, por que permitiste a extinção da Santa Inquisição?! Senhor, ressuscita-a! Absurdo? Mas equivale a se expressar assim, quando se opõe ao Sola Scriptura e ao livre exame.
       Se não nos guiarmos exclusivamente pela Bíblia, guiar-nos-emos pelos erros de algum herege, seja ele Papa, “reverendo” Moon, Joseph Smith Jr., Ellen G. White, Charles Taze Russell, Kenneth Hagin, Benny Hinn, etc. E é o que muitos fazem. Mas quando Jesus asseverou que as portas do Inferno não prevalecem contra a Sua Igreja, deixou claro que nem todos seriam envolvidos nesse emaranhado do Bicho-Ruim. E, graças a Deus, pertenço ao rol destes felizardos que não se deixam levar pelas heresias de perdição que grassam por toda parte. E se o senhor Fontes também quiser esta maravilhosa graça, bastar-lhe-á enquadrar-se em Jo 7.38; At 17.11, etc. Este proceder não fará dele um inerrante, mas de imediato o salvará dos embustes de sua seita, e por fim, do Inferno.

D) A TAL DE TRADIÇÃO. Trata-se do seguinte: Segundo a Bíblia, muito do que Cristo e os apóstolos falaram, não foi escrito. E, obviamente se perdeu. Paralelamente, crêem os evangélicos, que a Bíblia contém um resumo do que foi ensinado por Jesus e seus apóstolos; resumo este, mais que suficiente para a nossa salvação, como vimos enquanto considerávamos Jo 20. 31; 7.38; 2Tm 3. 15-17. Mas a Igreja Católica prega que o que Cristo falou e não foi escrito, permanece intacto, sob sua custódia, há quase 2000 anos. A isso chamam de Tradição. E essa Tradição, segundo os clérigos católicos, é superior ao que foi escrito, isto é, à Bíblia. Eis a prova: “...Acima da Bíblia está a Tradição, isto é, a pregação de Jesus Cristo que não foi escrita ...” (Os Erros ou Males principais dos “Crentes” ou protestantes. Op. cit., p. 26). Cabe aqui uma curiosa pergunta: Por que as palavras de Cristo, que não foram escritas, valeriam mais do que as que estão registradas na Bíblia? Será que as doutrinas católicas dependem disso para se sustentar? Ou é porque o que se escreve o vento leva, mas o que se fala fica?
      O Catolicismo está enquadrado em Mateus 15.6, onde o Senhor Jesus Cristo diz: “E assim por causa da vossa tradição, invalidastes a Palavra de Deus”.
       Maior informação consta do quarto capítulo do meu livro Análise Bíblica do Catolicismo Romano, disponível no site www.pastorjoel.com.br.

CONSIDERAÇÃO _ B
       Agora passamos a considerar a segunda parte da PRIMEIRA SEÇÃO. Relembro que o Senhor Fontes, imediatamente após afirmar que o sola Escriptura é o erro crucial dos evangélicos, baseou sua tese em passagens bíblicas. Ele citou Jo 20. 30; e 21. 25, que já refutamos acima. Mas ele não parou por aí. Ele citou também algumas das passagens bíblicas que salientam a importância da atuação do Espírito Santo na Igreja. Disse ele: “E fica ainda mais claro, quando comparamos com outras passagens como a promessa do Paráclito (Jo 14,16.26; 15,26; 16,7.13...) e seu efetivo derramamento(At-2): Para que precisaríamos do Espírito Santo, se tudo já está na Bíblia? O que Ele viria ensinar, se tudo já foi ESCRITO?”. Respondendo a essas indagações do senhor Fontes, teço o comentário abaixo:

       Sempre que um evangélico diz que a Bíblia nos basta, não está querendo dizer com isso, que não precisa do Espírito Santo, ou do Pai, ou do Filho, etc.; antes, quer informar que empreende não aceitar como verdade, nada do que dela não for extraído. Que a nossa devoção ao Deus trino de quem tanto carecemos, se orienta exclusivamente pela Bíblia. Isso, e mais nada. Não abrimos mão da atuação do Espírito Santo. Cremos que Ele pode nos ajudar a interpretar a Bíblia que Ele mesmo inspirou, conduzindo-nos a toda a verdade; cremos que Ele nos dá poder para testificarmos de Cristo; cremos que os dons espirituais, tão necessários, procedem Dele, etc. E, paralelamente, cremos que a Bíblia nos basta. Incoerência? De modo nenhum. E só não seria assim, se o que cremos acerca do Espírito Santo, não tivesse sido haurido da Bíblia.
       Talvez o leitor esteja pensando que o senhor Fontes é um péssimo intérprete das Escrituras. Mas relembro-lhe que não é este o caso; antes fosse. Talvez, se ele fosse partidário do que se convencionou chamar de “livre exame” das Escrituras, nunca escreveria algo tão gritante. Talvez (ou certamente?) jamais chegasse a uma conclusão dessas.
       O fato de o Espírito Santo nos ser indispensável, não tem nada a ver com o que o senhor Fontes pretende provar: que os evangélicos se equivocam por se fundamentarem exclusivamente na Bíblia.
       O Espírito Santo nos ensina, mas ensina o quê? Que o sola Scripturae é uma idéia errada? Informo que, raciocinando, cheguei a uma conclusão diferente da do senhor Fontes. Mas, por quê, será, que ao raciocinar, cheguei a uma conclusão diametralmente oposta à do senhor Fontes? Talvez seja por isso mesmo.
       Sola Scripturae (só a Escritura) é um dos pilares da fé evangélica. Os outros dois, igualmente rejeitados pelo Catolicismo, são: Sola fide e sola gratia: Respectivamente: Só a fé, só a graça. SENHOR FONTES, O QUE TEM A VER UMA COISA COM A OUTRA?


SEÇÃO II: SOBRE REZAR PELOS MORTOS

    Agora vamos aos "desvios da romana":
-1. Em 310 foi introduzido a reza pelos defuntos;
-Grande bobagem, se desde o AT já rezavam pelos mortos (2Mc 12,46).

CONSIDERAÇÃO
       É digno de nota, que o senhor Fontes recorre exatamente a um texto que não consta das Bíblias evangélicas. Por que ele fez isso? A resposta é: Ele não dispõe de coisa melhor.IMacabeus IIMacabeus são livros apócrifos, indignos de confiança em termos espirituais. Senão, vamos às considerações abaixo:
       Poucos sabem que em 1546, no Concílio de Trento, o clero católico adicionou à Bíblia sete livros apócrifos. Eles já vinham fazendo isso desde o século IV, contudo, o reconhecimento oficial e definitivo desses livros por parte da Igreja Católica se deu a partir do século XVI.
       A adição dos apócrifos à Bíblia se deu pela seguinte razão: Prover aos padres recursos para “provar” pela “Bíblia” que o Catolicismo é ortodoxo. Por exemplo, 2Macabeus, 12. 40-46 diz que é certo rezar pelas almas dos mortos. E no capítulo 15, versículos 11-16 deste mesmo livro, consta que Onias e Jeremias, depois de mortos, oravam a Deus em prol dos judeus. Ora, uma "Bíblia" assim era tudo que o clero católico precisava. Agora eles estão "preparados" para “provar” que é bíblico rezar pelos mortos, e que estes também rogam por nós junto a Deus.
       Nenhum livro da Bíblia manda rezar pelos mortos; só 2Macabeus o faz. O leitor não desconfia de nada? Ademais, se esse expediente produzisse algum efeito positivo, o tormento eterno para os ímpios deixaria de existir, visto que então esvaziaríamos o Inferno. Talvez, os católicos tentem se defender, dizendo que a religião deles não ensina a rezar pelos que estão no Inferno, mas sim, pelos que estão no purgatório. Porém, caso eles apresentem esse possível argumento, podemos replicar das seguintes maneiras:

A) Se os católicos querem mesmo obedecer o que está escrito no capítulo 12 de 2Macabeus, devem rezar pelos que estão no Inferno, visto que este texto (veja o versículo 40) manda rezar pelos que haviam morrido na idolatria. E, como sabemos, até a “Igreja” Católica afirma que a idolatria é pecado grave que priva da comunhão com Deus e conduz ao Inferno (Cf.: Catecismo da Igreja Católica, # # 57, 1447, 2097, 2112, 2132, 2289, 2380, 2534, 2567 e 2779). (Observação: Diga-se de passagem, que, segundo a Igreja Católica, o culto que ela presta aos santos, não é idolatria, pois cultuam aos santos, não aos deuses).
       Como observei na SEÇÃO I, os apócrifos servem para apoiar as heresias que precederam a sua definitiva aprovação pela Igreja Católica, bem como para originar outras barafundas. Por exemplo, os católicos vêm rezando pelos mortos não é de hoje. Quem já leu o livro Confissões op. cit., sabe que “Santo” Agostinho e sua mãe “Santa” Mônica já rezavam pelos mortos.Macabeus serve, então, para apoiar essa prática antibíblica. Mas, ultimamente os católicos estão rezando pelos que estão no Inferno também. E em que se apóiam? Sei lá. Talvez seja em II Macabeus 12. 40. Ora, a soma deste versículo ao fato de que a Igreja Católica também prega que os idólatras vão para o Inferno, leva à conclusão de que se deve orar pelos que estão no Inferno. Raciocine: Se a igreja Católica também prega que a idolatria conduz ao Inferno, e I Macabeus 12.40 manda rezar pelos que morreram na idolatria, a conclusão de que podemos esvaziar o Inferno, é subseqüente. E os católicos estão mesmo fazendo isso? Sim, estão. Veja a prova: Num panfleto católico, com uma mensagem intitulada “ELE ENXUGARÁ SUAS LÁGRIMAS”, em nosso poder (no qual consta que o mesmo foi publicado “Com aprovação eclesiástica ” e, portanto, obra oficial dessa seita), podemos ler à página 2 a seguinte oração: “Senhor, lembrai-vos de nossos irmãos que morreram na esperança da ressurreição, e de todos aqueles que já partiram deste mundo! Acolhei-os junto de Vós, na luz da vossa face!”(Grifo nosso). Logo, os clérigos católicos estão ensinando a rezar por “todos aqueles que já partiram deste mundo”e isso inclui os que estão no Inferno. Portanto, já não rezam apenas pelos seus correligionários que, segundo pregam, padecem no purgatório. Eles estão intentando esvaziar o Inferno. E, sendo assim, ninguém mais, será condenado eternamente. Todos se salvarão, pois os clérigos católicos dispõem de um expediente póstumo que é tiro e queda.

B) 1 e 2 Macabeus não são a Palavra de Deus e contêm vários equívocos. Uma prova disso é o fato de constar, no último capítulo de 2 Macabeus, um pedido de perdão por possíveis falhas que os leitores viessem a encontrar neste livro. Isto prova a humildade do autor, bem como a falta de inspiração divina. Ora, é claro que Deus não pede perdão. E, para que o leitor veja com seus próprios olhos que as coisas são assim, transcrevo a seguir, de 2Macabeus, último capítulo (capítulo 15), versículos 38 e 39:

“Porei aqui fim à minha narração. E se ela está bem organizada e como convém à história, isso é também o que eu desejo; mas se pelo contrário foi escrita com menos dignidade, deve-se-me perdoar”. (Bíblia de versão católica, traduzida pelo Padre Antônio Pereira de Figueiredo, editada pela Novo Brasil Editora. Grifo nosso).

       Sim, nem o autor de Macabeus acreditava no seu livro.
      A rigor, os apócrifos não foram citados por Jesus e os apóstolos, e a mera citação não seria prova de inspiração divina, salvo se Cristo e os hagiógrafos informassem estar citando a Palavra de Deus, usando termos mais ou menos assim: “Está escrito..., as Escrituras contêm..., assim dizem as Escrituras..., assim diz a Palavra de Deus...”. Portanto, para refutarmos o fato de os clérigos católicos dizerem que os hagiógrafos neotestamentários fizeram uso dos apócrifos na tecelagem do Novo Testamento, não precisamos entrar no mérito dessa questão. Basta perguntarmos aos padres por que não adicionaram à Bíblia o livro apócrifo intitulado A Vida de Enoque, já que Judas o citou nos versículos 14 e 15 do livro de sua autoria, que leva o seu nome?
       Macabeus manda que os vivos orem pelos mortos, e diz que estes rogam por nós junto a Deus. E é aqui que se fundamenta o interagir católico com as almas dos falecidos, onde uma mão lava a outra, numa espécie de toma lá dá cá. Mas, por que será que Noé, Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Josué, Daniel, Jesus, os apóstolos... nunca laçaram mão desses expedientes? Por que eles nunca interagiram com os falecidos? Por que os apóstolos Pedro, Paulo, João... nunca pediram a São Moisés que rogasse por eles? Por que Cristo disse que devemos ir direto ao Pai (Pai nosso que estais no Céu...), e silenciou sobre recorrermos aos mortos? Aliás, podemos dizer até que Cristo não se silenciou sobre invocar os mortos, visto que, se estas Suas palavras sobre oração, tinham por objetivo nos ensinar a orar, qualquer oração que extrapole ao padrão por Ele estabelecido, é uma exorbitância não recomendável aos orantes. Pensem nisso os que ainda pensam.
       Para cada um dos apócrifos, dispomos de sólidos argumentos refutatórios; mas, como por ora não empreendemos exaurir o tema, contentemo-nos com a presente ponderação a II Macabeus. Optei por desbancar esse apócrifo porque, entre outras razões, foi sobre ele que o senhor Fontes construiu sua cidadela em defesa da intercessão pelos mortos, a qual estamos reduzindo a frangalho. Ora, nada melhor que usar a “espada” do próprio “Golias” para “decapitá-lo”.
       Mas, de onde vêm os apócrifos? Resposta: Do mesmo modo que, atualmente, volta e meia aparece um livro, cujo autor se diz inspirado por Deus e, por conseguinte, arrogando a si o direito de fazer seu compêndio figurar entre os livros da Bíblia (O Livro de Mórmon, Pérola de Grande Valor, Doutrina e Convênios, O Princípio Divino, O Grande Conflito, etc.), também, durante a composição do Cânon do Antigo Testamento, livros diversos, de cunho piedosos, eram produzidos pelos mais variados escritores (A diferença, é que os autores dos apócrifos em questão, longe de inserirem seus livros no Cânon, confessavam que não exaravam sob inspiração divina, como já demonstrei, enquanto analisávamos os Macabeus). E, quando no século III a.C., efetuou-se uma tradução do Antigo Testamento para a língua grega, à qual deu-se o título de Septuaginta, traduziram, também, alguns desses livros. Estes, embora até àquele momento, não eram vistos pelo povo de Deus (os judeus fiéis a Jeová) como sendo a Palavra do SENHOR, foram, infelizmente, incorporados à dita versão grega. São ao todo 14 obras: 10 livros e mais 4 acréscimos aos livros de Daniel e Ester.
       Era conveniente que os compositores do Novo Testamento, que o escreveram em Grego, usassem a dita tradução em suas transcrições. E eles o fizeram. Contudo, certamente porque sabiam que tais obras apócrifas não eram inspiradas por Deus, tiveram o cuidado de só copiar dos livros reconhecidamente inspirados. Por não atentar para isso, a Igreja Católica adotou todos os livros da Septuaginta. E no Concílio de Trento, debateram sobre esse fato, que há séculos dividia as opiniões das próprias autoridades dessa igreja. Mas a falta de amor e comunhão com Deus, que os levaram à luta corporal durante a Seção que tratou deste tema, impediu-os de um discernimento espiritual da parte de Deus, razão pela qual sua Bíblia não foi expurgada de todos os apócrifos. Dos 14 acréscimos adotados até então, concluíram que haviam cometido o erro de manter 3 obras: III Esdras, IV Esdras e A Oração de Manassés. Mas, será que os outros sete livros e os quatro acréscimos deveriam permanecer no Cânon? Será que não eliminaram apenas parte do problema? Bem, segundo me parece, pelo menos no que diz respeito a II Macabeus, provei como dois mais dois são quatro, que se trata de uma obra não sancionada por Deus. Repito, pois: Pensem nisso os que ainda pensam.


SEÇÃO III: SOBRE VELAS NA LITURGIA

   -2. Em 320 foi introduzido o uso de velas, que é um hábito pagão;
   - Esta afirmação mostra total ignorância da Bíblia. Desde o AT as velas são utilizadas na liturgia.
   -Elas são utilizadas no templo: "Farás um candelabro de ouro puro... Far-lhe-ás também sete lâmpadas. As lâmpadas serão elevadas de tal modo que alumiem defronte dele" (Ex 25,31.37). Outros: 1Rs 7,49; 2Cr 4,7.20; Jr 52,19.
   Na Igreja:
   -Será que nas catacumbas, os cristãos usavam luz elétrica?
   -A vela é luz, símbolo de Cristo. Ela se consome iluminando, como Cristo deu a sua vida, e todos os cristãos são chamados a consumir sua vida para iluminar o mundo (Mt 5,14).
   Mt 5,15: O Senhor se refere à luz que brilha sobre um candeeiro.
   Ap 1,13; 2,1: Cristo aparece entre candelabros.

CONSIDERAÇÃO
       Citar um ritual do Antigo Testamento, para se defender da acusação em questão, é evasiva. O que se discute aqui, é se o uso de velas, para fins religiosos, era prática corrente na Igreja do primeiro século, ou se é mais uma invenção dos que não tinham o que fazer; os quais, nos séculos subseqüentes, foram inserindo suas invencionices paulatinamente, até dar no que deu.
       Os cristãos de toda a Antiguidade, bem como de toda a Idade Média, não usavam luz elétrica; mas não é isso que está vindo à baila. O que está sendo considerado é o uso de velas como ritual “cristão”. É isso, que o autor do polêmico folheto, está tentando mostrar, e não consegue, visto que o senhor Fontes está tendo dificuldade para entender de que se está falando. Será que ele não sabe que os católicos acendem velas ao pleno sol do meio-dia? Aquele monte de velas que são acesas na catedral de Nossa Senhora Aparecida destina-se a tão-somente alumiar o recinto?;
       Ouçamos os teólogos Tony Armani e Ralph Woodrow, resctivamente:
       “[...] uso das velas com um sentido bruxulento e fúnebre, quase sempre como pagamento de dádivas ou perdão divinos, [...] são procedimentos não orientados ou sugeridos pela Bíblia” (ARMANI, Tony. O que todos devem saber sobre o Catolicismo. São Paulo: Press Abba Editora. 1 ed. 2000, p. 87. Grifo nosso);

“Os gregos faziam festa em honra a deusa Ceres, a mãe de Prosérpina, a quem os celebrantes carregando velas buscavam no mundo inferior” (WOODROW, Ralph.Babilônia: a Religião dos Mistérios. Recife: Associação Evangelística. 1966, p. 161. Grifo nosso);

       Será que o senhor Fontes nunca ouviu falar da Missa das Velas? Então leia estas transcrições:
“Outro dia adotado do paganismo, supostamente para honrar Maria, é chamado ‘Missa das Velas’ ” (Ibidem).

“Não precisamos esconder o fato de que velas, incenso e água benta, eram comumente empregados em cultos pagãos e em rituais prestados aos mortos” (Ibidem. Citando a The Catholic Encyclopedia, vol. 3, p. 246, art. “Candles.” Grifo nosso);

       The Catholic Encyclopedia?! Então eles sabem, não é?
       As passagens bíblicas, citadas acima pelo senhor Fontes (Mt 5.14-15; Ap 1.13; 2.1), servem mesmo é como amostra do quanto ele (?) torce a Palavra de Deus. Bem, talvez eu esteja acusando-o injustamente, de estar torcendo a Palavra, pois há uma possibilidade de ele estar apenas reproduzindo o que ouvira dos Padres; os quais, por sua vez, ouviram do Papa, o homem que, segundo o Padre Álvaro Negromonte supracitado, manda tanto quanto Cristo. E, caso essa possibilidade se confirme, será injusto acusá-lo de torcer a Palavra de Deus, visto que, neste caso, o textos em questão teriam sido torcidos antes dele exibi-los.
SENHOR FONTES, O QUE TEM A VER UMA COISA COM A OUTRA?


SEÇÃO IV: CULTO AOS SANTOS E AOS ANJOS

   -3. Em 375 foi instituído o culto aos santos e anjos;
   - Já nas catacumbas de Roma aparecem as imagens feitas pelos primeiros cristãos. Confira no nosso site Dicionário da fé, artigo "Respondendo aos Protestantes".

CONSIDERAÇÃO
      Fazer imagens não é o mesmo que cultuar aos santos e aos anjos, nem tampouco às imagens destes. O senhor Fontes, certamente sabe disso, mas prefere desconversar. Senhor Fontes, estamos falando do que a sua igreja chama de dulia. Estamos falando do culto aos santos e aos anjos. Estamos falando do culto às imagens dos santos e dos anjos. Não saia pela tangente, senhor!.
      Os evangélicos nunca fizeram oposição ao uso de imagens. Uma prova disso, é que as editoras evangélicas sempre editaram livros ilustrados. Especialmente as obras para crianças e adolescentes. Até mesmo nas paredes de muitos de nossos templos, podemos ver estampas dos profetas, dos apóstolos, de Cristo... Mas não ajoelhamos aos pés de tais figuras, para rezar aos mortos nelas representados. Não cultuamos a imagem alguma, nem mesmo às imagens de Cristo. Às imagens não prestamos culto algum, quer seja dulia (culto aos santos e aos anjos), hiperdulia (culto a Maria), ou latria (culto que a Igreja Católica diz tributar só a Deus). É disso que estamos falando, senhor Fontes!
       Maior informação consta dos meu livros Análise Bíblica do Catolicismo Romano, e O Culto a Maria à Luz da Bíblia e da História, disponíveis no site www.pastorjoel.com.br.
SENHOR FONTES, O QUE TEM A VER UMA COISA COM A OUTRA?


SEÇÃO V: TRANSUBSTANCIAÇÃO _ I

   -4. Em 394 foi instituída a missa;
   - A Missa foi instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo, na última quinta feira de sua vida mortal, conf. Mt 26,28; Mc 14,24; Lc 22,20; 1Cor 11,25. Aparece entre os primeiros cristãos, inclusive é citada nos Atos dos Apóstolos: "No primeiro dia da semana, tendo-nos nós reunidos para a fração do pão..." (At 20,7). E Fazia parte do primeiro Catecismo cristão: "Reuni-vos no dia do Senhor para a fração do pão e agradecei (celebrai a eucaristia), depois de haverdes confessado vossos pecados, para que vosso sacrifício seja puro." (Didaqué, XIV,1).
   - O primeiro a usar a palavra Missa no sentido atual foi provavelmente S. Ambrósio (+ 397) na epístola 20,4. S. Agostinho (+ 430) escrevia: "Eis que após o sermão se faz a missa (= despedida) dos catecúmenos; ficarão apenas os fiéis batizados" (serm. 49,8).

CONSIDERAÇÃO
      As passagens bíblicas supracitadas, falam da Ceia do Senhor, a qual, realmente, não data do ano 394. E, por isso mesmo, a celebramos amiúde em nossas igrejas. Sim, não cremos que a Ceia do Senhor seja uma invencionice datada do ano 394. Além disso, os textos bíblicos citados pelo oponente do panfleto em análise, não retratam os apóstolos ajoelhados diante duma bolacha, chamando-a de hóstia e prestando-lhe latria, isto é, o culto de adoração. E a Igreja Católica manda adorar a hóstia? Sim. Veja estas provas:

Primeira prova:

“Exprimimos a nossa fé na presença real de Cristo sob as espécies do pão e do vinho,... dobrando os joelhos, ou inclinando-nos profundamente em sinal de adoração do Senhor. ‘A Igreja católica... professa este culto de adoração que é devido ao sacramento da Eucaristia...conservando com o máximo cuidado as hóstias... expondo-as aos fiéis para que as venerem com solenidade, levando-as em procissão’ ” (Catecismo da Igreja Católica, op. cit., pp 380-1. Grifo nosso).

Segunda prova:

“A Eucaristia deve ser adorada por todos, porque ela contém verdadeira, real e substancialmente o mesmo Jesus Cristo nosso Senhor” (Terceiro Catecismo de Doutrina Cristã. Editora Vera Cruz Ltda1 1 ed. 1976, respondendo à pergunta 619. Citado na Série Apologética. Volume I. São Paulo: ICP Editora. 1 ed. 2002, p. 72. Grifo nosso).

Terceira prova:

Temos um panfleto católico que nos convida para uma “Tarde de Adoração ao Santíssimo Sacramento” (Grifo nosso), que se realiza às quartas-feiras, às 14h., na Igreja de Sant’Ana, Rua de Santana, nº 1, perto da Praça 11, Rio de Janeiro/RJ.

Quarta prova:

“...particularmente a adoração e o culto do Santíssimo Sacramento” (Catecismo da Igreja Católica, op. cit., p. 332).

Quinta prova:

       Na festa católica chamada Corpus Christi, que é uma celebração ao “Jesus” Eucarístico, é feriado nacional no Brasil. Pára-se toda a nação em volta de uma bolacha, rendendo-lhe bolacholatria.
       Prezado Fontes, certamente o senhor sabe que para provar que estamos equivocados, o senhor terá que citar passagens bíblicas que demonstrem que os apóstolos adoravam aos elementos da Ceia do Senhor. Isso, porém, o senhor não faz. Por que não? Porque tais versículos inexistem, é a resposta.
      Também tenho um exemplar do importante documento chamado Didaquê. E como vimos há pouco, esta obra, de inestimável valor histórico, também não diz que os apóstolos adoravam a hóstia. Tampouco diz que na Ceia do Senhor, Cristo se oferece de novo num salvífico sacrifício incruento. E se dissesse, seria falso, à luz do sola Scripturae.
     Quanto à citação de Ambrósio e Agostinho, fazemos quatro observações:

1) Eles não eram do primeiro século, mas viveram nos séculos IV e V. Logo, ainda que eles também tivessem adorado ao pão e ao vinho da Eucaristia, isso não serviria de prova de que os cristãos primitivos (incluindo os apóstolos) haviam adorado os emblemas da Ceia do Senhor: o pão e o vinho. E se Ambrósio e Agostinho tivessem adorado à hóstia, e o senhor Fontes argumentasse à base disso, em defesa de sua biscoitolatria, eu lhe perguntaria: Senhor fontes, o que tem a ver uma coisa com a outra?;

2) O vocábulo Missa, na boca de Agostinho, significava despedida e se referia ao ato de liberar os novos convertidos que ainda não haviam sido batizados, chamados de catecúmenos, como o senhor bem o disse. É que, segundo o costume (um costume, e não uma doutrina bíblica) de então, os novos convertidos não podiam sequer, assistir à celebração da Ceia do Senhor. Ora, que tem isso a ver com a moderna missa, uma espécie de bolacholatria, chamada de sacrifício incruento (Catecismo da Igreja Católica, op. cit., pp. 376-7) que se faz em prol das almas penadas que supostamente padecem no imaginário purgatório?
      Sinceramente, acho que refutar parolas tão gritante, é como bater palmas para maluco dançar. Contudo, decidi tecer a presente consideração, e espero que Deus, além de me dar paciência para ir até o fim, ainda se sirva dessas linhas para dissipar as trevas, nas quais estão as vítimas do engodo religioso. E-me, difícil apreciar todos estes disparates, mas Deus há de me ajudar. E com Sua ajuda, irei até o fim.
       Quanto às rezas a Maria, também defendidas pelo senhor Fontes nesta seção, veremos na Seção seguinte.
SENHOR FONTES, O QUE TEM A VER UMA COISA COM A OUTRA?
       Maior informação consta das Seções X, XXIV, XXVI , XXVII e XXXI.


SEÇÃO VI: SOBRE O CULTO A MARIA

   -5. Em 431 foi instituída o culto a Virgem Maria;
   - Ora, o culto a Maria é bíblico. Nós repetimos na Ave-Maria as palavras do Arcanjo Gabriel. É só ler Lc 1, 26ss...
    -E a proclamamos bem-aventurada... (Lc 1, 45.48).
   - Concílio de Éfeso em 431 declarou-a "Theotokos". mãe de Deus. Verdade que era crida desde os primórdios da Igreja.

CONSIDERAÇÃO
Realmente a Bíblia chama Maria de bendita, agraciada e bem-aventurada (Lc 1. 28, 42,48). Mas, que tem isso a ver com culto a Maria? Mt 4.10 é claro: Culto só se presta a Deus.
       Jael também era bendita entre as mulheres (Jz 5.24 [Bíblia católica, traduzida pelo Padre Matos Soares]). Todos os servos de Deus são benditos (Mt 25.34; Dt 28.3-6) e bem-aventurados (Sl 1.1; 128.1; Mt 5.3-11; Ap 22.14, etc.). Logo, se o raciocínio do senhor Fontes estivesse certo, ele deveria fazer uma estátua de São Joel Santana, ajoelhar diante dela e prestar-lhe culto. Aliás, os cristãos deveriam (se o senhor Fontes estivesse certo) cultuar uns aos outros.
       Chamar Maria de bendita, bem-aventurada, agraciada... é o mesmo que prestar-lhe culto? Se sim, então nós, os evangélicos, já cultuamos não só a ela, mas a todos os cristãos, inclusive aos que ainda estão vivos no planeta Terra. Logo, de que se queixa ainda o senhor Fontes? Que nos falta?
       Quanto ao título Mãe de Deus, que os católicos conferem a Maria, e que o senhor Fontes alega ser uma “Verdade que era crida desde os primórdios da Igreja”, é digno de nota que ele não cita nenhuma passagem bíblica que corrobore sua teoria, limitando-se a citar um concílio datado do século V: ano 431.
      Faz parte do chamado culto a Maria inúmeras heresias, que não pretendo considerar aqui, senão o fato de a chamarem de Imaculada, Mãe de Deus, e Nossa Senhora. Para tanto, reproduzirei: a) uma apostila de minha autoria, intitulada Maria, Mãe de Jesus – Mulher Muito Agraciada; b) um tópico do meu livro O Culto a Maria à Luz da Bíblia e da História, intitulado “Mãe de Deus”; e c) um tópico do meu livro Análise Bíblica do Catolicismo Romano, intitulado “Nossa Senhora”, respectivamente.


IMACULADA?!


INTRODUÇÃO: Maria, a santa mãe do Senhor Jesus Cristo, recebeu muitas graças de Deus, das quais, a seguir, registramos algumas. Ei-las:

I. A graça da existência: A existência é, por si só, uma grande graça de Deus. E Maria existe há mais de 2000 anos. Antes disso, ela nem existia; mas a partir de então, veio à existência, pois Deus, o Criador de todas as coisas, criou-a (At 17.24; Ap 4.11). Como é bom existir! O caro leitor já agradeceu a Deus, por Ele lhe ter criado? Se ainda não, faça-o já!

II. A graça de servir a Deus: Poucos são os que, verdadeiramente, servem a Deus; mas Maria estava e está entre os tais. Disse ela: “Eis aqui a serva do Senhor” (Lc 1.38. Grifo nosso). Sim, Maria teve a graça de poder servir a Deus! Você, ó leitor, também já é um servo de Deus? Não?! O que você está esperando?

III. A graça de ter um lar feliz: Basta-nos, ler Mt 1.18-25; e Lc 1.26-38, para sabermos que Maria, por ser uma moça normal, sonhava com o que, normalmente, todas as jovens de bem sonham: tornar-se esposa e mãe. E, por isto, enamorou-se de um rapaz chamado José, com o qual se casou. Oh! Como é bom constituir nosso lar! José e Maria também pensavam assim, e, com a ajuda de Deus, constituíram uma família feliz! Sim, aquela que, como Jael (Juízes 5.24), também era bendita entre as mulheres (Lucas 1.28), teve, entre outras bênçãos, essa indizível graça: um lar feliz! Oh! Quão bom seria, se em todos os lares reinasse a paz!

IV. A graça da maternidade: Segundo a Bíblia, pouco antes de Maria se casar, foi surpreendida por um anjo que lhe dizia que ela havia sido eleita por Deus para ser a mãe do Salvador do mundo (Lc 1.26-33). Até então, ela ainda não havia tido nenhuma relação sexual, pois não era casada, mas apenas, noiva. Ela e José sabiam que o relacionamento sexual fora da moldura do casamento é pecado (1Co 6.9). Por isso, Maria perguntou ao anjo: “Como se fará isso, visto que não conheço homem?” E o anjo lhe disse que se tratava de um milagre do Espírito Santo (Lc 1.34-35). Oh! Quão bom seria se todos seguissem o belo exemplo de José e Maria, que primavam pela castidade! Que tal, leitor, gritarmos não à prostituição, ao adultério, ao homossexualismo, etc., e, como José e Maria, só aceitarmos o relacionamento sexual entre marido e mulher?
       Ter um Filhão como Jesus, é, sem dúvida, uma graça incomum, bem como uma felicidade indescritível! Mas, como se tudo isso não bastasse, Deus deu à sua serva Maria a felicidade de ser mãe de, pelo menos, mais seis filhos, a saber, nada menos que duas filhas, cujos nomes não constam da Bíblia, e quatro filhos homens: Tiago, José, Simão e Judas (Mt 13.55-56). Estes não foram gerados extraordinariamente pelo Espírito Santo (como o fora Jesus), mas pelo concurso natural de seus pais - José e Maria. É que a Bíblia diz que o marido e a esposa têm não só o direito, mas o dever de se entregarem mutuamente para o coito (1Co 7.3-5 ). E José e Maria, santos como eram, é claro que obedeceram este mandamento também. E assim, pelo transcurso deles, Deus enriqueceu o lar deles, agraciando-os com lindos filhos! Que bom, não é mesmo?
       Esta vida não é constituída só de flores. Alguém já disse acertadamente que “as roseiras têm espinhos”. Maria também deparou com esses espinhos. Refiro-me ao fato de que, certamente, por muito tempo, os seus demais filhos muito preocuparam, pois não criam em Cristo (Jo 7.5). Ora, Maria sabia que o Inferno aguarda a todos os que recusam crer em Cristo, o que inclui, obviamente, os irmãos de Jesus. Esse transtorno, porém, teve um fim feliz, porquanto os irmãos de Jesus também o receberam como Salvador de suas almas (At 1.14). Que graça! Que alegria!

V. A graça de ser um exemplo de vida: A fidelidade de Maria é um estímulo a todos nós. A sua vida inspira fé e amor. Tal se dá porque se ela pôde ser fiel, todos podemos sê-lo também, já que ela era um ser humano normal, igual a todos nós; e não um anjo, nem tampouco uma deusa. Imitemos, pois, a Maria, e sejamos agraciados também! O privilégio de ter Jesus no ventre, foi exclusivo de Maria, mas a graça indizível de tê-Lo no coração, é extensiva a todos nós! Deixemos, portanto, que o Espírito Santo “gere” Cristo em nossos corações! Sim, do fato de Deus dar a Maria a graça da força para Lhe ser fiel, podemos subentender que também podemos receber de Deus esta mesma bênção!

VI. A graça da salvação: Finalmente chegamos à maior de todas as graças que Deus concedeu a Maria: a graça da salvação! Diferentemente da maioria das pessoas deste mundo, Maria reconheceu que também era pecadora (aliás, quem não é?), e que, portanto, também necessitava de um Salvador. São dela estas palavras: “O meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador” (Lc 1.47. Grifo nosso [Veremos abaixo, que o fato de Maria ter dito que Deus era o seu Salvador, levou Santo Tomás de Aquino a afirmar que ela também era pecadora]). Vê-se, portanto, que Jesus morreu para salvar a todos nós, e inclusive a sua querida mamãe. E o porquê disso é que o pecado manchou a todos nós, sem exceção (2Cr 6.36; Sl 14.2-3; Rm 3.23; Gl 3.22; 1Jo 1.10). Logo, Maria também necessitava do perdão dos seus pecados e da conseqüente salvação da sua alma.
       Agora, caro leitor, faça como Maria! Aceite a Cristo como seu Salvador. Talvez você pense: “Não sou digno, pois já pequei demais!”. Não pense assim! Maria, por também ser um ser humano falível, não possuía nenhum mérito próprio. Mas nem por isso deixou Deus de lhe agraciar (Lc 1.28). Aliás, a salvação é, segundo a Bíblia, uma graça (Ef 2.8), isto é, algo que não merecemos. Logo, nossa indignidade não é um problema insolúvel. Não desista de você! Faça como Maria! Há salvação para você!
       O anjo chamou Maria de agraciada (Lc 1.28). Ora, agraciado é quem recebeu uma graça. E, como já informei acima, a palavra graça significa, etimologicamente, favor não merecido. Portanto, Maria não recebeu honra ao mérito, e sim, graça, isto é, Deus lhe concedeu favores.
                                                              ***
       Você se assustou ao ler acima que Maria também tinha lá suas imperfeições? Você está pensando que eu estou blasfemando? Não pense assim! Posso lhe provar que renomadas autoridades da Igreja Católica, como, por exemplo, diversos Santos, muitos Papas, vários Bispos, inúmeros teólogos e até não poucos Doutores da Igreja, também criam assim, como nós, os evangélicos, cremos. Senão, vejamos:
a) Santo Tomás de Aquino:

“A bem-aventurada Virgem foi santificada antes de receber vida? (...) se a bem-aventurada Virgem houvesse sido santificada de qualquer modo antes de receber a vida, nunca teria incorrido na mancha do pecado original; e, portanto, não teria necessidade da redenção e da salvação que é por Cristo, de quem se diz: Ele salvará o seu povo dos seus pecados. (...) logo a santificação da bem-aventurada Virgem foi depois de receber vida”.1

       A informação acima, fornecida pelo Centro de Pesquisas Religiosas, foi confirmada pelo Padre Dom Francisco Prada:

“[...] a longa discussão dos teólogos que, como a inteligência privilegiada de Santo Tomás de Aquino, não eximiam a Virgem Santíssima de estar mergulhada nessa problemática.2

       A problemática a que se refere o Padre Prada, é a questão do pecado original;

b) Santo Anselmo:

“Mesmo sendo imaculada a conceição de Cristo, não obstante, a mesma virgem, da qual ele nasceu, foi concebida na iniqüidade e nasceu com o pecado original, porque ela pecou em Adão, assim como por ele todos pecaram”;3

c) Santo Agostinho:

“O corpo de Maria foi formado por geração ordinária. Maria morreu por causa do pecado de Adão, pois que ela era também filha”;4

d) Papa Gregório, o Grande:

“Pode compreender-se nessa passagem [ele se refere ao Livro de Jó, cap. 14, v. 4] que o santo Jó, chegando com o seu pensamento até a encarnação do Redentor, viu que só Ele no mundo não foi concebido de sangue impuro, nascendo de uma virgem, para não ter uma concepção impura [...] Só esse foi verdadeiramente puro na sua carne”;5

e) Papa Inocêncio III:

“Eva foi gerada sem pecado, mas gerou em pecado. Maria foi gerada em pecado”;6

f) Papa Leão I:

       Este Papa foi Bispo de Roma entre os anos 440-461. Os comentaristas da Bíblia Apologética asseveram que são dele estas palavras:
“O Senhor tomou da mãe a natureza, não a culpa”.7
       Comentando esta pronunciação papal, disseram os comentaristas da citada Bíblia Apologética:

[...] “não cria” [Papa Leão] “na Imaculada Concepção de Maria, já que ele acertadamente diz que o Filho não herdou a culpa da mãe”;8

g) Quatro Bispos:

       Quando em 1849, o Papa Pio IX publicou uma encíclica e a enviou a seiscentos bispos, pedindo-lhes sua opinião sobre sua intenção de solenizar a crença intitulada Imaculada Conceição de Maria, segundo a qual Maria teria sido gerada sem o pecado original, transformando essa crença em um irremovível artigo de fé (isto é, em dogma), quatro Bispos se manifestaram contra.9 Entretanto, apesar dessas dez vozes contrárias, e inúmeras outras não alistadas aqui, o Papa “Pio IX [...], no dia 8 de dezembro de 1854, [definiu] o dogma da imaculada concepção”.10
                                                                                                            ***
       Talvez você persista em afirmar que dizer que Maria também tinha pecado, é uma blasfêmia. Mas o fato de haver até santos católicos, como Santo Agostinho, Santo Tomás e outros, que criam como nós, prova que das duas uma: Ou você está errado, ou a canonização de Tomás de Aquino, Agostinho, Anselmo... foi um equívoco da Igreja Católica. Lembre-se que o Padre Prada, supracitado, confessou, em seu livro Novenário, que realmente Santo Tomás de Aquino se opunha à tese de que Maria teria sido isentada da natureza pecaminosa, comum a todos os descendentes de Adão. Será que até Santo Tomás de Aquino também era blasfemador? Pensem nisso os sinceros! Repense, ó leitor!

CONCLUSÃO: Maria foi uma mulher muito agraciada, e, portanto, digna de ser imitada. Ela é também digna de nosso amor e respeito. Ela não é nossa Mãe, mas é nossa amada e respeitável irmã. Ela não é Nossa Senhora, mas é serva de Deus (Ela disse que Deus “atentou na humildade de sua serva” (Lc 1.48); não é nossa Salvadora, mas é salva; não é perdoadora, mas é perdoada; não é a Mediadora entre nós e Deus, mas foi por seu intermédio que veio ao mundo o único Mediador entre Deus e nós (1Tm 2.5); ela não é nossa Advogada, mas também é – como todos nós, os cristãos - cliente do Doutor Jesus. Este é o nosso único Senhor (1Co 8.6), nosso único Salvador (Jo 14.6; At 4.12), nosso único Mediador entre Deus e nós, nosso único Advogado (1Jo 2.1). A Bíblia nos fala de muitos homens (José, Moisés, Daniel...) e mulheres (Abigail, Ana, Isabel...) que, embora fossem seres humanos normais, não eram pessoas comuns. É este o caso de Maria. A ela, pois, assim como a todos os cristãos verdadeiros, nosso amor e respeito! E a Jesus Cristo, nosso verdadeiro Deus, o culto e a adoração!

1. CENTRO DE PESQUISAS RELIGIOSAS [CPR]. “O Dogma da Imaculada Conceição de Maria” [panfleto]Teresópolis: 1996, p. 2;
2. PRADA, Francisco. Novenário. 3 ed. São Paulo: AM edições, 1996, p. 67. Grifo nosso;
3. CENTRO DE PESQUISAS RELIGIOSAS (CPR). Op. cit.;
4. CESAR, Erlie Lenz. A Virgem Maria no Contexto das Sagradas Escrituras. 2 ed. Rio de Janeiro: Patmos, 2004, p. 28;
5. JOINER, Eduardo. Manual Prático de Teologia. Rio de Janeiro: Central Gospel. 2004.
p. 246;
6. CESAR, 2004:27-28, op. cit.;
7. ICP Editora. Bíblia Apologética. 2000, p. 1184, citando a obra Tomo de Leão;
8. Ibidem;
9. CESAR, 2004:28, op. cit.; e JOINER, 2004:247-248, op. cit.;
10. (JOINER, 2004:248, op. cit.


MÃE DE DEUS?!

       O argumento católico é que se Maria é mãe de Jesus, e Ele é Deus, segue-se que ela é mãe de Deus. Mas, refutando a esse argumento, vejamos as seguintes considerações:
Se esse silogismo estivesse certo, poderíamos dizer:

A) Que Deus é tão frágil quanto nós

Se Jesus dormia (Mt 8.24,25) e Ele é Deus, então Deus dorme; se Jesus disse que Ele de si mesmo não podia fazer coisa alguma (Jo 5.30), e Ele é Deus, então Deus não pode fazer nada; se Jesus ignorava o dia da Sua vinda (Mt 26.36), e Ele é Deus, então Deus não é onisciente; se Jesus não estava em Betânia quando Lázaro morreu (Jo 11.15) e Ele é Deus, então Deus não é onipresente; se Jesus morreu (1Co 15.3) e Ele é Deus, então Deus não é imortal. Obviamente toda essa argumentação estaria errada, pois, como sabemos, a Bíblia afirma que Deus não dorme, tudo pode, tudo sabe, é onipresente, imortal...
Tanto os católicos, quanto os evangélicos crêem que Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Ambos crêem que todos os textos bíblicos que afirmam que Jesus era portador das mesmas limitações nossas, na verdade se referem ao Seu lado humano, e não à Sua Divindade. Assim fica claro que católicos e evangélicos não ignoram que Jesus é portador de duas naturezas: humana e divina. Deste modo Maria pode ser mãe de Jesus sem ser Mãe de Deus. Ela é mãe do lado humano do Senhor, e não da Sua Divindade [...] (SANTANA, Joel. A “Virgem” Maria é Uma Deusa? Rio de Janeiro: Editora Voz Evangélica. 1 ed. 2002, pp. 29-30);

B) Deus teria uma parentela


Como o filho não pode vir primeiro que a mãe, logo, Maria não é mãe de Deus. Se Maria é mãe de Deus, José é padrasto de Deus; Tiago, José, Simão e Judas são irmãos de Deus; Isabel é tia de Deus; João Batista é primo de Deus, e Eli é avô de Deus. (LOPES, Hernandes Dias. O Papado e o Dogma de Maria. São Paulo: Hagnos. 2005, p. 97).

C) Poria em xeque a eternidade de Deus

A Bíblia diz que Deus é eterno (Sl 90. 2; Is 40. 28), e, como tal, não tem começo. Como pode Deus ter mãe? Há contra-senso teológico nessa declaração. [...] isso pressupõe a divindade de Maria [...]. A Bíblia esclarece que Maria é mãe do Jesus homem e nunca mãe de Deus (At 1. 14) (SILVA, Esequias Soares da. Lições Bíblicas. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus (CPAD), Abr/jun. 2006, pp. 39-46).


NOSSA SENHORA

Embora a Bíblia diga que Jesus Cristo é o nosso único Senhor (1Co 8.6; Jd 4), não é novidade para ninguém que os clérigos católicos pregam que Maria, a mãe de Jesus, é Nossa Senhora. Isso é conflitante, mas talvez eles tentem se defender dizendo que “Maria é Senhora, e não Senhor.” Porém, se a Constituição Brasileira proibisse os funcionários públicos de terem outro empregador simultaneamente, alguém dentre eles poderia tornar-se empregado de uma mulher, alegando em sua autodefesa que tal mulher é sua empregadora, e não seu empregador? Será que esse subterfúgio faria mesmo alguma diferença? Essa balela seria mesmo convincente?
        Cada “santo” católico tem sua função bem definida pelo clero, que lhes distribuiu tais tarefas: Santo Antônio é casamenteiro, Santa Luzia é oftalmologista, São Cristóvão é condutor dos motoristas, Santa Edwiges é a santa que socorre os endividados, etc. Mas, como se crê que Maria é Nossa Senhora, bem como medianeira de todas as graças, mais de dois mil títulos lhe são conferidos. Maria seria:

1) Nossa Senhora do Ó. Neste caso, “ó” é uma evocativa: “Nas rezas, os versos iniciam-se sempre com vocativos como ‘Ó Sabedoria’ ou ‘Ó Sol Nascente’ ”. Daí, provavelmente, vem o nome ‘do Ó’ ” [Revista das Religiões, edição especial, Editora Abril, página 66, maio de 2005]);

2) Nossa Senhora do Carmo (“Carmo” é o mesmo que Carmelo para os íntimos dessa “santa”. A devoção a esse ídolo começou no século 12, quando “um grupo de religiosos construiu no Monte Carmelo, na Palestina, uma capela em homenagem a Nossa Senhora” [Ibidem, página 45]);

3) Nossa Senhora Desatadora de Nós (“Nós”, neste caso, não é pronome pessoal, e significa plural de nó, que, por sua vez, simboliza o pecado. Segundo a revista citada no parágrafo anterior, esses “nós simbolizariam o pecado original e os pecados cotidianos... Desatá-los seria a função de Maria” [ibidem, páginas 48-49].), etc.

Para ajudar leigos e clérigos a se libertarem do sofisma acima refutado, sugerimos que respondam a si mesmos às perguntas abaixo formuladas, as quais trazem as respectivas respostas no seu próprio bojo:

Primeira pergunta: Será que o Senhorio exclusivo de Cristo não é desconsiderado, quando o extendemos a uma mulher ou a qualquer outra criatura, por maior que seja a envergadura da mesma?

Segunda pergunta: Se o fato de Maria ter sido uma grande mulher fizesse dela Nossa Senhora, não seria razoável concluirmos que Moisés, Enoque, Elias, Elizeu, Paulo, Pedro, João, e outros grandes vultos do povo de Deus, são Nossos Senhores?

Terceira pergunta: Se nenhum grande homem pode ser Nosso Senhor, por que uma grande mulher poderia ser Nossa Senhora?

Quarta pergunta: Será que chamar Maria de Nossa Senhora não equivale a endeusá-la?

Quinta pergunta: Estaremos mesmo faltando com o devido respeito para com Maria, se ao invés de “Nossa Senhora”, a chamarmos de nossa conserva?

Sexta pergunta: Se Maria é Nossa Senhora, então podemos e devemos servi-la; mas como conciliarmos isto com Mt 6:24 que diz que não podemos servir a dois senhores? Veja também 1 Sm 7:3-4.

Sétima pergunta: Se temos mesmo essa Senhora, por que a Bíblia não o diz? Será que Deus se esqueceu de mandar registrar isso?

                                                                  ***
Talvez o leitor pense que estamos querendo dizer que é pecado chamar Maria de senhora. Mas é ledo engano. Se Maria ainda estivesse entre nós, certamente confabularíamos mais ou menos assim:
__Bom dia, irmã Maria! Como vai a senhora?
__Eu vou bem, graças ao Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. E o senhor?
__Graças a Deus, não tenho de que reclamar. Todavia, não esqueça de mim em suas orações.
__Faça o mesmo por mim, meu irmão, pois também estou muito necessitada das orações dos santos.
__Dona Maria, tenho que me despedir da senhora agora, porque senão, faltarei a meus compromissos agendados para hoje. Dê um abraço no irmão Zezinho e nos filhos com os quais o Senhor os brindou.
__Obrigada! Beijos para sua esposa e filhos.
__Obrigado, irmã Maria! Até a próxima.

Veja o leitor que no fictício diálogo acima, chamamos a Maria de senhora, e ela por sua vez, nos chamou de senhor. Mas nós o fizemos usando iniciais minúsculas, pois com estes pronomes de tratamento, tão-somente exteriorizamos o respeito recíproco que haveria entre nós, caso fôssemos contemporâneos. Porém, está claro que não é neste sentido que os católicos chamam a Maria de Senhora. Atente para o fato de que embora sejam muitas as mulheres de peso na Bíblia (Sara, Hulda, Débora, Abigail, Ana [mãe de Samuel], Ana [contemporânea do infante Jesus] e outras), só Maria é Nossa Senhora, segundo eles. Ademais, usam iniciais maiúsculas. Isto, dentro do contexto religioso, só seria cabível se ela não fosse uma criatura à parte de Deus, mas sim, integrante da Divindade. Porém, como sabemos, a Divindade é, à luz da Bíblia, Trindade, e não quarteto. Assim fica claro que “Nossa Senhora” não é mero pronome de tratamento extensivo a Maria, mas título honorífico, do qual só ela é digna, segundo o Catolicismo.
Para sabermos se Maria é ou não Nossa Senhora, não podemos nos limitar à consulta do bom senso, pois como sabemos, as razões humanas são falíveis. Porém, por isso mesmo Deus nos deu uma “bússola” infalível – a Bíblia. À moda bereanos (At 17.11), examinemos a Bíblia e vejamos se ela fala dessa “Senhora”. Pelo contrário, a Bíblia diz que Maria é nossa conserva (Lucas 1.38).


SEÇÃO VII: SOBRE ROUPA SACERDOTAL

   -6. Em 500 o uso da roupa sacerdotal.
   - Os paramentos litúrgicos são bíblicos:
   "as vestes de cerimônia para o serviço do santuário, e os ornamentos sagrados para Aarão, como o Senhor havia ordenado a Moisés."(Ex 39,1);
   "Fizeram-se túnicas de linho, tecidas, para Aarão e seus filhos;"(Ex 39,27).

CONSIDERAÇÂO
       Recorrer a um sistema que expirou no Calvário, para justificar uma postura eclesial, é uma atitude indigna de um apologista cristão, como é o caso do senhor Fontes (bem, pelo menos ele assim se considera). Afinal, senhor Fontes, estamos no Novo Testamento, ou no Velho Pacto? Há vários mandamentos veterotestamentários que a “igreja” do senhor Fontes não observa - Lua Nova, Ano Sabático, circuncisão... - , o que prova que a própria Igreja Católica reconhece que estamos numa Nova Dispensação.
       No Novo Testamento, todos os cristãos são sacerdotes (1Pe 2. 5, 9). Logo, embora os distintivos entre leigos e clérigos não possam ser proibidos, vale salientar que esse proceder, embora não seja antibíblico, é, contudo, extrabíblico, o que prova que o senhor Fontes erra, quando tenta justificar isso à luz da Bíblia. Senhor Fontes, a Bíblia não cuida disso.
       O uso de vestes especiais para os clérigos, adotado por alguns segmentos do Cristianismo (inclusive protestantes), não é uma questão de vida ou morte, nem tampouco, algo de somenos importância. É bom sabermos a origem dos paramentos litúrgicos do clero romano. Até porque Jesus e os apóstolos, assim como todos os líderes da Igreja Primitiva (século I), não usavam paramentos sacerdotais. Portanto, certamente os curiosos querem saber por que, quando e onde começou isso. Então veja: “Negro é a cor distintiva das roupas do clero usados pelos padres [...]. Mas, por que roupas pretas? [...] certos sacerdotes de Baal [...] se vestiam de preto” (WOODROW, Ralph. Babilônia: a Religião dos Mistérios. Recife: Associação Evangelística. 1966, p. 128).
       Contudo, volto a insistir que essa não é uma questão de vida ou morte. O motivo pelo qual os clérigos católicos estão indo para o Inferno, não está nas suas vestes.
SENHOR FONTES, O QUE TEM A VER UMA COISA COM A OUTRA?


SEÇÃO VIII: SOBRE A EXTREMA-UNÇÃO

   -7. Em 526 a extrema unção.
   - Ignorância total da Bíblia: "Está alguém enfermo? Chame os sacerdotes da Igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor."(Tg 5,14).

CONSIDERAÇÃO
       O nome atual da extrema-unção é unção dos enfermos. A Bíblia realmente manda ungir os enfermos com óleo e orar, objetivando a cura (Tg 5.14,15), e não para prepará-los para a morte. Logo, a extrema-unção (ou unção dos enfermos) é, sim, um erro digno de ser refutado, pois é visto como um dos Sete Sacramentos, que a Igreja Católica considera necessários à salvação (Catecismo da Igreja Católica. Op. cit., p. 318), chegando ao cúmulo do absurdo de excomungar os que dela divergem sobre isso: “Se alguém diz que os sacramentos... não foram todos instituídos pelo Senhor Jesus Cristo, ou que existem mais ou menos de sete...seja anátema” (WELDON, John; e ANKERBERG, John. Os Fatos Sobre o Catolicismo Romano. Porto Alegre: Obra Missionária Chamada da Meia-Noite. 1993, p. 25, citando o Concilio de Trento).
      Saiba o leitor que os chefes da Igreja Católica criaram só sete sacramentos porque assim lhes aprouve. Se quisessem inventar dezenas, conseguiriam. Exemplos: sacramento da oração, sacramento do louvor, sacramento do cântico, sacramento da caridade, sacramento da leitura da Bíblia, sacramento das coletas para os santos, sacramento do jejum, sacramento do ensino, sacramento da pregação do Evangelho, sacramento da fé, etc.
       Que tradução é essa da qual lança mão o senhor Fontes? “Chame os sacerdotes da Igreja”?! Péssima tradução! A Igreja não possui sacerdote, senhor Fontes, senão no sentido lato, em que cada cristão é um sacerdote (1Pe 2.9). Bem, essa é uma questão que não vem ao caso, no momento. Ademais, não se trata de uma questão de vida ou morte.

SEÇÃO IX: SOBRE O PURGATÓRIO

   -8. Em 593 a doutrina do purgatório
   - Provas bíblicas: Mq 7,8-9; Mt 12,32; Mt 5,25-26; 1Cor 3,15
   - Quem tem poder de "ligar e desligar", é que definiu a doutrina que sempre foi crida.  Como já disse a data é para por fim à discussão, pois a doutrina é considerada absolutamente certa e imutável. E a Bíblia está cheia de passagens alusivas à purificação pós-morte (=purgatório). Mais um esclarecimento: Não é a palavra que interessa, mas é o conceito o seu significado que é bíblico. (Poderíamos perguntar aos protestantes: Santíssima Trindade é verdade? Esta palavra não está na Bíblia, e daí?)
   -- O dogma foi promulgado em 1274. Aprofundar.

CONSIDERAÇÃO
       Contra essa heresia chamada purgatório, reproduzo, a seguir, a minha apostila intitulada Sobre o “Perdão” Católico, e, a seguir, o tópico intitulado O Resultado do Purgatório.

A) APOSTILA:

SOBRE O "PERDÃO" CATÓLICO


I. CONVERGÊNCIA E DIVERGÊNCIA
      Tanto a Igreja Católica, como as igrejas evangélicas, pregam que existe o Inferno, de onde nunca sairão os que lá entram. Ambas pregam também, que existe o Céu, a eterna e ditosa morada de todos os que se salvarem. Mas, sobre como ir para o Céu, há divergência entre católicos e protestantes. Os evangélicos crêem que os que morrem com todos os pecados perdoados, vão, na hora, para o Paraíso Celestial. Já a Igreja Católica ensina que não basta estarmos perdoados por Deus para entrarmos no Céu. Segundo ela, o perdão dos pecados não anula a sentença, mas tão-somente diminui a pena; e que, portanto, os que morrem na graça e na amizade de Deus (ou seja, com, pelo menos, todos os pecados graves perdoados), não entrarão no Céu antes de: 1º) cumprir a pena devida pelos pecados graves já perdoados, caso não a tenham cumprido antes da morte; 2º) expiar seus pecados veniais (ou menores) que, por acaso não tenham sido perdoados antes da morte; 3ª) purificar-se do prejudicial apego acarretado pelos pecados (veniais e graves) perdoados, tornando-se perfeito. Ela prega que existe a possibilidade do cristão obter a santidade necessária para entrar no Céu, ainda nesta vida. E observa que, caso o perdoado não atinja este objetivo aqui na Terra, passará, após a morte, por um período de purificação (período este que varia de pessoa para pessoa), até cumprir as referidas penas, bem como tornar-se perfeito. Somente depois de alcançar estes alvos, é que o perdoado se habilitará a desfrutar da bem-aventurança eterna, isto é, só então sairá do estado de purificação póstuma chamado purgatório, e entrará no Céu.
      Ainda diferentemente dos evangélicos, a Igreja Católica proclama também que ela dispõe de um expediente chamado indulgência. Há, segundo ela, dois tipos de indulgências: aindulgência parcial, que diminui a pena que o perdoado tem de cumprir antes de entrar no Céu; e a indulgência plenária, que elimina todas as marcas deixadas pelos pecados perdoados. Portanto, caso o perdoado morra imediatamente após receber uma indulgência plenária, não terá - segundo os clérigos católicos - que cumprir (no que diz respeito aos pecados perdoados e indulgenciados) nenhuma pena no além-túmulo; podendo, portanto, ir direto para o Paraíso Celestial, se é que já tenha se tornado perfeito. Porém, aquele que, mesmo tendo morrido com todos os pecados graves e veniais perdoados, mas sem cumprir a supracitada pena (ou sem uma indulgência plenária), e sobretudo, sem atingir a perfeição, permanecerá por um tempo no purgatório, até tornar-se perfeito. E, enquanto o perdoado estiver purgando no além, as esmolas, rezas, missas e outros sufrágios em favor de sua alma, efetuados pelos vivos, contribuirão para reduzir o seu tempo de espera no purgatório.

II. VEJA AS PROVAS
      As cópias abaixo têm por objetivo provar que as declarações acima são verdadeiras:

Primeira prova:

“A indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados ... “A indulgência é parcial ou plenária ...
“O perdão do pecado e a restauração da comunhão com Deus implicam a remissão das penas eternas do pecado. Mas permanecem as penas temporais do pecado...
... “todo pecado, mesmo venial, acarreta um apego prejudicial às criaturas que exige purificação, quer aqui na terra, quer depois da morte, no estado chamado purgatório” (Catecismo da Igreja Católica. Petrópolis: Vozes. 1993, p. 406 a 407 [Grifo nosso).
“Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício eucarístico"... (Catecismo da Igreja Católica. Op. cit., p. 291);

Segunda prova:

“A Igreja recomenda também as esmolas... em favor dos defuntos” (Ibidem, p. 291).

Terceira prova:

“O pecado, mesmo que você se confesse, ou se arrependa, sempre deixa uma marca, e a indulgência é isso: tirar essa marca” (Padre Marcelo Rossi, jornal O Globo, 02 /01/2000);

Quarta prova:

“... Para obter a indulgência... o fiel necessita antes se confessar e ser sacramentalmente absolvido...” (Ibidem, Bispo Dom Fernando);

Quinta prova:

"Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida a sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrarem na alegria do Céu" (Catecismo da Igreja Católica, op. cit., p. 290);

Sexta prova:

      O Concílio de Trento sentenciou:

“Se alguém disser que, depois de receber a graça da justificação, a culpa é perdoada ao pecador penitente e que é destruída a penalidade da punição eterna e que nenhuma punição fica para ser paga ou neste mundo, ou no futuro, antes do livre acesso ao reino ser aberto, seja anátema’ Seção VI” (Citado por OLIVEIRA, Raimundo F. de.Seitas e Heresias, Um Sinal dos Tempos. Rio de Janeiro: CPAD, 9 ed. 1994, p. 25);

Sétima prova:

“O escritor católico Mazzarelli”, [fez menção ao que ele chamou de] “pecados mortais absolvidos, mas não plenamente expiados” (Ibidem, p. 23. Grifo nosso);

Oitava prova:

       O Papa Pio IV disse que vão para o purgatório as seguintes pessoas:

1) “os que morrem culpados de pecados menores, que costumamos chamar veniais, [...] sem que se tenham arrependido dessas faltas ordinárias [...]”; 2) “Os que, tendo sido [...] culpados de pecados maiores, não deram plena satisfação deles à justiça divina (A Base da Doutrina Católica Contida na Profissão da Fé)” (Ibidem, grifo nosso).

       Observação: Morrer culpado de pecados maiores (isto é, pecados graves ou mortais, segundo a fé católica), sem dar “plena satisfação deles à justiça divina”, equivale a dizer (de acordo com o Catolicismo) que a pessoa morreu perdoada, mas, ou sem cumprir a pena devida pelos pecados já perdoados, ou sem uma indulgência planária; e, sobretudo, antes de se tornar perfeita. Esta conclusão é óbvia, pois já provamos que os Padres também pregam que o Inferno existe, e que os que morrem sem ser absolvidos de seus pecados graves, não vão para o purgatório (que é temporário), e sim, para o Inferno (que é eterno). Sim, provamos isso, pois na primeira cópia acima efetuada consta que o Catecismo da Igreja Católica fala das “penaseternas do pecado” (Grifo nosso). Além disso, consta do referido Catecismo da Igreja Católica que “O Pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, conseqüentemente, nos torna incapazes da vida eterna; esta privação se chama ‘pena eterna’ do pecado” (Catecismo da Igreja Católica, op. cit., p. 406);

Nona prova:

“Purgatório [...]. Lugar de purificação das almas dos justos antes de admitidas na bem-aventurança” (Novo Dicionário Aurélio. Grifo nosso).

       Logo, não é qualquer um que vai para o purgatório. Lá é lugar de justos;

Décima prova:

       Certo Padre definiu o purgatório assim:

“[...] estado médio das almas, sofrendo por certo tempo em expiação dos seus pecados [...]” (Novo Testamento católico, traduzido pelo Monsenhor Vicente Zioni, editado pela Pia Sociedade de São Paulo, em 1950, e comentado pelo Padre Euzébio Tintori, página 418, grifo nosso);

Undécima prova:

       Dissemos há pouco que, segundo a Igreja Católica, só vão para o Céu, sem passar por uma purificação póstuma no suposto purgatório, os que, ainda nesta vida, conseguem se tornar perfeitos. E agora, veja a prova:

“[...] se alguém morre [...] portador de resquícios do pecado, como são as impaciências, as maledicências, as omissões [...], essa pessoa poderá ver Deus face a face? [...]. A lógica nos diz que não; [...]. [...] é possível extinguir toda raiz do pecado existente em nós? [...] Respondemos que sim; é possível e necessário. É o próprio São João quem no-lo diz em 1Jo 3, 2s [...]: ‘E todo aquele que nele põe esta esperança, torna-se puro como ele é puro’. [...] o sermão da montanha (Mt 5-7) nos incita a procurar sempre mais a perfeição, dizendo até: ‘Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito’ (Mt 5, 48). [...] ‘E se o cristão não conseguir erradicar toda raiz de pecado até a hora da passagem para a outra vida, que acontecerá?’ [...] Deus, em sua misericórdia, concederá uma chance póstuma de purificação, que é precisamente chamada ‘o purgatório’ ” (BETTENCOURT, Estêvão Tavares. Católicos Perguntam. Santo André: O Mensageiro de Santo Antônio. 2004, pp. 139-141);

Duodécima prova:

       Já fiz constar que o Padre Bettencourt asseverou que só vão direto para o Céu quando morrem, os perdoados que, ainda nesta vida, conseguem se tornar perfeitos. Doutro modo, o purgatório se torna inevitável aos perdoados. Contudo, vejamos mais uma demonstração de que realmente ele crê nisso:

“Nossa oração pelos mortos [...] tem em vista aqueles que partiram convertidos ao Senhor, mas ainda carregados de certas incoerências ou impurezas (caso que, aliás, parece ser bastante freqüente)” (Ibidem, p. 141. Grifo nosso).

Claro que sim, senhor Bettencourt, bastante freqüente, e nunca foi diferente, pois “todos tropeçamos em muitas coisas” (Tg 3.2), não é mesmo? Quem não peca, não é, senhor Estêvão? E o Padre Estêvão, quanto à sua crença na possibilidade de alcançarmos a perfeição ainda nesta vida, e, por conseguinte, sermos dispensados da purificação póstuma no purgatório, não está só, pois ombreia-o o alto clero católico. Eis a prova:

“Uma conversão que procede de uma ardente caridade pode chegar à total purificação do pecador, não subsistindo mais nenhuma pena” (Catecismo da Igreja Católica, p. 406, op. cit.).

       Sim, de acordo com as crenças católicas, ao atingir esse patamar, o perdoado não terá mais que cumprir nenhuma pena, visto que então ele já terá cumprido-a, quer através de boas obras e/ou sofrimentos suportados pacientemente, quer através de uma indulgência plenária. Além disso, ter-se-á também atingido a perfeição;

Décima terceira prova:

       Os famosos pesquisadores e apologistas evangélicos, John Ankerberg e John Weldon, transcreveram de um Catecismo Católico em inglês, o seguinte:
“qualquer pessoa que seja algo menos que perfeita deve ser primeiro purificada antes que tenha direito ao céu” (ANKERBERG, John; WELDON,  John. Os Fatos Sobre o Catolicismo Romano. Porto Alegre: Chamada da Meia-Noite, 1993, p. 42).

III. QUAL É O FUNDAMENTO DOS EVANGÉLICOS?
      Bem, vimos que há controvérsia entre católicos e evangélicos a respeito dos que morrem com todos os pecados perdoados. Diferentemente da Igreja Católica, as igrejas evangélicas pregam que:

a) para entrarmos no Céu, basta-nos o perdão que Deus nos dá;

b) para o pecado perdoado não há pena alguma a ser cumprida, visto que perdão e cumprimento de pena são termos incompatíveis entre si;

c) não é preciso atingir a perfeição nesta vida, para ir morar no Céu, visto que se isso fosse verdade, ninguém iria direto para o Céu, já que a Bíblia diz que todos nós pecamos (1Jo 5. 8,10; 2Cr 6.36; Tg 3.2). Morrer antes de atingir a perfeição, não é algo apenas “bastante freqüente”, como o supõe o Padre Estêvão, mas sim, algo inevitável a todos os humanos;

d) as almas dos verdadeiros cristãos que já partiram desta vida, não estão aguardando maior purificação para, então, adentrarem à presença de Deus, visto que já partiram desta vida cem por cento purificados mediante o perdão que nos é dado por meio do sangue de Jesus, vertido por nós na cruz;

e) realmente, só os perfeitos podem entrar no Céu, mas na hora em que Cristo voltar para arrebatar os cristãos ao Céu (Jo 14. 1-3; 1Ts 4.13-17), ou quando nós formos ao seu encontro através da morte, o Espírito Santo eliminará de nosso ser a natureza pecaminosa, também chamada de pecado original (Rm 8.11; Fp 3.21; Ap 14.13; 1Co 15. 51-52). E é essa depuração futura, que será tão instantãnea quanto o é hoje o perdão, que nos habilitará a vermos Deus face a face, tão logo partamos daqui. Sim, todo aquele que está de posse do perdão de seus pecados, está pronto para entrar no Paraíso Celestial, tão logo morra, ou tão logo Cristo venha nos arrebatar ao Céu. Assim como, no dia do arrebatamento da Igreja, os cristãos não irão para uma sala de espera, purgar suas imperfeições, mas prontamente subirão ao Céu, de igual modo, quando morre um servo de Deus, sua alma voa direto para o Paraíso Celestial. Quem não crê nisso, não crê no Evangelho; quem não prega isso, não prega o Evangelho; quem nega isso, nega o Evangelho; e quem, embora pregando algo diferente disso, alega estar pregando o Evangelho, está mesmo, é vendendo gato por lebre;

f) não existe esse negócio de pena devida pelos pecados já perdoadosindulgência parcial, indulgência plenária, tornar-se perfeito ainda nesta vida, purgatório, missas e esmolas pelos que padecem no purgatório, etc. O purgatório do verdadeiro cristão é o sangue de Jesus. Mas em que se baseiam os evangélicos para crerem assim? A resposta é: Na Bíblia. Veja estes exemplos:

Romanos 8:1: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus...”;

2 Coríntios 5: 17: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”;

Lucas 23: 43: “E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”.
Comentando este último versículo, nós, os evangélicos, dizemos que o fato de o ladrão mencionado em Lucas 23: 43, não necessitar de purgatório e indulgência para se salvar, podendo ir para o Paraíso naquele mesmo dia, prova cabalmente que, para entrarmos no Céu, basta-nos o perdão que Deus nos oferece em Cristo, visto que o restante é da competência do próprio Cristo. Os perdoados sofrem, sem dúvida, as conseqüências físicas do pecado, tanto do pecado original, como das culpas pessoais: doenças, envelhecimento, morte, danos patrimoniais e morais, etc., como ocorreu a Davi, o qual, mesmo estando perdoado, amargurou inúmeros sofrimentos neste mundo; ou, ainda, como ocorreu aos apóstolos, os quais, mesmo estando perdoados por Deus, continuaram sujeitos às mazelas já citadas: envelhecimento, doenças, morte, etc. Mas tão logo morre um perdoado, a sua alma voa imediatamente ao Paraíso Celestial. Assim como no dia da vinda de Jesus para arrebatar a Igreja, os verdadeiros cristãos subirão ao encontro do Senhor a fim de estarem para sempre com Ele (Jo 14.1-3; 1 Ts 4.17), sem terem que passar pelo purgatório, também quando morre um servo de Deus, sua alma vai imediatamente para o Paraíso Celestial. Quem nega isso, nega o Evangelho.
      Caro leitor, não sei se você diverge dos evangélicos sobre o perdão. Porém, seja como for, o seu ponto de vista tem que ser respeitado. Apenas sugiro, se você me permite, que você estude a Bíblia e apóie sua opinião nela. E se você já estudou a Bíblia, e concluiu em sua mente que realmente o perdão que Deus nos oferece nos habilita ao Céu na hora, saiba que então você não é católico. E talvez você até seja evangélico e não saiba. Em caso positivo, não viva mais como um peixe fora d’água. Procure o seu grupo! Una-se a nós! Vamos juntos adorar a Deus! Talvez você pense assim: “Os evangélicos também erram”. É verdade. Mas certamente a nossa união vai nos fazer muito bem. É que, apesar de nós e você não sermos perfeitos, temos a mesma opinião a respeito do perdão dos pecados. Não somos perfeitos, mas somos membros da Igreja de Cristo. E precisamos usufruir dessa simpatia de idéias. Isto também é bíblico (Hebreus: 10.25; Mateus 21.13; Salmos 122; 133).
      Prezado leitor, uma instituição que nega a totalidade e instantaneidade do perdão, bem como a sua eficiente eficácia, não é uma igreja errada, nem tampouco uma igreja certa; ela simplesmente não é Igreja. Portanto, não compre mais gato por lebre. Torne-se um membro da Igreja de Cristo. Muitas das arapucas de Satã se fazem passar por igrejas de Cristo; mas, como o diabo não consegue esconder o rabo, é possível desvencilharmos de seus enganos.
      Finalizando, opino, com a sua devida permissão, o seguinte: Abra uma Bíblia e leia as seguintes passagens: (Gálatas 1. 8; João 8.24; 14.6; Atos 4.12). Não confie cegamente em homem algum, mas leia a Bíblia, e siga-a.

B). O RESULTADO DO PURGATÓRIO

       Purgatório é o resultado mediato do falso perdão católico. Logo após receber o “perdão”, o católico ingressa (segundo se crê) no estado chamado purgatório, do qual não sairá nem mesmo depois de morto, até que cumpra “a pena devida pelo pecado já perdoado”; podendo, entretanto, segundo o Catolicismo, ter suas penas abreviadas através das missas, esmolas e rezas que, geralmente, são efetuadas a favor dos mortos.
      Um dos versículos bíblicos aos quais recorre o senhor Fontes, no seu inglório afã de provar que a Bíblia fala de purgatório, é Mt 12.32. Este versículo diz que a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada nem no presente século nem no século futuro. Desta afirmação do Senhor Jesus, a cúpula da Igreja Católica se serve para apresentar mais uma “prova bíblica” de que o purgatório existe: “...Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro” (Catecismo da Igreja Católica. Op. cit., p. 290). E este é o motivo pelo qual o senhor Fontes também apela para esta passagem bíblica. Afinal de contas, o Papa está dizendo que esta é a interpretação deste texto. Mas este argumento é fraco por três razões:
1a) Do fato de o Senhor Jesus afirmar que a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada nem neste século nem no futuro, devemos concluir apenas que esse tipo de pecado é imperdoável, e não que alguns pecados são perdoados no além-túmulo;

2a) Podemos provar que a nossa interpretação não está errada, visto que Marcos, ao registrar o mesmo fato, disse que Jesus falou assim: “Porém, o que blasfemar contra o Espírito Santo,jamais terá perdão” (Mc 3.29. Grifo nosso);

3a) Se existisse algum pecado que o Senhor perdoasse só no além-túmulo, de tal perdão não poderíamos inferir o cumprimento de alguma pena no purgatório, visto que cumprir pena não é o mesmo que ser perdoado. Cristo perdoa ou não perdoa? A pena será cumprida ou perdoada?
      Vimos acima que há outros versículos bíblicos citados pelo senhor Fontes, no intuito de fazer crer que a Bíblia fala de purgatório. Estes demais texto também são sugeridos pelo clero católico como prova “bíblica” do purgatório, porém, seus argumentos são sempre facilmente refutáveis, e, por isso, por ora limito-me a considerar Mt 12. 32.
      O chamado purgatório é antibíblico, não porque este vocábulo não aparece textualmente, ou ainda porque os textos bíblicos isolados, dos quais se serve o clero católico, estão tratando de outro assunto, mas também (e principalmente) porque há doutrinas bíblicas que serão solapadas, caso aceitemos o purgatório católico. Sim, se o motivo pelo qual os evangélicos rejeitam a doutrina católica sobre o purgatório, fosse apenas porque esta palavra não consta textualmente da Bíblia, como, erroneamente, o supõe o senhor Fontes, seríamos, de fato, incoerentes, já que cremos na Trindade de Deus, embora este vocábulo não esteja grafado nas páginas da Bíblia. Mas, com muito prazer informo ao senhor Fontes, que não é este o caso.
SENHOR FONTES, O QUE TEM A VER UMA COISA COM A OUTRA?


SEÇÃO X: MISSAS EM LATIM

   -9. Em 600 os serviços feitos em latim e rezas dirigida a Maria;
   - O latim é tão importante que foi uma das 3 línguas em que foi escrita a causa da condenação de Jesus e colocada na sua cruz (Jo 19,20).  Assim no Oriente o rito litúrgico continuou com o grego como língua oficial. No ocidente (Roma), o grego foi cedendo lugar ao Latim, até que no quarto século, a Igreja de Roma foi definitivamente latinizada (cf. A. G. Martimort ed; La Chiesa in preghiera, Collegeville, 1992, I, p. 161-165).

CONSIDERAÇÃO
       Nos dias de Cristo, assim como alguns séculos após, havia bons motivos para se escrever e falar o latim, pois este idioma ainda era língua viva. Mas, no decorrer dos séculos, foi paulatinamente caindo em desuso, até fenecer ou se transformar em outros idiomas: português, espanhol, italiano... E, a partir daí, não há nada que justifique o seu uso no culto cristão. Aliás, o clero católico sabe disso, já que declinaram do uso do deste idioma no ritual da Missa desde 1965. Ora, se o negócio é bom, importante e necessário, por que não continuaram? Parou por quê? Por que parou?
       A Drª Vera Lúcia, minha ex-professora de latim na Faculdade de Letras, me fez ver quão importante é conhecer esta língua, para o entendimento aprofundado dos idiomas que dele derivam _ no meu caso, o português.
       O conhecimento do latim é ainda relevante, em certos ramos da Ciência, como, por exemplo, a Lingüística: os letrandos e letrados que o digam.
       As línguas vivas experimentam mutações amiúde, donde as nomenclaturas das descobertas e invenções científicas num idioma morto, ser preferível. Mas para comunicar o Evangelho de Cristo aos povos, que geralmente não dominam sequer a forma escolarizada de suas próprias línguas, seu uso não me parece razoável. E os apóstolos e outros hagiógrafos também pensavam assim. Certamente este é o motivo pelo qual preferiram o grego koiné (popular), ao grego ático (clássico) quando da composição do Cânon neotestamentário. Há muito pouco do ático no Novo Testamento. Em Atos dos Apóstolos encontramos uma boa porção desse grego erudito, por cujo motivo há os que cogitam que Lucas, ao redigir seu texto, tivesse em mente “apresentar a fé cristã aos níveis mais cultos da sociedade romana” (Bíblia de Estudo Almeida. INTRODUÇÃO ao livro de Atos dos Apóstolos).
       Nenhum idioma é mais divino do que o outro, mas se tivéssemos que escolher uma língua para os rituais cristãos, talvez o hebraico seria a opção número 1, visto que nesta língua se escreveu cerca de 70% da Bíblia; o grego seria, possivelmente, o segundo colocado, já que neste idioma se elaborou mais ou menos 30% da Bíblia: todo o Novo Testamento; e, provavelmente, em terceiro lugar entraria o aramaico, no qual, embora se tenha composto apenas uns 0,002 da Escritura, é, contudo, o idioma falado por Jesus e seus primeiros discípulos. Mas, latimmmmmmmmmmmm?! Dar as costas para os fiéis, falando-lhes numa língua, da qual não entendem patavina, é, deveras, uma atitude injustificável. Essa “igreja” não tem mais o que inventar!
       Após a morte e sepultamento do latim (não ignoro que, em termos lingüísticos, ele está perpetuado nas línguas que dele derivaram), ele continuou vivo na boca dos clérigos católicos. Isso dava um status que só vendo. Ademais, contribuía para que a misteriosa Missa (na qual um simples mortal -- mas investido da autoridade que “Deus” lhe delegara pelas mãos do sucessor de São Pedro -- faz uma pilha de bolachas virar Deuses) se tornasse cada vez mais impressionante.
       Certamente, ninguém entendia nada, mas é aí que estava a maravilha. Por volta do ano de 1975, um católico tentou me humilhar nestes termos: “O Padre estudou muito e sabe das coisas. Até mesmo uma língua que ninguém conhece, ele entende. Vê se o Pastor sabe pregar em latim! O Padre não mais diz missa em latim, porque não quer; mas o Pastor não prega em latim porque não sabe”. Oh! Como fui humilhado! (ironizo).
       Para maiores informações, queira ver as Seções V, XXIV, XXVI , XXVII e XXXI.


SEÇÃO XI: A INSTITUIÇÃO DO PAPADO

   -10. Em 606 Bonifácio III se declara Bispo Universal, ou Papa;
   - Não sabemos onde retiram tanta bobagem. O primeiro papa foi Pedro instituído por Jesus (Mt 16,16-19).
   Antes de Bonifácio III (606-607) houve 65 papas !!!

CONSIDERAÇAO
       Na Igreja Primitiva não havia esse negócio de líder mundial do Cristianismo. O único líder mundial era Cristo. Uma das muitas provas disso, consta de Gl 2.7-9, onde o apóstolo Paulo diz que o Evangelho da incircuncisão lhe havia sido confiado, isto é, ele atuava entre os gentios; enquanto Pedro exercia o apostolado da circuncisão, a saber, Pedro atuava entre os judeus. Estes dois apóstolos podiam atuar, naturalmente, em todo o mundo, pregando o Evangelho a toda a criatura, e sendo admirados e respeitados por toda a Igreja, mas cada um com ênfase sobre sua respectiva área. Logo, está claro, não havia, nos dias do apóstolo Paulo, o líder universal da Igreja. E, se havia, este não era Paulo, nem tampouco Pedro, já que, segundo a Bíblia, estes dois apóstolos tinham seus respectivos campos de ação delimitados pelo Dono da Seara: um exercia o apostolado da circuncisão, e o outro, o apostolado da incircuncisão. Além disso, se houve alguém que se destacou entre os demais apóstolos, este foi o apóstolo Paulo que, embora fosse humilde, não pôde negar que trabalhou muito mais do que os outros apóstolos (1Co 15. 10); o que confirmamos, quando atentamos para as suas muitas epístolas, bem como para as suas viagens missionárias registradas em Atos dos Apóstolos.
       Eu disse há pouco, que, em Gl 2.7-9, o apóstolo Paulo diz que o Evangelho da incircuncisão lhe havia sido confiado, isto é, ele atuava entre os gentios; enquanto Pedro exercia o apostolado da circuncisão, a saber, Pedro atuava entre os judeus. Contudo, Pedro era apenas um dos mais influentes apóstolos da igreja judaica (Gl 2.9), e não o principal Pastor da igreja que estava em Jerusalém. Ora, se ele não era o principal, nem mesmo numa igreja local, como poderia sê-lo na Igreja Universal? Além disso, se ele fosse o líder mundial, nada demais, porém, até nisso o Catolicismo é azarado. Levou-me a essa conclusão, o seguinte: Se lermos At 15 com a devida atenção, veremos que quando Pedro se levantou para falar, o debate já havia começado (v.7), o que prova que não foi ele quem declarou aberta a Assembléia. E isso indica que ele não era o Papa, já que deve ser da competência deste, abrir os concílios. E, quando Pedro se cala, Tiago toma a palavra, e fala até o fim, o que prova que ele (Tiago) era o presidente do conclave, por cujo motivo deu a última palavra. Voltando a Gl 2.9, vemos que o nome “Tiago” é o primeiro da lista, o que reforça a idéia de que a liderança da igreja dos da circuncisão, havia sido confiada a ele, não a Pedro (talvez devesse isso às suas muitas viagens missionárias). E, como se não bastasse, o versículo 12, referindo-se aos irmãos da circuncisão, diz que eles vieram da parte de Tiago: “Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago [...]” (Grifo nosso). De quem?! De Tiago?! Por que não de Pedro?!
       Por volta do século II, a Igreja passou a ser supervisionada por cinco bispos eleitos dentre os demais: O Bispo de Roma, o de Jerusalém, o de Antioquia, o de Constantinopla e o de Alexandria. Algum tempo após, o Bispo da igreja que estava em Roma assumiu a liderança dessa união de igrejas (NICHOLS, Robert Hastings. História da Igreja Cristã. São Paulo: Editora Cultura Cristã. 11 ed. 2000, pp. 47-49, 63-64).
       É bom lembrarmos que Pedro foi um “papa” bem diferente: Era casado (Mc 1.30), pobre (At 3.6), cheio do Espírito Santo (At 4.8), humilde (Gl 2.11, comparado com 2 Pe 3. 15-16), etc. Quão diferentes são os papas da romana: São solteiros (obrigatoriamente), ricos (têm muito ouro e não pouca prata), arrogantes (infalíveis; donos da verdade; detêm, com exclusividade, o poder de interpretar a Escritura; têm poder para fabricar tantos quanto Deuses quiserem, usando como matéria prima uma simples bolacha...). E ai da igreja que não se submete ao seu bastão! Não é de Cristo!
       Mt 16. 16-19, supracitado pelo senhor Fontes, não faz de Pedro o líder mundial da Igreja, e, portanto, o primeiro Papa. Ademais, se Pedro foi ou não foi, o chefe universal do Cristianismo, isso não faz a menor diferença. Esse tema não é nem mesmo, digno de um debate teológico.
       “O bispo Strossmayer disse, perante o Concílio Vaticano I: ‘Não me sendo possível encontrar nenhum vestígio do Papa nos tempos apostólicos, disse para mim mesmo: talvez possa descobrir o que procuro nos anais da Igreja. E procurei o Papa nos quatro primeiros séculos, mas não consegui encontrá-lo’”(FERNANDEZ. Carta Aberta a Um Católico. s.e.; s.d. p. 39. Grifo no original).
       Maior informação no capítulo II do meu livro Análise Bíblica do Catolicismo Romano, disponível no meu site: www.pastorjoel.com.br, e também nas Seções XIX e XL


SEÇÃO XII: BEIJANDO OS PÉS DO PAPA?!

   - 11. Em 706 a obrigatoriedade de se beijar os pés do Bispo Universal;
   - Onde? Qual documento?

CONSIDERAÇÃO
       Bem, não sei se há ou não, alguma encíclica papal determinando que seus subalternos lhe beijem os pés. Nas encíclicas por mim examinadas, não encontrei nada a respeito. Mas, como não examinei nem um décimo desses documentos, me julgo inapto para discorrer sobre este assunto, quer contra, quer a favor de qualquer das partes ora em litígio: o senhor Fontes e o autor da afirmação em questão. Sim, não sei quando, onde, e como isso começou. Contudo, vale perguntarmos ao senhor Fontes o seguinte: Com ou sem uma exigência a ferro ao rubro, não é certo que os pés dos Papas são beijados até hoje? Com suas objeções, o senhor quer dizer que isso começou antes (ou depois) de 706, ou o senhor quer dizer que os Papas não têm tido seus pés beijados pelos seus subalternos?
       Remeti um e-mail à irmã Mary Schultze (pesquisadora de religiões, vinculada ao CPR), perguntando-lhe se ela estava em posse de algum documento tratando deste assunto; e ela, após dizer-me que não, acrescentou: “Todos nós já temos visto na TV os padres, bispos e fiéis beijando os pés do papa. Isso é normal na Igreja de Roma. [...] quando o papa recebe o ofício, sempre aparecem os seus capachos beijando-lhe os pés. Nunca viu?”. Bem, redireciono esta interrogação ao senhor Fontes: “Nunca viu?”
       Senhor Fontes, um gesto desses é indigno desde sempre e para sempre. Logo, pouca relevância há na datação disso. Conseqüentemente, se os pés dos Papas não têm sido beijados pelos seus liderados, o autor do folheto em lide, equivocou-se. Contudo, se a irmã Mary Schultze está com a razão, quando, em apoio ao autor do folheto em questão, argumenta dizendo que “Todos nós já temos visto na TV os padres, bispos e fiéis beijando os pés do papa. Isso é normal na Igreja de Roma. [...] quando o papa recebe o ofício, sempre aparecem os seus capachos beijando-lhe os pés...”, então já passou da hora de o senhor Fontes dar as mãos à palmatória.


SEÇÃO XIII: CULTO ÀS IMAGENS E RELÍQUIAS

   -12. Em 786 foi introduzida a adoração a imagens e relíquias;
   - Deus não se contradiz. Se Ele proibisse fazer imagens, como Ele mesmo mandaria fazer em Ex 25,28; Ex 26,1; Nm 21,8... ???

CONSIDERAÇÃO
       É do conhecimento de todos os leitores da Bíblia que, segundo a mesma, Deus proibiu confeccionar imagem de escultura, assim como também mandou fabricá-las. Está escrito: “Não farás para ti imagem de escultura [...]. Não as adorarás, nem lhes darás culto” [...] (Bíblia Sagrada. Traduzida pelo Padre Antônio Pereira de Figueiredo. São Paulo: Novo Brasil Editora Ltda. s.d. Êxodo, cap. 20. vv. 4 e 5. s.d.).
       Amiúde os protestantes recorrem a este texto e outros correlatos, em repúdio ao culto às imagens, culto este incentivado pelos líderes católicos. Estes, porém, recorrem ao seguinte argumento:

“[...] o texto de êxodo 20. 4-5 não era uma proibição absoluta, mas condicionada por circunstâncias em que vivia o povo de Israel, haja vista que o próprio Deus mandou que se confeccionassem imagens sagradas” (Êx 25. 17-18; 1 Rs 6.23-29; 7. 23-28; 1 Cr 228-13). (Bíblia Apologética. São Paulo: ICP Editora, 2000, p. 101).

       Entretanto, em resposta a esse argumento, a mesma Bíblia Apologética, representando a opinião evangélica, responde que

“[...] Se os filhos de Israel tivessem [...] cultuado esses objetos [...], Deus mandaria destruí-los. Foi isso que aconteceu com a serpente de bronze, levantada por Moisés no deserto, quando se tornou objeto de culto” (2Rs 18.4) (Ibidem, p. 102).

       Isto prova que os evangélicos também entendem que a proibição constante de Êxodo, cap. 20, vv. 4-5, diz respeito à confecção de imagens dos deuses, para fins de culto a estes. E que, é exclusivamente neste sentido, que tais imagens devem ser desdenhadas. Mas os pagãos que se fingiram de convertidos ao cristianismo no século IV, muito longe de desdenhar tais imagens, adaptaram-nas ao culto cristão, como já documentei nos meus livros Análise Bíblica do Catolicismo Romano e O Culto a Maria à Luz da Bíblia e da História, disponíveis no site www.pastorjoel.com.br. E assim permanece até hoje. Isto posto - crêem os protestantes -, o culto às imagens de Maria e outros santos, transgride sim, o prescrito em Êxodo, cap. 20, vv. 4-5, quanto às imagens dos ídolos. Ora, fica estabelecido uma vez por todas, que os protestantes não discordam do uso de imagens em si, mas sim, do emprego das mesmas no culto, principalmente se esse culto não for rendido exclusivamente a Deus. Deste modo, claro está que as estátuas de Getúlio Vargas, Tiradentes, Marcílio Dias, e outros vultos nacionais não sofrem o repúdio dos protestantes. E que, portanto, certamente, se nos dias apostólicos existissem máquinas fotográficas, e se os apóstolos tivessem sido fotografados, nenhum protestante hesitaria possuir uma foto deles. Igualmente, se algum contemporâneo dos apóstolos, tivesse esculpido estátuas ou desenhado imagens que deveras contivessem seus traços, certamente que tais ícones seriam estimados pelos evangélicos, como também veneram as fotos de seus parentes e amigos, bem como reverenciam as estátuas e bustos de seus patrícios, cujo patriotismo os destacou. Talvez desdenhassem tais ícones (refiro-me às inexistentes estátuas e fotos dos apóstolos), por temer estar induzindo outrem à idolatria, e não por acreditar que tal ato fosse em si mesmo, pecado.
       Dissemos que “talvez desdenhassem tais ícones, por temer estar induzindo outrem à idolatria”. É razoável supormos isso? Cremos que sim, pelo seguinte: Se estátuas feitas por quem não conheceu os apóstolos (e, portanto, não trazem seus traços físicos), já são tão cultuadas, que não fariam aos retratos de Maria, de Cristo, dos apóstolos, e outros grandes vultos do cristianismo, se tais fotos existissem?

       Que dizem os católicos sobre os fenômenos atribuídos às imagens de Maria? Vejamos:

       Há muitas provas de que os pagãos atribuíam às estátuas de seus deuses, intrigantes fenômenos. Referindo-se a esses ídolos, a Bíblia Apologética op. cit., observa que [os pagãos] “Acreditavam [...] que a divindade se fazia presente por meio dessa prática” (Ibidem). Ademais, consta da Bíblia que os pagãos criam que a imagem da deusa Diana havia descido de Júpiter (Atos dos Apóstolos, cap. 19, v. 35). Estes fatos históricos nos ajudam a entender, que também neste aspecto o marianismo (isto é, o culto a Maria) perpetua uma prática pagã, já que às imagens de Maria se atribuem notáveis fenômenos. Obras oficiais da Igreja Católica, como é o caso do livro Maria, Por que Choras?, impresso sob o imprimatur do Reverendíssimo Eugene J. Driscoll, nos dizem que as estátuas de Maria têm chorado, sangrado, sorrido, exalado fragrância, e até falado. (HEBERT, Albert J. Maria, Por que Choras? Rio de Janeiro: Edições Louva-a-Deus. 3 ed. 1991, pp. 1, 3, 34, 36).
       Em abono a essa fé católica - de atribuir o sobrenatural às imagens de Maria -, fé esta que os protestantes tacham de superstição e pecado de idolatria -, o dito livro Maria, Por que Choras? registra as seguintes palavras do Papa João Paulo II: “Se a virgem chora, isto quer dizer que tem seus motivos” (Ibidem, p.1). Num panfleto católico, em poder deste autor, distribuído pelos promotores da campanha católica Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis, afirma-se textualmente que os olhos da estátua de Nossa Senhora de Fátima “já choraram milagrosamente 14 vezes!”. Consta do verso do dito panfleto, fac-símile de uma carta remetida pelo Cardeal Sílvio Oddi, ao Reverendíssimo Cônego José Luiz Marinho Villac, ardoroso apoio do Vaticano, pelo empenho desse Cônego na coordenação da supracitada campanha. E estas informações de primeira mão, nos impelem a crer, que o ex-Padre Aníbal não foi, necessariamente, fantasioso (ou até mesmo mentiroso), quando registrou às páginas 13-14 de seu livro A Senhora Aparecida, que a estátua de Nossa Senhora Aparecida teria (segundo crença católica difundida até por clérigos) fugido da casa do devoto Felipe Pedroso, rumo ao alto de uma colina. Desta colina trouxeram-na em vão, visto que para lá regressou ela. Donde inferiram que Nossa Senhora queria que ali se construísse para si uma capelinha. O que tudo se executou com muita presteza!

       Bem, vimos que a posição oficial da Igreja Católica quanto aos prodígios atribuídos às imagens de Maria, é que tais ícones realmente podem chorar, sorrir, sangrar, exalar perfume, falar. Assim pensava o Papa João Paulo II, bem como ainda pensam expoentes membros do clero católico, como é o caso dos Reverendíssimos Sílvio Oddi, José Luiz Marinho Villac, Albert J. Hebert e Eugene J. Driscoll. Mas nem todos os católicos pensam assim. Até mesmo entre o alto clero católico há quem pense diferente. Entre estes, há os que suspeitam tanto da sinceridade, como da intelectualidade dos que crêem nessas coisas. Por exemplo, o cardeal-arcebispo Dom Aloísio Lorscheider, afirmou destemidamente: “Eu não acredito em imagem de Nossa Senhora que chora. Os bobos correm atrás disso pois não sabem quantas mutretas há por trás de coisas assim” (ANKERBERG e WELDON. Os Fatos Sobre o Catolicismo Romano. Porto Alegra: obra Missionária Chamada da Meia-noite, 1997, p. 81, Apêndice, citando a revista Veja, de 22, mai. 1991, p. 32. Grifo nosso). Esta ousada declaração é comprometedora, pois assim, esse cardeal põe em xeque a idoneidade de expoentes clérigos da mesma envergadura que ele, que piamente confessam crer na autenticidade desse fenômeno. Aliás, Dom Aloísio abalou as estruturas da própria Igreja Católica, já que a crença no fenômeno por ele rebatido, visto por ele como bobagens e/ou mutretas, não é exclusiva dos leigos, nem tampouco próprio dos católicos não–praticantes (e por isso, mal informados), pela qual não seja justo, portanto, que a Igreja responda; mas reconhecido oficialmente pela Igreja Católica, como já demonstramos, quando nos reportamos ao livro Maria Por que Choras?, e ao panfleto com o Brasão do Vaticano, sustentando que a estátua de Nossa Senhora de Fátima já chorou 14 vezes. Bem, se os que crêem nisso são bobos que ignoram as mutretas que há por trás dessas coisas, que pensa Dom Aloísio do Cardeal Sílvio Oddi, do Reverendo Albert J. Hebert, do Cônego José Luiz Marinho Villac, do Bispo Eugene J. Driscoll, e, sobretudo, de Sua Santidade João Paulo II? Estes expoentes líderes católicos são bobos ou mutreteiros? Bem, só Dom Aloísio pode responder a estes questionamentos.
       Tudo que dissemos acima sobre o culto às imagens, pode ser dito acerca do culto à relíquias: culto, só a Deus.
SENHOR FONTES, O QUE TEM A VER UMA COISA COM A OUTRA?


SEÇÃO XIV: SOBRE ÁGUA BENTA

   -13. Em 850 foi introduzido o uso da água benta;
   -A aspersão de purificação também existe deste o AT - Nm 19,17ss)
   - Na Igreja é ousada desde os primórdios, em correlação com o Batismo. o Batismo é um sacramento; a água benta é um sacramental).
   - Onde os protestantes arranjaram esta data? Qual documento?

CONSIDERAÇÃO
       Bem, o batismo é bíblico, mas esse negócio de água benta, não. E recorrer ao Antigo Testamento para se defender, seria cômico, se não fosse trágico.

“Não precisamos esconder o fato de que velas, incenso e água benta, eram comumente empregados em cultos pagãos e em rituais prestados aos mortos” WOODROW, Ralph. Babilônia: a Religião dos Mistérios. Recife: Associação Evangelística. 1966, p. 128. Citando a The Catholic Encyclopedia, vol. 3, p. 246, art. “Candles”. Grifo nosso).

       O senhor Fontes pergunta: “Onde os protestantes arranjaram esta data? Qual documento?” Mas é ele quem tem que mostrar em que parte do Novo Testamento ele se apóia para dizer que a Igreja usa água benta “desde os primórdios”. Onde está escrito isso, senhor Fontes? Isso consta do Evangelho Segundo São Fontes ou da Epístola de São Nilton ao CPR? E não me venha com “provas” extrabíblicas. Poupe-me desse disparate. Cite o Novo Testamento, se é que o senhor pode fazê-lo. Relembro que a exatidão da data é irrelevante, visto que sendo essa heresia mais velha do que pensamos, ou mais nova do que imaginamos, que importa?
       Para que se possa dizer que uma doutrina remonta aos primórdios do cristianismo, é imprescindível que: a) seja datada do primeiro século; b) que conste do Novo Testamento; c) que o texto seja interpretado à luz do contexto. Se o senhor Fontes pode satisfazer estas exigências, então lance mão à obra. Mas se não, cale-se, pelo amor de Deus!
SENHOR FONTES, ONDE O SENHOR ARRANJOU ISSO?


SEÇÃO XV: SOBRE O CULTO AOS ÍDOLOS NOVAMENTE

   -14. Em 890 o culto a José
   - O culto aos santos remonta aos primórdios da Igreja, como atesta o historiador Eusébio de Cesaréia:
   "Igualmente o trono de Tiago, o primeiro a receber do Salvador e dos apóstolos o episcopado da Igreja de Jerusalém e freqüentemente nas Escrituras é designado como irmão de Cristo (Gl 1,19; 1Cor 15,7; Mt 13,55), foi conservado até hoje e os irmãos da região sucessivamente o cercaram de cuidados. Deste modo realmente demonstram a todos a veneração que os homens de outrora e os atuais dedicavam e ainda dedicam aos homens santos, porque amados de Deus. Eis o referente a esta questão." (Eusébio de Cesaréia, HE VII,19. 375 DC).

CONSIDERAÇÃO
       Amor, respeito, estima, veneração... pelos amados irmãos que já se foram desta vida, são práticas louváveis que, deveras, remontam não só aos primórdios da Igreja (século I), mas caracteriza o povo de Deus de todos os tempos. No entanto, esse tal de culto aos santos, ensinado pela Igreja Católica, remonta mesmo, é ao paganismo. Não foi inspirando-se nas ações do povo de Deus, registradas na Bíblia, que os clérigos católicos aprenderam a invocar os mortos, mas sim, inspirando-se no paganismo. Nem mesmo a adulterada Bíblia católica ensina isso. Esse negócio de invocar os mortos salvos, recomendado pelo Compêndio do Vaticano II, p. 101, não é respaldado nem mesmo pela Bíblia católica que, como sabemos, foi adulterada com a inserção de livros espúrios. Por exemplo: Se somarmos o fato de que em II Macabeus 15. 11-16 consta que Onias e Jeremias, que então já mortos, oravam a Deus pelos judeus, ao fatode que Deus não mandou que peçamos aos mortos que intercedam por nós junto a Ele, teremos (se crermos que Macabeus é a Palavra de Deus) um bom motivo para acreditarmos que os mortos oram pelos vivos; mas ainda assim, não teremos o apoio da Bíblia católica para pedirmos que eles o façam. Isso seria uma questão deles com Deus, à qual não deveríamos nos meter.
       O senhor Fontes certamente vasculhou a Bíblia, na expectativa de encontrar nela algo a que se apegar para contraditar os protestantes. Porém, não o encontrou. Então vasculhou a História Eclesiástica, mas também, nada achou. Entretanto, há um texto de autoria do famoso historiador Eusébio de Cesaréia (já li o livro deste Pai da História Religiosa) que, com uma porção de fanatismo cego, uma colher de desonestidade e uma pitada de astúcia, bem pode parecer a uma pessoa extremamente incauta, que os cristãos primitivos devotavam aos fiéis falecidos, o mesmo culto que a Igreja Católica dedica aos santos. Mas alguém já disse acertadamente, que “o mal do sabido é pensar que todo mundo é bobo”.
       Realmente, no texto sobredito, transcrito da obra de Eusébio, nada consta que possa nos impelir a crer que o referido historiador tenha registrado que os cristãos primitivos ajoelhavam aos pés das estátuas dos santos falecidos, suplicando que estes rogassem por eles a Deus. NÃO CONSTA!!! E se constasse? Eu diria com muita intrepidez, à luz da Bíblia: “Eusébio errou”.
       Não podemos deixar de perceber, que Eusébio não era do século I, pois nasceu em 265 d.C., e morreu em-340 d.C. Eusébio foi contemporâneo do Imperador Constantino I, sob cujo poder régio, iniciou-se o sincretismo do Cristianismo com o paganismo greco-romano, donde originou o que hoje conhecemos pelo nome de Igreja Católica Apostólica Romana. Logo, se Eusébio tivesse aprovado o tal de culto aos santos, isso não seria novidade, pois já existiam nos seus dias, pessoas com essas tendências. Afinal, a degeneração que redundou no Catolicismo Romano, embora estivesse engatinhando, já era uma realidade nascida há décadas.
       Os verdadeiros cristãos de hoje não invocam os mortos, porque pertencem a um povo que nuca fez isso: o povo de Deus de todos os tempos. Para que invocar os mortos, se o Vivoatende as súplicas dos que se dirigem a Ele, em nome do Redivivo?
       Senhor Fontes, que os santos são dignos de estima, mesmo depois de mortos, é ponto pacífico entre católicos e evangélicos. A controvérsia é outra, e o senhor sabe disso.

SENHOR FONTES, O QUE TEM A VER UMA COISA COM A OUTRA?


SEÇÃO XVI: CANONIZAÇÃO DOS SANTOS

   - 15. Em 993 a canonização dos santos;
   - As referências aos santos estão profusamente assinaladas nas Escrituras. São inúmeras passagens: Lc 1 ,70; At 3,21; Rm 1,7; 8.27; 1Cor 7,14 ...etc...etc..

CONSIDERAÇÃO
       Que a Bíblia fala dos santos, não há divergência alguma entre católicos e protestantes. Mas a chamada canonização (que deveria ser rotulada de divinização, visto que, a partir daí, uma criatura passa a ser tratada como se fosse um deus ou um a deusa) é estranha ao cristianismo original.
       José Gonçalves, um erudito Pastor assembleiano, referindo-se ao culto a Maria, disse:

“Um fato relevante a ser destacado é que essa doutrina, com suas diferentes versões, era desconhecida dos cristãos primitivos. Até mesmo os teólogos católicos romanos reconhecem esse fato” (GONÇALVES, José. Mensageiro da Paz. Rio de Janeiro: CPAD. Novembro de 2005, nº 1446, p. 15).

       E (ato contínuo à transcrição supra, como prova de sua afirmação, Gonçalves transcreve do livro O Culto a Maria Hoje, publicado pela Edições Paulinas (editora católica), o seguinte:

“[...] Não podemos dizer que a veneração dos santos _ e muito menos a da Mãe de Cristo _ faça parte do patrimônio original”.

A transcrição efetuada pelo Pastor Gonçalves, conta com a corroboração da Bíblia Apologética, op. cit., p. 102, nota de rodapé sobre Êx. 20: 4-5 que, por sua vez, também nos reporta ao livro O Culto a Maria Hoje. São Paulo: Edições Paulinas. 3 ed. 1980, p. 33, cujo autor principal é o teólogo católico Wolfgang Beinert).


SEÇÃO XVII: SOBRE JEJUM

   -16. Em 998 o jejum as sextas feiras e na quaresma;
   - Mais uma ignorância protestante, pois o jejum é bíblico: "Podem porventura jejuar os convidados das núpcias, enquanto está com eles o esposo?" (Mc 2,19). Outros: Mt 17,20; At 27,9.33...)

CONSIDERAÇÃO
       Não há unanimidade entre os evangélicos, quanto ao ato de jejuar, como parte da adoração, oração e clamor a Deus. Há os que crêem tratar-se de uma prática obsoleta, bem como os que o consideram importante, para uma busca mais intensiva da face do Senhor. E como resolvemos esse impasse? A resposta é que _ por não ser esta uma questão de vida ou morte _, na impossibilidade de se chegar a um consenso, o respeito recíproco é a solução. Sim, pois tanto os que jejuam, como os que não jejuam, já estão salvos pela graça por meio da fé (Ef 2.8-9). Não há, pois, porque trocarmos acusações mútuas à custa disso, tachando uns aos outros de ignorantes, como o senhor Fontes o fez acima. Já dizia Agostinho: “Nos essenciais, unidade; em não-essenciais, liberdade; e em todas as coisas, amor” (HANEGRAAFF, Hank. Cristianismo em Crise. Rio de Janeiro: CPAD. 4 ed. 2004, pp.51-2).
       Quanto à minha posição pessoal sobre o jejum, notifico que respeito os que não crêem na vigência do mesmo, mas não comungo da mesma idéia. Além disso, jejuo regularmente.
       Não jejuar não é uma “ignorância protestante”, como o supõe o senhor Fontes, por, pelo menos, duas razões: a) Pouquíssimos são os evangélicos que rejeitam esta prática, por razões teológicas; b) todos nós erramos em algum ponto. Ninguém acerta tudo. Este é o motivo pelo qual o apóstolo Paulo recomendou respeito à opinião alheia, aos romanos (cf.: Rm 14). Será que ele estava profetizando que dali sairia uma igreja intolerante, anatematizando por atacado, torturando, tachando os verdadeiros cristãos de ignorantes por banalidades, e assassinando os dissidentes nas fogueiras da Santa Inquisição? Quem sabe? Não duvido, não.


SEÇÃO XVIII: FESTA DOS FIÉIS DEFUNTOS

   -17. Em 1003 foi instituída as festas dos fiéis defuntos;
   - Não imagino onde esses protestantes arranjam tanta bobagem. Quem souber, por favor, me avise !
   - Se desde o AT já havia o costume de se rezar pelos mortos (2Mc 12,46)...

CONSIDERAÇÃO
       Lá vem o senhor Fontes com Macabeus novamente! À luz (seria melhor dizer “às trevas”) de Macabeus, ele acha que nossa postura não passa de bobagem. Somos um bando de ignorantes.
       Já refutamos esse negócio de rezar pelos mortos, há pouco. Por isso não teço aqui, maiores considerações sobre essa questão.
O SENHOR FONTES NÃO É AVE-MARIA, MAS TAMBÉM É CHEIO DE GRAÇA.

SEÇÃO XIX: SOBRE A INFALIBILIDADE PAPAL E ECLESIAL

   -18. Em 1076 o dogma da infalibilidade da igreja
   - Qual o documento?
   - O que sabemos é que a infalibilidade da Igreja se fundamenta na Palavra do Senhor, claríssima: "as portas do inferno não prevalecerão contra ela."(Mt 16 ,18).

CONSIDERAÇÃO
       Que o Catolicismo sustenta esse negócio de infalibilidade da Igreja, Fontes não nega: “[...] sabemos [...] que a infalibilidade da Igreja se fundamenta na Palavra do Senhor [...]”, disse ele, acima. O que ele não está aceitando, é que isso seja uma invencionice datada do ano de 1076. Na ótica dele, o próprio Cristo teria dito que a Igreja é infalível. Logo, a infalibilidade da Igreja é uma crença neotestamentária, tendo, pois, cerca de 2000 anos de existência; e não apenas 932 anos: 2008-1076= 932. Mas, uma instituição que assassina os que dela divergem, não tem moral para dizer que é Igreja de Cristo, muito menos para arrogar a si o status de infalibilidade. Sendo assim, pelo menos enquanto ela andava executando os hereges, queimando-os vivos nas fogueiras da chamada Santa Inquisição, fica nu e patente que essa suposta infalibilidade inexistia.
       Fontes não é o primeiro católico que vejo apelar para Mt 16. 18, a fim de “provar” que a Igreja Católica nunca sucumbiu, considerando que Cristo teria profetizado que ela seria indestrutível, visto ser infalível o seu fundamento: Pedro e seus sucessores, os Papas. Mas, contra fato não há argumento. Logo, nasce daí a seguinte pergunta: Jesus mentiu? A resposta é:

A) Não, mas a Igreja de Cristo não é a Católica, não é o Movimento Protestante, não é a Igreja Ortodoxa, não é a Igreja Copta, não é a Igreja Jacobita, nem tampouco qualquer outra ramificação do Cristianismo, mas sim, o conjunto dos que Lhe são fiéis. Alguns dos membros da Igreja de Cristo, não pertencem a nenhuma igreja; outros estão dentro das igrejas evangélicas; e, por mais incrível que possa parecer, há membros da verdadeira Igreja, dentro da Igreja Católica. “Como assim?”, você talvez pergunte de olhos arregalados, se é evangélico. Vou aclarar, dando dois exemplos: a) O ex-Padre Aníbal, após abjurar (em seu coração) o Catolicismo, permaneceu nessa seita por mais de três anos, tentando mudá-la. Nesse ínterim, ele debateu até com o Papa Paulo VI e diversos outros clérigos, tentando convencê-los que a instituição católica estava falida, carecendo, portanto, duma reforma, ou seja, dum retorno às origens. Findo este tempo, sentindo-se como um peixe fora d’água, e convencido de que estava malhando em ferro frio, pediu exoneração de seu ofício sacerdotal, e se vinculou à Igreja Batista. Ora, ele não saiu da Igreja Católica para se salvar, mas sim, por ter se salvado há mais de três anos; b) algumas pessoas, após entregar suas vidas a Cristo num trabalho evangelístico interdenominacional, passam meses, visitando as igrejas evangélicas, a fim de escolher aquela com a qual mais se identifiquem. Ora, seria subestimar o sangue de Cristo, dizer que só se salvarão, quando optarem por uma dessas igrejas, filiando-se à mesma.
       Igreja nenhuma salva. A Igreja é salva, e não salvadora. E essa Igreja invisível é que é a Igreja contra a qual as portas do Inferno não prevalecem. Em outras palavras, sempre existiram os fiéis, quer dentro da Igreja Católica, quer fora dela. E é com esses que o Capeta não pode. Saibam os católicos uma vez por todas, que os idólatras, os assassinos, os vendedores de indulgências, etc., não têm nada a ver com a Igreja de Cristo. E o mesmo podemos dizer desses “pastores” charlatães que estão cada vez mais ricos às custas dos ingênuos.
      Qual o documento?! É o senhor Fontes quem tem que nos informar onde e quando arranjaram isso. A data fornecida pelo autor do panfleto em análise, pode até estar equivocada, mas isso é irrelevante. Relevante não é precisar a data dessas heresias, com exibição de documentos comprobatórios, mas sim, o abandoná-las. E, no caso em lide, Fontes aquiesce que deveras a sua ‘igreja” (na verdade, o Papa) se julga infalível. E ainda intenta fundamentar essa suposição, em Mt 16.18. É muita petulância!

B) A opinião mais corrente entre os evangélicos, é que, ao dizer Jesus que as portas do Inferno não prevalecerão contra a Sua Igreja, estava tão-somente garantindo que os Seus fiéis existiriam na Terra até àquele Dia. E nem de longe deixou subtendido que não “[...] entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas [...]” (At 20. 29-30), forçando os fiéis a protestar, mesmo em meio a torturas até à morte, na vigência da Santa Inquisição. E como deveriam agir os verdadeiros membros da verdadeira Igreja, quando esta profecia paulina se cumprisse? Exatamente o que recomendou o apóstolo Paulo: “Destes, afasta-te” (2Tm 3.5b). E eles o fizeram? Sim! Desde que tais lobos cruéis se intrometeram entre as ovelhas, estas se puseram a protestar e a se separar, mesmo com dano da própria vida: "Depois que o Cristianismo se impôs e dominou em todo o império, o mundanismo penetrou na igreja e fez prevalecer seus costumes. Muitos dos que anelavam uma vida espiritual mais elevada estavam descontentes com os costumes que os cercavam e afastavam-se para longe das multidões. Em grupos ou isoladamente, retiravam-se para cultivar a vida espiritual..." (HURLBUT, Jesse LymanHistória da Igreja Cristã. São Paulo: Editora Vida. 8 ed. 1995, p. 83). E, finalmente, sabemos que Lutero queimou publicamente a bula de excomunhão que lhe foi remetida por aquele charlatão (pois era simonista, isto é, mercador de “indulgências”) chamado Papa Leão X. Sim, para Lutero era um prazer e uma honra, ser expulso daquela Sinagoga de Satã, por aquele embusteiro, visto que isso equivalia a dizer que o próprio vigarista confessava que Lutero não era da sua laia; e que, portanto, não fazia parte da sua panelinha. É como bem o diz um de nossos hinos:

“Ninguém detém. É obra santa (BIS)
Nem Satã e o mundo todo pode apagar este ardor
Ninguém detém. É obra santa.
Esta causa é do Senhor”.

C) Há duas igrejas: a chamada igreja visível, que é constituída daqueles que se dizem cristãos; e a intitulada igreja invisível, formada por aqueles que, deveras, são discípulos do Senhor. E esta é que é a Igreja contra a qual nada podem as partas do Inferno. Com esta Igreja, o Inferno não pôde, não pode, e nem poderá jamais. Neste contexto, porém, a Igreja Católica nada mais é que uma das armas empunhadas pelo Inferno, no seu inglório afã de prevalecer contra a Igreja de Cristo. Sim, os clérigos católicos não fazem parte, sequer, da igreja visível, visto que esta é constituída somente daqueles cujo exterior aparenta ser genuinamente cristã, não cabendo a nós julgarmos quem é quem, pelo menos até que os falsos e os autênticos se revelem pelos seus atos. Ora, o clero católico não é cristão por dentro, nem tampouco aparenta sê-lo por fora. Logo, não são nem mesmo, membros da igreja visível;

D) Só Deus pode tirar essa heresia chamada infalibilidade papal e a subseqüente infalibilidade eclesial, da cabeça dos católicos. Nada adianta lhes mostrar que essas crenças não constam da Bíblia, visto que embora a Bíblia diga de si mesma, que ela contém tudo quanto necessitamos saber para sermos salvos, assim como para nos preparar para toda a boa obra (vimos isso na Seção I), os católicos não crêem nisso, pois não têm a Bíblia como única regra de fé e prática. Orientam-se também pela tal de Tradição, e, sobretudo, pelos “infalíveis” papas. Um bom católico poderá até ler a Bíblia, no intuito de encontrar nela algo a que se apegar para refutar um protestante; mas jamais escrutinará um dogma católico, à luz das Escrituras, objetivando se certificar da autenticidade ou não do mesmo, visto que fazê-lo, por si só já é negar a fé católica, segundo a qual, um dogma católico é invariavelmente certo, visto que o Papa é inerrante em matéria de fé e costumes, quando fala ex-cátedra, isto é, do alto de sua cadeira. Assim, o Papa é infalível; e a prova disso é que quem o disse é o próprio infalível, o qual, por isso mesmo, exibe uma interpretação infalível de Mt 16.18, segundo a qual ele é infalível. Mas será que Mt 16.18 está mesmo dizendo que o Papa, por ser infalível, guarda a Igreja Católica de sucumbir sob as heresias? Um católico típico dirá que sim, visto que quem está dizendo que é isso que Mt 16.18 diz, é o próprio infalível. Assim, o Papa tem como álibi, em defesa de sua infalibilidade, um dogma de sua autoria, segundo o qual, ele é infalível. E quem duvida disso, não é católica de verdade, pois está pondo em xeque um dogma que, por ter sido sancionado por um infalível, é ponto indiscutível. Logo, a infalibilidade da interpretação, apóia-se na infalibilidade do intérprete; e a infalibilidade do intérprete, por sua vez, apóia-se na infalível interpretação de que ele é infalível. Assim, uma infalibilidade serve de sustentação à outra. Deste modo têm-se provas sobre provas de que o Papa é infalível, donde se pode ver, que os protestantes se equivocam, quando acusam a Igreja Católica de heresias. O raciocínio é: a) se há heresias de perdição na Igreja Católica, então ela sucumbiu; b) se ela sucumbiu, então as portas do Inferno prevaleceram contra ela; c) se as portas do Inferno prevaleceram contra ela, então Jesus mentiu, pois Ele asseverou, em Mt 16.18, que isso nunca iria acontecer; d) quem está dizendo que esta é que é a interpretação correta de Mt 16.18, é o infalível sucessor de São Pedro; e) e, como Jesus não mente, e é impossível que a interpretação do Papa sobre Mt 16.18 esteja errada, então a Igreja Católica continua pura. Assim, a infalibilidade “a” é apoiada pela infalibilidade “b”, que, por sua vez, se apóia na infalibilidade “a”. E é viajando nessas infalibilidades, percorrendo-as de uma extremidade à outra, que o clero católico chegou aonde chegou.
       Relembro o que, como fiel representante da heresia católica sobre a tal de infalibilidade papal, disse o Padre Álvaro Negromonte:

“Um bom católico nunca põe em dúvida a autoridade da Igreja. Antes, procura ser cuidadoso da obediência que lhe deve. Cuidadoso e ufano. Vale a pena obedecer a quem manda com a mesma autoridade de Cristo e faz leis tão sábias.
      “Assistidos pelo Espírito Santo, o papa e os bispos têm uma visão que nos falta nos negócios da Igreja. As suas ordens devem ser obedecidas e não discutidas. Quando nossos pontos de vista não coincidirem, será por deficiência nossa” (NEGROMONTE, Álvaro. O Caminho da Vida. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora. 15 ed. 1957, p. 240, grifo nosso);

       Depois dessa, nenhum recurso nos resta, senão a oração. Só Deus pode abrir a cabeça dum infeliz desses, levando-o a entender que ele está falando como louco. Mas, do fato de eu dizer que só Deus pode libertar tão grande néscio, se subentende que nem tudo está perdido. Há, pois, esperança. Logo, continuemos orando e argumentando à luz da Bíblia e da razão. E é deste arrazoado que nasceu os parágrafos abaixo. Vejamo-los.
       Há pouco, a imprensa falada e escrita noticiou que o Papa Bento XVI confessou que o Papa não é infalível. Isso fez com que muitas pessoas sem formação teológica pensassem que, finalmente, temos um Papa que não se julga o inerrante dono da verdade. Mas é ledo engano. A Igreja Católica nunca negou que o Papa é um ser humano normal, do qual se pode esperar desde as maiores virtudes, aos piores vícios. Paralelamente, porém, alardeia aos quatro ventos que o Papa é infalível. Há, nisso, alguma incoerência? Para posicionar-se quanto a se há ou não incoerência nisso, você precisa entender o que a Igreja Católica está querendo dizer, quando afirma que o Papa é infalível. Por infalibilidade papal, deve-se entender apenas, que o Papa está em condição de fazer uma pronunciação infalível, e que ele a fará, sempre que isso se fizer necessário. Fora disso, seus atos e suas opiniões são discutíveis, pois podem estar ou não, certos. Isso significa que de nada adianta um evangélico enumerar as muitas incoerências entre os Papas, bem como as diversas atrocidades (incestos, homicídios, adultérios, blasfêmias, simonia, falcatruas, megalomanias, vigarices, falsidades ideológicas, sadismo, crueldades, etc.) dos Papas, intuindo, com isso, provar que o Papa não é infalível. Quando assim fazemos, os Padres percebem logo que estamos falando do que não entendemos, e prontamente nos rebatem, dizendo que “o Papa também erra, e que a Igreja Católica não nega isso”. E isso embaralha a cabeça do evangélico, bem como de todos os que não entendem a fundo essa questão. Estes perguntam: Afinal, a Igreja Católica prega ou não prega que o Papa é infalível? E a resposta é a seguinte: Depende. Depende?! Sim, depende. Como assim?! Vou lhe explicar: Ele é, mas não é; e não é, mas é. Isso significa que quando ele julga necessário recorrer ao carisma de infalibilidade que Deus lhe teria delegado, então ele lança mão desse recurso, e faz uma pronunciação ex-cátedra, a qual é, por isso, infalível, pondo fim a toda e qualquer discussão sobre o assunto até então discutível. Quando isso ocorre, a doutrina em questão, até então discutível, vira dogma. E dogma não se discute, visto que o Papa estava fazendo uso do poder de infalibilidade de que é investido, quando posicionou-se teologicamente sobre a tal questão. Na maioria das vezes, porém, os Papas preferem não lançar mão desse poder que Deus lhes teria delegado, por cujo motivo, a maior parte das doutrinas da Igreja Católica, constantes até dos Catecismos oficiais, ainda não são artigos de fé, isto é, não são dogmas; podendo, por isso, serem alteradas, e até abandonadas.
       Se perguntarmos a um católico típico se há uma possibilidade de o Papa cometer todos os tipos de erros, ele seguramente dirá que sim. Mas, se perguntarmos se o Papa é infalível, ouviremos, com certeza, o mesmo sim, visto que, doutro modo, será atípico. E, na ótica dele, não há nisso incoerência alguma, pois crê que esse homem falível, nunca erra, quando faz uma pronunciação ex-cátedra, isto é, em nome de seu Santo Ofício Pastoral, em pleno uso do carisma de infalibilidade inerente ao seu cargo de Pastor universal dos fiéis, Bispo dos Bispos, e Doutor da Igreja. O porquê dessa infalibilidade reside no fato de que, segundo se crê, nesse caso, o Papa não fala de si mesmo, mas é o Espírito Santo quem fala nele. Mas, o que os católicos não percebem, é que se deveras ele pode cometer todos os tipos de erros (o que a Igreja Católica não nega), então há uma possibilidade de ele dizer que está falando inspirado pelo Espírito Santo, estando, na verdade, falando de si mesmo, ou inspirado por um demônio. E se a Igreja Católica disser que isso é impossível, então ela é incoerente, já que confessa que o Papa é um ser humano normal, do qual se pode esperar de tudo.
       Se a infalibilidade papal é um ponto facultativo ao Papa, da qual ele lança mão quando bem quer, por que ele não opta por sê-lo ininterruptamente? Nós, Pastores evangélicos, cometemos inúmeros erros, enquanto ensinamos a Bíblia às nossas ovelhas e ao povo em geral. Todavia, deve-se-nos perdoar, pois somos seres humanos falíveis, e não temos como nos tornarmos infalíveis nem por um segundo sequer. Entretanto, os Papas são indesculpáveis, já que erram por que querem, pois há latente neles, um poder incomum: o carisma de infalibilidade. E eles erram? Bem, as muitas incoerências entre os Papas, provam que sim, visto que Deus não se contradiz. E, como sabemos, a Igreja Católica não nega que os Papas erram. E há incoerências entre os Papas? Sim, há. Para não cansá-lo, veja só este exemplo: O cientista italiano Galileu Galilei, defensor da tese de que o nosso sistema é heliocêntrico (tese esta que também fora proposta pelo astrônomo Copérnico), teve que dizer até que é o Sol que gira em torno da Terra (geocentrismo), já que a isso foi forçado pelo “infalível” Papa Paulo V (1605 – 1621) e, mais tarde, por outro nada menos “inerrante”, o Papa Urbano VIII (1623 – 1644), que assim determinaram, sob pena de morte na fogueira. Mas hoje, nenhum Papa prega o geocentrismo, pois todos sabemos que o correto é o heliocentrismo. Logo, os Papas Paulo V e Urbano VIII, erraram, o que não é negado por nenhum católico, segundo me consta. E aqui temos o registro de dois erros ao mesmo tempo: a) erraram por defender uma teoria que já se confirmou como falsa; b) erraram por achar que tinham o direito de assassinar os que não cometiam o erro de defender o geocentrismo. Logo, há incoerências entre os Papas. E eu não estou censurando-os por serem seres humanos falíveis, mas sim, admirando-me do fato de não se envergonharem de se autoproclamarem infalíveis.
       Os Papas só recorrem ao carisma de infalibilidade de que estão investidos, diante de questões extremamente sérias? E essa questão de matar os “hereges” não era suficientemente séria para merecer uma análise à luz do carisma de infalibilidade do qual, segundo crêem, são dotados por Deus? Ah! Eles são seres humanos, passíveis de todas as falhas próprias dos mortais, inclusive à falha de não recorrer à infalibilidade que lhes foi outorgada por Deus, quando deveriam recorrer! Nesse caso, o Papa seria também passível do erro de dizer que falou ex-cátedra, em nome de seu Santo Ofício Pastoral, como autêntico sucessor de São Pedro e representante de Cristo, inspirado pelo Espírito Santo, e, portanto, de modo infalível, sem sê-lo de fato? Se sim, então os dogmas não são indiscutíveis; e se não, então é incoerente dizer que os Papas são passíveis de todas falhas próprias dos mortais. Pensem nisso os que ainda pensam, para deixarem de dizer que “dogma é indiscutível, visto ser impossível que esteja errado, já que quem o sancionou foi o Santo Papa”. Em nome de Jesus, deixem essa estultice! Parem de lorota!
       Bem, vimos que os papas só recorrem ao carisma de infalibilidade que Deus lhes conferiu, quando isso se faz imprescindível. Vimos, também, que via de regra eles não lançam mão deste recurso; e que, por isso, a maior parte das doutrinas católicas, não são dogmas. E, por não serem dogmas, são discutíveis, podem sofrer ajustes, e, inclusive, podem ser abandonadas. Por exemplo: O Padre pode ou não pode se casar? A resposta é: Já pôde, não pode, e é possível que volte a poder. Por que? Porque o celibato imposto pela Igreja não é dogma. E por que não é dogma? Porque os Papas ainda não quiseram lançar mão de um parecer infalível sobre este assunto. Isto significa que os Papas ainda não sabem se isso é ou não certo. A qualquer hora dessas, portanto, eles podem liberar o casamento, mesmo sem saberem se estão fazendo ou não a coisa certa. Por quê? Porque assim como sem recorrerem ao carisma de infalibilidade inerente a seus cargos de Bispo universal, determinaram e mantêm o celibato clerical, nada impede que eles, sem lançarem mão da infalibilidade, liberem o casamento aos clérigos. E se isso ocorrer, a dúvida continuará. Claro, eles fazem assim, porque querem que assim seja, pois podem emitir um parecer infalível, com peso de uma irrevogável e indiscutível ordem do Espírito Santo, por ser a vontade absoluta de Deus. Mas, não o fazem. Por que será? Caro leitor, sendo um dogma uma pronunciação infalível, não pode ser revogado, visto que fazê-lo, constituiria uma prova de que o Papa não é infalível coisa nenhuma. Logo, não transformar esse e outros pontos que exigem cautela, em dogmas, é prudente, visto deixar margem para um possível jogo de cintura, isto é, enquanto o povo estiver aceitando bem essa situação, vai ficando assim; e, caso se perceba que o povo está se escandalizando com esse troço, e por isso emigrando dessa seita, resolver-se-á o problema, antes que a “Igreja” acabe, liberando o casamento ao clero. Entendeu? E o que acabei de dizer sobre o celibato clerical, pode ser dito sobre diversas outras questões. Só para citar um exemplo, a Igreja Católica prega oficialmente que recém-nascido não-batizado não é filho de Deus, mas sim, escravo do poder das trevas (diabo e seus demônios? Obviamente que sim), está debaixo do poder do Maligno (o diabo), e, se morrer assim, sua alma não vai para o Paraíso Celestial, mas sim, para um lugar ruim, onde não podem ver a face de Deus, do qual não se sabe se poderão ou não sair um dia. Bem, os Papas já tiveram coragem suficiente para registrar isso por escrito no Catecismo da Igreja Católica (aprovado pelo Papa João Paulo II em 1992), e no Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (aprovado pelo Papa Bento XVI em 2005), mas ainda não ousaram fazer disso um dogma, o que significa que eles preferem continuar sem saber se isso é ou não verdade, e o motivo nós já sabemos. Aliás, isso que dizem dos recém-nascidos não-batizados do celibato, já é verdade de fé. Só não é ainda, artigo de fé. É brincadeira de mal gosto, ou não é?
       A respeito de Maria, mãe de Jesus, a Igreja Católica faz quatro afirmações, das quais divergem os evangélicos. São as seguintes: a) Imaculada conceição (diferentemente dos demais seres humanos, ela não teria o pecado original, ou seja, a natureza pecaminosa); b) maternidade divina (por ser mãe de Jesus, que é Deus, ela seria mãe de Deus); c) assunção ao Céu (ao encerrar o seu peregrinar terráqueo, ela teria sido elevada ao Céu em corpo e alma); d) virgindade perpétua (além de ela e seu esposo José, nunca terem se relacionado sexualmente, seu hímen não se rompeu, quando do nascimento de Cristo); Mas dessas quatro afirmações católicas sobre Maria, só as três primeiras são dogmas, também chamados de artigo de fé, ou, ainda, de doutrina definida solenemente. Eis a prova: Numa Bíblia de estudo, publicada pela Edições Paulinas, traduzida pelo Padre Matos Soares, 9ª edição de agosto de 1981, num texto revisado pelo Bispo Dom Mateus Rocha, como nota explicativa referente a Mateus 1.25, consta o seguinte: “Mateus afirma a virgindade de Maria antes do parto. Que ela tenha permanecido virgem no parto e depois dele, nós o sabemos pelos santos Padres e pela Igreja, e é verdade de fé católica, isto é, universalmente admitida, embora ainda não tenha sido definida solenemente” (Grifo meu). Logo, a doutrina de que Maria permaneceu virgem para sempre, embora seja uma “verdade de fé católica [...], universalmente admitida” ainda não é dogma. É verdade de fé, mas não é artigo de fé; é verdade de fé católica, universalmente admitida”, mas não é dogma; é doutrina da Igreja Católica, mas ainda não foi definida solenemente.  E, sendo assim, ninguém será anatematizado (ou excomungado da Igreja Católica) se não crer nisso. Por que? Porque, embora a Igreja Católica já pregue que isso é verdade, os papas ainda não lançaram mão de sua infalibilidade, para fazer uma pronunciação infalível e irrevogável. É brincadeira, ou não é? Estranho, não? Não há nada mais esquisito do que o Papa e os Bispos de todo o mundo, reunidos em um conclave extraordinário, da envergadura do Concílio Vaticano II, presidido por um infalível, cujo inerrância é extensiva aos Bispos presentes ao Concílio (a Igreja Católica prega que a infalibilidade papal é extensiva aos Bispos em comunhão com ele, principalmente em um Concílio Ecumênico [Catecismo da Igreja Católica, op. cit., p. 255]), e então tomarem decisões que são exaradas no Catecismo oficial dessa Igreja, mas com a ressalva de que nem tudo que esse Catecismo contém, é ex-cátedra. E, que portanto, tudo que está contido no dito Catecismo, é verdade de fé, mas nem tudo é artigo de fé. Tudo é doutrina da Igreja, mas entre assas doutrinas há aquelas que não são dogmas. E o porquê disso, é que o Papa e os Bispos não quiseram que todas as decisões fossem ex-cátedra. Mas por que não quiseram ser infalíveis em tudo, já que podem sê-lo quando bem querem? Por que eles nos ensinam algo que pode não estar certo, e que portanto, poderá sofrer alterações que oscilem desde uma simples melhora, à rejeição total, se eles estão em condição de fazer uma pronunciação infalível? Por que eles nos ensinam algo que pode não estar certo, se eles estão em condição de só nos passar a verdade? Se estão com a faca e o queijo na mão, por que agem como se não estivessem?  Seria tão bom, se todo o conteúdo do Catecismo, tim-tim por tim-tim, fosse ex-cátedra! Neste caso, nada poderia ser revogável, mas isso não seria inconveniente. Para quê, mudar a verdade? É preferível uma verdade eterna, a uma inverdade que possa ou não durar para sempre. As inverdades não são boas nem mesmo por um curto espaço de tempo. Ó, Papa, troque, por favor, todas as verdades de fé, pelos artigos de fé, ou seja, pelos inerrantes dogmas que só tu podes produzir! Faze-nos este favor! Isso não te custa nada. O mesmo tempo que tu gastas para falar algo falível, gastas para falar ex-cátedra.
Observação: Sobre as provas documentais acerca do que a Igreja Católica diz sobre os recém-nascidos não-batizados, queira ver o capítulo III do meu livro Análise Bíblica do Catolicismo Romano, disponível no site www.pastorjoel.com.br.
       Eu disse acima que só Deus pode tirar esse negócio de infalibilidade papal e eclesial da cabeça dos católicos. Quero, porém, me retratar. Concluo, finalmente, que nem Deus é capaz de fazê-lo. Por que penso assim? Porque essa heresia não está na cabeça deles, mas sim, no coração. Esse conto do vigário nasceu na cabeça dos vigaristas, mas se desenvolve e frutifica no coração dos incautos. Que quero dizer com isso? Resposta: Que o católico não entende isso, mas tão-somente o aceita pela “fé”. Por que cheguei a essa conclusão? Resposta: Isso não cabe na cabeça de quem raciocina. Logo, essa crendice não cabe na cabeça deles (já que também são inteligentes), por cujo motivo guardam-na no coração, isto é, aceitam-na sem que isso coadune com a razão, por julgarem que se trata de um mistério intransponível e insondável, que transcende as fronteiras do raciocínio humano. Ora, se essa superstição não está na cabeça deles, mas sim, nos seus corações, é de lá que Deus vai tirá-la, caso permitam que Ele, qual médico, lhes faça uma “cirurgia”, visando a extração desse “corpo-estranho”. Sim, “corpo-estranho”. Estranho ao Cristianismo original. Neste não se cria que o “cardeal” Paulo, portador de “uma visão que nos falta nos negócios da Igreja” (como o supõe o Padre Álvaro Negromonte), tivesse que ser seguido cegamente (Confere com At 17.11). E nem ainda o “Papa Pedro I”, era visto como portador de uma visão transcendental, inalcançável pelos demais seres humanos, por cujo motivo exigiam dele explicações razoáveis (Confere com At 11. 1-18).
       Para maiores informações sobre a suposta inerrância papal, e a subseqüente "infalibilidade" da Igreja Católica, favor dirigir-se às Seções XI e XL.


SEÇÃO XX: SOBRE O CELIBATO

   -19. Em 1079 foi decretado o celibato sacerdotal por decreto de Bonifácio VII, para que os herdeiros não desviem as possessões da igreja
   - O Celibato não se opõe ao Matrimônio que é um Sacramento da Igreja, e é fundamentado na Palavra de Jesus que diz: "há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus."(Mt 19,12). Conselho reforçado por São Paulo: "Pois quereria que todos fossem como eu.. ."(1Cor 7,7). A praxe do celibato sacerdotal tem suas raízes em 1Cor 7,32-34.
   Na Igreja: Concílio de Elvira (Espanha) por volta do ano 300; proibia aos Bispos, sacerdotes e diáconos, sob pena de degradação, o uso do matrimônio e o desejo de ter prole (cânon 33).
   Concílio Ecumênico de Latrão-I em 1123: a todos os clérigos, a partir do subdiaconato, foi prescrito o celibato.
   - Mais uma vez, esses protestantes estão muito mal informados !

CONSIDERAÇÃO
      Segundo o Catolicismo, aquele que tem vocação para o sacerdócio não pode se casar. Mas, como já mostramos várias vezes, o Catolicismo não resiste a um confronto com as Escrituras Sagradas. E, no que diz respeito ao celibato clerical, as coisas não são diferentes. Senão, vejamos o que disse o apóstolo Paulo: “Fiel é esta palavra: Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra deseja. É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, temperante, sóbrio, ordeiro, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, mas moderado, inimigo de contendas, não ganancioso; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com todo o respeito (pois se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da Igreja de Deus?); não neófito, para que não se ensoberbeça e venha a cair na condenação do Diabo. Também é necessário que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em opróbrio, e no laço do diabo” (1Tm 3.1-7. Grifo nosso).
      O texto acima transcrito dispensa explicação, tal a sua clareza. Mas os padres (não todos, é claro) não cessam de citar versículos isolados do contexto, extraídos de 1Co 7, onde o apóstolo Paulo confessa que optou pelo celibato e aconselha a todos os cristãos (não somente o clero) a fazerem o mesmo. Mas eles precisam considerar versículos como estes:

“...Bom seria que o homem não tocasse em mulher; mas por causa da prostituição, tenha cada homem a sua própria mulher e cada mulher o seu próprio marido.” (1Co 7.1-2. Grifo nosso);

“Quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um deste modo, outro daquele. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu. Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se” (1Co 7.7-9);

“Ora, quanto às virgens, não tenho mandamento da parte do Senhor, dou, porém, o meu parecer, como quem tem alcançado misericórdia do Senhor para ser fiel. Acho, que é bom, por causa da instante necessidade, que a pessoa fique como está” (1Co 7. 25-26. Grifo nosso);

       Com isso o apóstolo Paulo estava querendo dizer que quem não sente incontrolável necessidade de relacionar sexualmente, não precisa se atazanar com isso; pelo contrário, deve tirar proveito disso, dedicando-se à obra do Senhor. Lembremo-nos que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus. Aprova de que esta interpretação está certa, é o fato de o apóstolo haver dito que “quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um deste modo, e outro daquele” (1Co 7.7). Logo, é uma questão de dom. Ademais, o apóstolo disse : “Se não podem conter-se, casem-se” (1Co7.9). Então há aqueles para os quais a libido não deve ser contida por toda a vida. Sim, há aqueles que “não podem conter-se,” reconheceu o apóstolo. Para esses, o casamento é o que há de melhor “porque é melhor casar do que abrasar-se” (1Co 7.9). E se esses irmãos se sentem vocacionadas ao Santo Ofício Pastoral? Devem ser rejeitados? Já vimos acima que Paulo os aceitava sem reservas, contanto que fossem maridos “de uma só mulher”.
      Sugerimos que o leitor leia todo o capítulo 7 de 1Coríntios, comparando-o com 1Timóteo 3.1-7, para se livrar dos enganos que constituem o Catolicismo Romano.
      Alguns evangélicos optaram pelo celibato, mas o fizeram e fazem porque, como o disse o apóstolo Paulo, eles tinham (ou têm) esse dom (1Co 7.7), e não por uma exigência das igrejas nas quais congregavam ou congregam. Este é, por exemplo, o caso do ex- padre (e atual Pastor) Agrício do Vale que continua solteiro para melhor servir a Deus.
      A Bíblia é toda inspirada por Deus (2Tm 3.16). Logo, uma doutrina bíblica não pode estar apoiada num versículo isolado do contexto.
      Via de regra, os católicos dizem que o celibato não é imposto pela Igreja, a nenhum padre, já que ele, antes de ser ordenado, toma ciência de que não poderá se casar, uma vez ordenado. Aí ele é livre para aceitar ou não. Mas os católicos precisam saber que, se assim é, então o padre “opta” pelo celibato por “livre e espontânea” pressão. Ora, isso é coeso, mas é incoerente. E só não seria assim, se lhe dissessem mais ou menos o seguinte: “À luz do que está exarado em 1Co 7.7, nós somos da opinião de que o teu ministério será mais produtivo, se optares pelo celibato. Mas, estamos cientes de que cada qual tem de Deus o seu próprio dom (1Co 7.7). Portanto, nós te aceitaremos como Ministro do Evangelho, seja qual for a tua decisão acerca deste tema”. É assim que o Papa age? E essa atitude do Papa e seus cardeais, não colide com 2Tm 3.1-7? O fato de o apóstolo Paulo dizer que convém que o bispo seja marido de uma só mulher, não constitui prova cabal de que ele aceitava no Santo Ofício Pastoral, aquele que, embora vocacionado para o Santo Ministério, não quisesse ser celibatário? Será que não está claro nas páginas da Bíblia, que na Igreja Primitiva, o celibato, extremamente raro, era uma opção, e nunca uma coação?
       Muitos católicos leigos, mesmo sem nenhuma formação teológica, já perceberam que a Igreja Católica erra, por impor o celibato. Mas os chefões dessa seita, Doutores em Teologia, portadores do carisma de infalibilidade à mão, podendo usá-la à hora em que bem quiserem, ainda não enxergaram que estão errados. Será? Eu creio que eles sabem muito bem, tanto quanto nós, os mortais, que estão arbitrando em seus próprios nomes, quando mantêm o celibato.
      Realmente, todo mundo é livre para ser ou não padre, mas ninguém é livre para ser ou não um padre casado. O celibato é imposto ao padre. E isso é errado. Não é uma atitude antibíblica, um cristão optar por não se casar, mas é um absurdo dizer que só os celibatários podem ser aceitos no quadro de Ministros do Evangelho. Isso é coisa desses megalomaníacos, que se julgam infalíveis, donos absolutos da verdade, etc.

A idade do celibato na “Igreja”
       A obrigatoriedade do celibato clerical (que, com muita propriedade, pode se rotular de celibato gregoriano) em toda a Igreja Católica, foi decretada pelo Papa Gregório VII, ou Hildebrando, no ano 1074. Naquele ano, Hildebrando exigiu que os Padres solteiros não se casassem; e no ano seguinte, obrigou os padres casados a se divorciarem de suas esposas e a abandonarem os seus filhos:

“A ordem que Gregório deu com respeito ao casamento do clero teve resultados terríveis. Dissolveu os mais respeitáveis matrimônios, separou os que Deus tinha unido, maridos, mulheres e crianças, deu lugar às mais lamentáveis discórdias e espalhou por toda a parte as negras calamidades; especialmente as esposas eram levadas ao desespero, e expostas à mais amarga dor e vergonha. Mas quanto mais forte era a oposição, mais alto se proclamavam as maldições contra qualquer demora na plena execução das ordens do pontífice. Os desobedientes eram entregues aos magistrados civis, para serem perseguidos, privados dos seus bens, e sujeitos a indignidades e sofrimentos de todas as espécies” (KNIGHT, A. e ANGLIN. W. História do Cristianismo. Teresópolis: Casa Editora Evangélica. 2 ed. 1947, p. 127).

      Alguns preferem datar o celibato clerical do ano 1123 d.C., quando o Concílio de Latrão I tornou norma geral para o clero católico o que desde o IV século alguns Concílios regionais vinham hereticamente impondo aos bispos de algumas regiões do Ocidente. Mas o Concílio de Latrão I nada mais fez que ratificar o que Gregório VII generalizara e impusera com punho de ferro.E por que o Concílio de Latrão I teve que ratificar o celibato clerical? A resposta é que o celibato clerical sempre teve seus adversários entre os próprios clérigos. Isso força os papas a, de quando em quando, ralhar com os intransigentes. Além disso, até entre os Papas houve quem opusesse à imposição do celibato aos Padres. Veja esta cópia:

“O papa Gregório VIII (1187) ordenou que se esvaziasse um grande aquário num convento de monjas em Roma. Foram ali encontrados aproximadamente, seis mil esqueletos de recém-nascidos. Diante desse horror, o papa Gregório VIII aboliu o celibato, mas seus sucessores o reinstituíram” (WEISS, Karl. A Igreja que veio de Roma. Op. cit., p. 29. Grifo nosso).

       Disso tudo, uma só coisa é relevante: A imposição do celibato eclesiástico não tinha lugar entre os cristãos do primeiro ao terceiro séculos. A partir daí foi-se impondo isso paulatinamente até dar no que deu. Até o Padre D. Estêvão Bettencourt, ardoroso defensor do celibato clerical, demonstrou reconhecer que na Igreja Primitiva os Ministros do Evangelho eram casados. Disse ele: “[...] A partir do século IV Concílios regionais foram impondo essa prática como obrigatória aos candidatos ao sacerdócio no Ocidente [...]” (Pergunte e Responderemos, Ano XLIV, nº 489, março/2003, página 32 [ou página inferior 128]. Grifo nosso).
      Sim, leitor,

Na Igreja Primitiva não havia monges nem freiras” (HURLBUT, Jesse Lyman. História da Igreja Cristã. São Paulo:Editora Vida. 8 ed. 1995, p. 83).

 

Há padres que também pensam assim
       Segundo a revista Time, de 23/02/1970, foram endereçados ao Vaticano, cerca de 10.000 petições de clérigos católicos, requerendo dispensas de seus votos celibatários. Isso prova que até os sacerdotes católicos que ainda não perderam a capacidade de pensar, conseguem enxergar o absurdo dessa imposição ridícula.
       Segundo a revista Super Interessante, nº 246, de dezembro de 2007, há, no mundo, nada menos que 400.000 Padres. Mas, paralelamente, há também 150.000 ex-Padres que deixaram a batina para se casar. Isto prova que há milhares de Padres enxergando quão errado é a imposição do celibato ao clérigo.

Que pena!
      Temos pena dos padres, pois estão se privando de uma coisa maravilhosa, que é ter uma esposa e filhos. Como é bom ser pai! Como é bom constituir nosso próprio lar! Mas os papas roubaram isso dos padres, iludindo-os.
      Alguns padres se dão por realizados, por estarem se relacionando sexualmente com freiras e outras mulheres, inclusive casadas. Outros se dão ao homossexualismo, à pedofilia, etc. Mas eles precisam saber que a mera satisfação do desejo sexual não é tudo. Precisamos de algo mais. Necessitamos de um cônjuge e de filhos nascidos de um relacionamento calcado na Palavra de Deus. E esta bênção está ao alcance dos padres e freiras, pois o Senhor Jesus pode libertá-los desse sistema mentiroso, hipócrita, satânico, abusado... que há séculos vem iludindo milhões. Satânico? Exagerei? Acho que não. Pelo que me consta, apóio-me na Bíblia. Senão, vejamos:

“Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência, proibindo o casamento e ordenando a abstinência dos manjares que Deus criou para os fiéis e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças” (1Tm 4. 1-4. Grifo nosso).

A “hermenêutica” do Fontes
       Vimos acima que o senhor Fontes citou a Bíblia intuindo “provar” que o celibato clerical está calcado na Bíblia. Disse ele: “O Celibato [...] é fundamentado na Palavra de Jesus que diz: ‘há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus.’(Mt 19,12). Conselho reforçado por São Paulo: ‘Pois quereria que todos fossem como eu.. .’(1Cor 7,7). A praxe do celibato sacerdotal tem suas raízes em 1Cor 7,32-34” (Grifo nosso). Nada, porém, está mais longe da verdade. Este é um exemplo do que são capazes os apaixonados pelo erro. Mt 19. 12 fala de “eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos”, o que não é o caso dos Padres, que são feitos eunucos por um sistema herético e autoritário, que não lhes dá opção, quanto a serem ou não, casados. Na transcrição de 1Co 7.7, fontes se valeu de reticências. Por que o fez? Bem, este é um recurso gramatical legítimo, do qual também lanço mão. Mas no caso do senhor Fontes, há um detalhe importantíssimo por trás disso, que não quero que o leitor ignore. Trata-se do seguinte: Na primeira parte deste versículo, o apóstolo Paulo, que não tinha esposa, disse que ele quereria (quereria não é o mesmo que quero e é diferente de queria) que todos os homens (não só os clérigos) fossem como ele mesmo. Já na segunda parte, ele diz: “mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira, e outro de outra”. Será que o senhor Fontes recorreu às reticências porque percebeu que a citação deste versículo por parte dos defensores do celibato, faz o tiro sair pela culatra? Fontes, o senhor viu que o feitiço já ia virar contra o feiticeiro, não é mesmo? Ah! Conta!
       Bem, comparando todo o capítulo 7 de 1Co., com 1Timóteo 3.1-7, cheguei às seguintes conclusões: a) O apóstolo Paulo era celibatário, e sugeriu o mesmo a todos os cristãos, contanto que pudessem se conter; b) que, por não ser esse dom, comum a todos os cristãos, Paulo concluiu que nem todos podem se conter, e que, para os tais, o melhor é casar; c) que ele estava pronto a ordenar a Bispo (ou seja, a Pastor [na Bíblia, Presbítero, Pastor e Bispo não são três cargos distintos, mas três títulos dados à mesma pessoa. Todo Pastor é Bispo, e todo Bispo é Presbítero. Veja At 20. 17-18,28, onde Paulo manda chamar os Presbíteros, aos quais, quando chegaram, ele se dirigiu, chamando-os de Bispos e Pastores]), os casados que por Deus fossem vocacionados ao Santo Ofício Pastoral; d) que essas conclusões são tão óbvias, que duvido da sinceridade dos que dizem interpretar diferente. Embasbacar-me-ei, se um “infalível” desses me disser que estou equivocado.

Para que serve o celibato gregoriano?
       Pedofilia, homossexualismo, adultério e infanticídio, andam de mãos dadas com o celibato gregoriano. Referindo-se a isso, diz o jornalista Maurício Horta:

“Só nos EUA [...] 4392 sacerdotes católicos foram denunciados por esse tipo de crime entre 1950 e 2002” [Nota: Horta se refere à pedofilia]. “Isso dá 4% do total de pessoas que exerceram o sacerdócio no país nesse período. Um número alto, ainda mais tendo-se em mente que menos de 1% da população pode ser classificada como pedófila.
       “Os casos com crianças são os mais visíveis entre os que envolvem a sexualidade dos Padres. Mas não faltam exemplos em outras searas. Há estimativas, veja só, de que metade dos sacerdotes brasileiros tenham amantes. Boa parte deles, homens. E denúncias de que o Vaticano abriga uma grande comunidade gay, com chefões da Igreja fazendo sexo sodomasoquista. [...] E os que matam os filhos para não ter de largar a batina.
       [...]
       “Se existem 400 mil padres hoje no mundo, também há 150 mil pessoas que largaram a batina para casar. [...]
       “Mas alguns sacerdotes que furam o bloqueio não têm estrutura para encarar as conseqüências. Foi o que aconteceu com o padre mexicano Dagoberto Arriaga. Sua fuga do celibato lhe rendeu um filho. Com medo de ser expulso da Igreja, ele matou a criança em 2005. Acabou condenado a 55 anos de prisão.
       “Seria então a porcentagem de homossexuais na Igreja maior do que fora? Para o psicoterapeuta americano Richard Sipe, sim. [...]
       “[...] 30% dos padres têm amantes mulheres; 15% amantes homens; e cerca de 5% teriam ‘comportamentos problemáticos’ (como pedofilia) [...].
       “Foi à sombra da Basílica de São Pedro, aliás, que aconteceu um dos maiores escândalos dos últimos tempos envolvendo homossexualidade na Igreja.
       “Em 1962, o papa João 23 [...] instruía os chefes da Igreja a lidar com padres que abusaram de crianças e impunha um alto grau de segredo a todos os envolvidos nesses casos. A pena para quem abrisse a boca era a excomunhão automática -- incluindo as testemunhas e os acusadores” (Super Interessante. Edição 246. Dezembro de 2007, pp. 67,69, 71-73).

“O papa Gregório VIII (1187) ordenou que se esvaziasse um grande aquário num convento de monjas em Roma. Foram ali encontrados aproximadamente, seis mil  esqueletos de recém-nascidos. Diante desse horror, o papa Gregório VIII aboliu o celibato, mas seus sucessores o reinstituíram. Em outro convento em Niunberg, Áustria, desenterraram 20 potes com esqueletos de bebês.
“O papa Pio IV (1559-1565) redigiu uma bula pedindo que todas as mulheres violadas sexualmente por padres, apresentassem suas acusações. Os casos foram tantos que, em Sevilha, na Espanha, não houve condições para dar continuidade aos processos, sendo eles abandonados” (WEISS, Karl. A Igreja que veio de Roma. Rio de Janeiro: Universal Produções. 1 ed. 2000, pp. 29-30).

       Gays, pedófilos, infanticidas, etc., existem em todos os segmentos da sociedade, inclusive entre os evangélicos; mas o fato de a Igreja Católica os ter numa porcentagem muito maior do que a encontrada nos grupos laicos, é digno de nota. Atente para o fato de que, segundo transcrevemos acima, cerca 15% dos Padres são homossexuais. Ora, entre os de fora da Igreja Católica, bem como entre os leigos católicos, a homossexualidade nunca atingiu tão elevado índice. Por que isso? Que os antropólogos, psicólogos, sociólogos, psicanalistas, assistentes sociais, e sobretudo, os teólogos cristãos, debrucem sobre esse problema, em profunda reflexão, numa atitude filosófica, e assim socorram a nossa sociedade desse sistema que só presta para piorar o que já não é bom! Inquiramos sobre o porquê disso, e empreendamos juntos, obter uma resposta científica. E, sobre isso, dando minha humilde contribuição, submeto aos peritos da psique as seguintes hipóteses: A gênese de tudo isso, talvez esteja exatamente no celibato forçado, pelas seguintes razões:
a) Pessoas que não têm esse dom, mas que querem de qualquer jeito, ser sacerdotes, tentam “represar o rio” que, por fim, rompe com a “barragem” e faz um estrago que só vendo (nesse caso, a Igreja Católica seria não só cúmplice, mas a genitora do mal);

b) gays que se ocultam no “armário”, veriam no sacerdócio católico uma forma de disfarçar sua problemática, sem trazer desgosto à sua família. Neste caso, a própria Igreja estaria (mesmo sem o querer), empreendendo fazer de si mesma, um ambiente de onde os pais deveriam manter seus filhos bem distantes;

c) pessoas com tendências à pedofilia e ao homossexualismo, veriam no rigor católico, uma força externa que bem poderia ajudá-los a se conterem (isso aumentaria a quantidade de pedófilos e homossexuais entre os clérigos. Assim, o celibato estaria contribuindo para fazer da Igreja Católica um “buraco-negro” a atrair a si os maníacos sexuais;

d) decepções amorosas seriam uma fábrica de padres e freiras, que, quando saram de seus respectivos traumas, passam a ter dificuldades para se manterem castos, razão pela qual o “rio” represado rompe com a “barragem” causando vítimas. A esta altura, vale perguntar: Estariam certos os que vêem na doutrina da Igreja Católica sobre o celibato clerical, a razão pela qual o número de homossexuais e pedófilos entre os clérigos é tão alto? Essa pergunta, por ser uma questão filosófica, terá respostas diversas. Mas, caso algum erudito responda positiva e cientificamente a essa interrogação, ter-se-á concluído, então, que a Igreja Católica deixa a desejar não só em termos soteriológicos (de soteriologia, parte da Teologia que trata da doutrina da salvação), mas também falha no que diz respeito à sua utilidade moral. Ela não estaria, então, contribuindo para soerguer o moral nem mesmo de seus Ministros, mas sim, induzindo-os à obscenidade e outros crimes. E isso seria caso de polícia. Mas, como a polícia está demorando a chega, corramos já, e concomitantemente gritemos por socorro. Sim corramos, mas não corramos sós, levemos conosco nossas crianças, nossos adolescentes, nossos jovens, nossos cônjuges, etc.
       Será que um dia a Igreja Católica vai abrir os olhos e, por conseguinte, abrir mão dessa imposição gregoriana que perdura há 934 anos? (Obs.: Tomei por base de cálculo o ano de 2008: 2008 - 1074 = 934). Em 2006, o cardeal dom Cláudio Hummes disse que “apesar de o celibato fazer parte da história e da cultura católicas, a Igreja pode reverter essa questão” (Super Interessante. Op. cit., pp.69-70). Isso significa que enquanto Fontes intenta justificar o celibato, seus superiores hierárquicos cogitam acabar com isso. E será possível? Claro, essa heresia é apenas doutrina de fé, e não artigo de fé.
       Há quem justifique o celibato, alegando que se o apóstolo Paulo disse que isso é melhor do que casar, por que a Igreja não poderia impor essa castidade ao clero? Cristo merece o nosso melhor, não é mesmo? Mas, como sabemos, Paulo recomendou o celibato a toda a Igreja, e não só ao clero. Logo, se essa moda de “impor o melhor” pegar, a qualquer hora dessas vai aparecer um maluco à moda Gregório VII, ordenando, sob pena de excomunhão, que todos os católicos solteiros desistam de seus sonhos de contraírem núpcias, bem como exigindo que os casados se divorciem. E assim, em menos de 150 anos, esse “o melhor para Cristo” fará com que a espécie humana seja extinta. E uma doutrina que leve a humanidade à extinção, é mesmo o melhor para Cristo? Ainda bem que por enquanto, o Catolicismo impõe o “melhor para Cristo” só aos clérigos e às freiras. Lembre-se, que Paulo não impôs o celibato nem mesmo aos bispos, embora o tenha recomendado até aos leigos, ressalvando que essa sugestão deveria ser acatada só pelos que têm esse dom, isto é, que não sentem incontrolável carência à prática do coito. Logo, bem interpretado, Paulo não sugeriu o celibato à Igreja, nem tampouco ao clero, mas tão-somente indicou o caminho que deve ser seguido, senão por todos, pelo menos por alguns dos que, se casarem, trarão desconforto aos seus respectivos cônjuges, já que vão deixar a desejar. E, como sabemos, Paulo disse que o marido deve pagar “à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido” (1Co 7. 3). Sim, porque se o celibato é aconselhável aos que têm esse dom, os que não o têm não devem se considerar destinatários dessa sugestão. Por outro lado, pelo menos alguns dos que têm esse dom, se não se portarem como tais, meter-se-ão numa encrenca da qual dificilmente sairão vitoriosos.
       A rigor, o que Paulo disse foi: Àqueles cuja libido é dificilmente controlável, o casamento é o que há de melhor; e àqueles que não têm dificuldade nessa área, seja por uma questão hormonal, ou por causa de uma grande fé e força de vontade, ou por qualquer outra razão, sugiro que tirem proveito disso, unindo o útil ao agradável; e, deste modo, dediquem à Seara do Mestre uma maior carga horária de trabalho, poupando-se das ocupações próprias do casamento: a satisfação do cônjuge e os cuidados dos filhos. Isso significa também, que as pessoas indiferentes a sexo, longe de se sentirem inferiorizadas, devem dar glórias ao Senhor, reconhecendo “que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28).
       Sim, somando o conteúdo de 1Co 7, às exigências constantes de 1Tm 3. 1-7, percebemos que Paulo cria que é possível um homem casado ser um bom Bispo. E que, por isso, exigia apenas que o aspirante ao Episcopado, além de ser monogâmico, bom esposo e bom pai, fosse um cristão exemplar e maturo. Além disso, ele via que optar pelo celibato, desde que o indivíduo consiga trazer sua libido sob controle, sem acarretar problemas, é um bom negócio. Isso, e mais nada. Logo, o Papa Gregório e seus sucessores estão mesmo é sendo déspotas, ao impor o celibato.
       Você discorda da minha interpretação? Tudo bem. Lembre-se, porém, que tudo que a Igreja Católica está conseguindo com o seu celibato forçado, é aumentar o número de gays e pedófilos. Isso sem falar do elevado número de mulheres casadas que adulteram com Padres. Pensem nisso, os que ainda pensam.


SEÇÃO XXI: SOBRE O ROSÁRIO

   -20. Em 1090 a invenção do rosário;
   - Não sei onde os protestantes agora resolveram questionar as orações !  Será que eles não rezam (= oram)?
   O Rosário é um conjunto de orações: Credo (= símbolo dos apóstolos); Pai-nosso (bíblico); Ave-Maria (bíblia + oração da Igreja)...

CONSIDERAÇÃO
       Ainda bem, que Fontes reconhece que a Ave-Maria é uma mistura de Bíblia com “oração da Igreja”. Já mostrei acima que, segundo a Bíblia, só se deve orar a Deus. Argumentei há pouco: “Por que os apóstolos Pedro, Paulo, João... nunca pediram a São Moisés que rogasse por eles? Por que Cristo disse que devemos ir direto ao Pai (“Pai nosso que estais no Céu...”)? Pensem nisso os que ainda pensam.
       Para que serve o Rosário? Resposta: Para cultuar a uma criatura mais do que ao criador. Senão vejamos: O Rosário é, segundo o Novo Dicionário Aurélio, uma enfiada de 165 contas, correspondente ao número de 150 ave-marias e 15 padre-nossos.
       O Terço é assim chamado, porque o seu número de suas contas corresponde a um terço do das contas que constituem o Rosário. Logo, ele é uma enfiada de 55 contas, correspondente ao número de 50 ave-marias e 5 padre-nossos. E, nestes dois exemplos, a Cristo coube apenas menos de um décimo da devoção a Maria. E você acha que isso se dá por acaso? Não seja ingênuo, caro leitor! Abra os seus olhos! Esse quadro é, sim, sintomático! Essa desproporção se deve ao fato de que amam mais à “mãe”, do que ao Pai.
       Mais monótona e enfadonha do que rezar o Terço, só há uma coisa: rezar o Rosário. E essa monotonia é uma perpetuação duma prática pagã. Jesus estava combatendo isso, quando disse: “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos” (Mt 6. 7). Em Atos dos Apóstolos temos um exemplo dessa prática pagã, que Jesus combate em Mt 6.7: “[...] unanimemente levantaram a voz, clamando por espaço de quase duas horas: Grande é a Diana dos efésios!” (At 19. 34. Grifo nosso). Imagine ouvir uma ladinha dessas durante duas horas: Grande é a Diana dos efésios! Grande é a Diana dos efésios! Grande é a Diana dos efésios! Grande é a Diana dos efésios! Grande é a Diana dos efésios! Grande é a Diana dos efésios! Grande é a...
       Não estou dizendo que gastar horas em gostosa oração ao Senhor, dando-Lhe graças pelas bênçãos alcançadas, suplicando-Lhe outras, e exteriorizando-Lhe nosso amor por ele, com nossas palavras, sentindo o fogo do Espírito arder, seja algo enfadonho. Mas sim, que as vãs repetições católicas, copiadas do paganismo, são de esgotar a paciência. Até assistir a uma coisa dessas, é estafante.
       Prega o clero católico:

“A oração não se reduz ao surgir espontâneo de um impulso interior; para rezar é preciso querer. Não basta saber o que as Escrituras revelam sobre a oração; também é indispensável aprender a rezar. E é por uma transmissão viva (a sagrada Tradição) que o Espírito Santo, ‘na Igreja crente e orante’, ensina os filhos de Deus a rezarem” (Catecismo da Igreja Católica. Op. cit., p. 680).

      A declaração acima é contrária à Bíblia pelo menos por duas razões:

1ª) a Bíblia é categórica ao afirmar que a oração realmente pode ser sim, senhor, o “surgir espontâneo de um impulso interior”. Não encontramos na Bíblia nenhum exemplo de um servo de Deus repetindo palavras decoradas enquanto orava. Todas as orações bíblicas são, de fato, “o surgir espontâneo de um impulso interior”, isto é, o brado da alma. Como o ladrão arrependido orou? (Lc 23.42). Em que livro de rezas ele se inspirou? O mesmo, podemos dizer das orações de Abraão (Gn 15.2,3), de Jacó (Gn 28.20-22), de Moisés (Êx 32.31,32), de Salomão (1 Rs 8.22-54), de Jesus (Mt 26.39), dos cristãos primitivos (At 4.24-31), etc.;

2ª) o Catecismo afirma que “não basta saber o que as Escrituras revelam sobre a oração”. Mas quem disse isso? A Bíblia diz de si mesma que ela tem condição de nos preparar “para toda boa obra” (2 Tm 3.15-17). Será que “toda boa obra” não inclui a oração? Certamente que sim.
        O motivo pelo qual os clérigos católicos dizem que “não basta saber o que as Escrituras revelam sobre a oração” é que eles também querem nos dizer algo sobre este assunto. Eles querem nos ensinar a Ave-Maria e rezas a “santos” e anjos diversos. Porém, Cristo nos ensinou a orar direto ao Pai e nunca falou da necessidade de intermediários entre nós e Deus (Mt 6.9-13). Realmente necessitamos de um intermediário, mas o próprio Cristo o é (1Tm 2.5).
      Por que Cristo não nos ensinou a rezar aos espíritos dos mortos que já estão no Paraíso, pedindo-lhes que roguem por nós? Será que os papas são mais sábios do que Cristo?
      Palavras decoradas não é o que Deus mais espera ouvir de nós, quando nos dirigimos a Ele em nossas orações. Talvez você pense que esta declaração colide com Mt 6.9-13, visto que este texto parece dizer que Cristo pôs na nossa boca as palavras que devemos pronunciar quando estivermos orando. Porém, o que Jesus quer mesmo, é que entendamos o que Ele quis dizer com isso. O que Ele quer, é que façamos da oração-modelo que Ele nos ensinou, o esboço das nossas. Por exemplo: Quando Ele diz que devemos orar dizendo “Pai nosso que estás nos Céus”, o que Ele quer é inculcar em nós, que podemos relacionar com Deus como os filhos se relacionam com seus pais, e que não necessitamos de intermediário algum, visto termos livre acesso ao Pai. “Santificado seja o teu nome” significa que o orante não pode levar uma vida de profanação ao nome do Senhor. Santificar é o contrário de profanar. “Perdoa-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos têm ofendido”, não significa que tenhamos que memorizar estas palavras e repeti-las, mas sim, que se não perdoarmos aos nossos devedores, não alcançaremos o perdão de Deus.
      Uma das provas de que estamos na trilha certa é o fato de que Lucas, ao registrar a mesma oração, deixou claro que ele não havia decorado a reza. Certifique-se da autenticidade desta afirmação, comparando o registro de Mt 6.9-13 com o de Lc 11.2-4. Lucas omitiu as seguintes palavras:“...porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém”. Estas palavras, existentes em Mt 6.13, além de constar dos melhores manuscritos, constam também da Didaquê e, por conseguinte, das melhores versões protestantes (veja a ACF).
      Outra prova de que estamos com a razão, é que não encontramos os apóstolos e demais cristãos primitivos rezando o “Pai-Nosso” sequer, uma vez. Todas as vezes que os encontramos orando, podemos vê-los fazendo-o com suas palavras (At 1.24-25; 7.59-60; 2 Co 12.8; Ap 22.20, etc.).
       De onde deriva o nome Rosário? Procede da palavra rosas. O Padre Bettencourt, explica:

“[...] por volta do ano 1.150 ou pouco antes, os fiéis conceberam a idéia de dirigir a Maria, 150, 100 ou 50 saudações consecutivas [...]. Cada uma das séries de saudações (às quais cá e lá se acrescentava o ‘Pai-nosso’) devia, segundo a intenção dos fiéis, constituir uma coroa de rosas ofertada à Virgem Santíssima; daí os nomes de ‘rosário’ e ‘coroa’ [...].
       “Quanto ao nome ‘rosário’ em particular, foi muito fomentado por um relato do século XIII: narrava-se que um monge cisterciense se comprazia em recitar freqüentemente 50 Ave-Marias, as quais emanavam de seus lábios como rosas que se iam depositar na cabeça da Virgem Santíssima” (BETTENCOURT, Estevão Tavares.Católicos Perguntam. Santo André: O Mensageiro de Santo Antônio. Fev/2004, p.126).

      Este autor não incrimina os que rezam o “Pai-nosso”, pois não vê nisso nenhum mal. A sólida argumentação acima se destina tão-somente a provar que os que afirmam que “a oração não se reduz ao surgir espontâneo de um impulso interior” e que “não basta saber o que as Escrituras revelam sobre a oração”, para assim inserirem a tal de Ave-Maria e outras mais, são falsos profetas.


SEÇÃO XXII: SOBRE A “SANTA” INQUISIÇÃO

      -21. Em 1184 instituição da Santa Inquisição –
   - Procedimento de toda a sociedade medieval. Houve também a inquisição protestante e o massacre calvinista e até hoje ainda vemos casos como este: " assim que os protestantes ficaram sabendo que eu retornei para o Catolicismo, muitos me procuraram e começaram a me ameaçar, fui até agredido fisicamente e hoje sou ameaçado de morte."(Albertove, Ex- Pastor da Assembléia de Deus). Veja o testemunho completo no site: www.recados.aarao.nom.br
      --- Mais sobre Inquisição protestante no artigo "Respondendo aos Protestantes-item-VII", do site    www.dicionariodafe.com.br

CONSIDERAÇÃO
        Todos os que estudam a História Universal, sabem que muitos protestantes foram tão intolerantes quanto os católicos, chegando mesmo a matar muitos "hereges", entre os quais figurou o médico Miguel de Servet que, com o consentimento de João Calvino e outros membros do júri que o julgou, foi queimado vivo, só porque negava o pecado original. Contudo, o clero católico não pode se esconder atrás dos erros dos protestantes, visto que um erro não justifica o outro. Qualquer "Igreja" assassina, intitule-se ela protestante ou católica, não tem moral para dizer que é a Igreja de Cristo. Logo, a Igreja Católica deixou de ser de Cristo. E João Calvino e seus comparsas, se não se arrependeram de seus homicídios, estão hoje ardendo no fogo do Inferno, juntamente com os papas e outros clérigos católicos que, tal qual eles, não seguiram "a verdade em amor" (Ef 4.15).
       Nem todos os que se revoltavam contra a Igreja Católica, eram cristãos de fato. Houve, entre outros, interesses políticos. Muitos viam no Protestantismo um meio de se libertarem da miséria à qual o Papado os havia submetido. O Calvinismo, por exemplo, era muito mais capitalismo do que cristianismo. A Igreja Anglicana, quando nasceu, era mais diabólica do que a Católica. Quem conheça a História do Cristianismo, ainda que elementarmente, sabe que essa igreja nasceu do fato de o rei Henrique VIII querer se divorciar da esposa, para casar com a outra. Ora, de uma igreja dessas, tudo se pode esperar. E este é o motivo pelo qual os anglicanos se puseram a matar os católicos que recusaram a aceitar o rompimento encabeçado por Henrique VIII, que a originou. Além disso, os erros de igrejas assim, jamais irão depurar a Igreja Católica de suas nódoas, visto que um erro não justifica o outro. Fontes precisa saber que sua igreja matou muita gente e que isso testifica contra ela, sim, senhor. Quanto ao fato de que havia outras igrejas fazendo o mesmo, isso prova apenas que a Igreja Católica não era, e nem é, a única Igreja do diabo.
       Sabemos que mais tarde a Igreja Anglicana se inspirou nas doutrinas luteranas, o que a expurgou de muitas escórias, embora mantendo uma soteriologia deficiente, o que contribuiu para que John Wesley vivesse dentro dela durante tanto tempo, sem compreender o Plano de Salvação. Mas, graças a Deus, os olhos de Wesley foram abertos, por cujo motivo ele fez dentro da Igreja Anglicana, algo similar ao que Lutero fizera no seio da Igreja Católica. E desse movimento Wesleyano, nasceu o Metodismo qual oásis no deserto.
       O que o senhor Fontes quer dizer, quando se defende dizendo que matar em nome de Deus era “Procedimento de toda a sociedade medieval”? Será que ele quer dizer com isso que sua igreja era de Deus, mesmo assassinando de mancheia, visto que ela fez isso na Idade Média? Era só que faltava.
       E sobre as alegadas ameaças de morte que o senhor Albertove, ex-pastor assembleiano, ora enfrenta por parte de seus ex-correligionários? Estou surpreso, bem como suspeitando da sinceridade desse transviado. Afinal, de um judas desses, tudo se pode esperar. Além disso, não é justo que uma religião responda pelos atos isolados de seus adeptos.
       A convite dos evangélicos de Campina Grande/Paraíba, viajei por ocasião do carnaval de 2004, para fazer a obra do Senhor. Lá, tomei ciência de que andava por aquelas redondezas, um ex-Pastor evangélico, dando o testemunho (ou melhor, o tristemunho) de sua conversão à fé católica. Alguém, desses que já gostam de ver o circo pegar fogo, sugeriu um debate ao vivo, numa estação de rádio, entre nós (eu e o Pastor Joaquim) e o dito cujo. E no dia e hora previamente aprazados, lá estávamos nós, mas o judas não compareceu, nem tampouco justificou a sua ausência.
       O que o senhor Albertove tem que fazer, para provar que dispõe de boa razão para abjurar a fé evangélica, é abrir a Bíblia e mostrar dentro dela, com argumentos razoáveis, a suposta ortodoxia das crenças católicas.
       Uma perguntinha: O senhor Albertove já registrou queixa numa Delegacia de polícia? Se ainda não, sugiro que ele o faça já. Os assembleianos são perigosos. Todos eles são, sem exceção, matadores profissionais. Lá só têm pistoleiros! Cuidado, senhor Albertove! Sua vida está por um fio! Contrate já, um segurança pessoal! Quem avisa, amigo é.


SEÇÃO XXIII: SOBRE INDULGÊNCIAS

     -22. Em 1190 a venda de indulgências
       - A doutrina das indulgências têm fundamento bíblico em 2Sm 12,13-14.      Já no AT aparecem claras as duas dimensões do pecado: A culpa e as penas. Quando Davi arrependeu-se o seu pecado: "Pequei contra o Senhor"(2Sm 12,13), o profeta Natã lhe disse: "O Senhor perdoa o teu pecado; não morrerás"(2Sm 12,13), mas acrescenta em seguida: "Todavia, como desprezaste o Senhor com essa ação, morrerá o filho que te nasceu"(2Sm 12,14). Aí estava a pena imposta pelo Senhor, embora o seu pecado tivesse sido perdoado, quanto à culpa.
            Quanto ao 'bom ladrão', é preciso dizer que Jesus é a única fonte de todo bem: Tanto para apagar a culpa como as penas do pecado. Por isso ele concedeu ao 'bom ladrão' os dois benefícios.  Não sou eu que vou limitar a misericórdia de Jesus...

CONSIDERAÇÃO
       Embora eu já tenha tratado deste assunto na Seção IX, inclusive discorrendo sobre o caso de Davi e as conseqüências de seu pecado, quero considerar o último parágrafo do texto acima, constante desta Seção, de autoria do senhor Fontes. Disse ele:

“Quanto ao 'bom ladrão', é preciso dizer que Jesus é a única fonte de todo bem: Tanto para apagar a culpa como as penas do pecado. Por isso ele concedeu ao 'bom ladrão' os dois benefícios. Não sou eu que vou limitar a misericórdia de Jesus...”.

       Aonde o senhor Fontes quer chegar? A resposta é: Nós, os evangélicos, amiúde citamos Lc 23.43, intuindo mostrar que o Catolicismo erra quando diz que “para o pecado perdoado quanto à culpa, há penas a serem cumpridas”. Sendo assim, ou o clero católico se retrata, passando a pregar que, à luz de Lc 23.43, os perdoados estão prontos para entrar no Céu, ou apresenta uma “hermenêutica” que não passe de uma desculpa esfarrapada. E, infelizmente, o senhor Fontes opta por essa última alternativa. Veja o leitor, que ele se defendeu dizendo que “Jesus é a única fonte de todo bem: Tanto para apagar a culpa como as penas do pecado. Por isso ele concedeu ao 'bom ladrão' os dois benefícios” (Grifo nosso). Mas, na verdade, Jesus concedeu ao referido ladrão, um só benefício: o perdão de suas culpas. Sim, pois não há diferença entre perdão dos pecados e perdão das culpas. Também não existe diferença entre “culpa perdoada” e “pena anulada”. Do perdão da culpa, subentende-se a anulação da pena. Do perdão do pecado, subentende-se o perdão da culpa. Crer que o pecado foi perdoado quanto á culpa, e não quanto à pena, é contra-senso. Isso, que à primeira vista parece coisa de maluco, na verdade não é coisa de doido, nem de estulto, mas sim, do diabo. Só ao Capeta podemos atribuir essa doutrina tão estapafúrdia. Veja o leitor, que ele afirmou que Jesus concedeu ao ladrão, os dois benefícios. Que dois benefícios são esses a que se refere o senhor Fontes? Resposta: O perdão dos pecados e a anulação da “pena devida pelo pecado já perdoado”. Por esse motivo (observa o senhor Fontes), o ladrão não necessitou do expediente ordinário do cumprimento da “pena devida pelo pecado já perdoado”, no purgatório, pois extraordinariamente, foi eximido dessa pena. Cristo, arbitrando em nome de Sua soberania, abriu uma exceção para o ladrão que acabara de se converter. Assim, diferente dos demais perdoados que são tratados segundo a regra, o referido bandido pôde ir direto para o Céu. Porém, o senhor Fontes não explica porque, neste caso em particular, Jesus concedeu ao ladrão, o que não é de praxe, segundo sua seita: isentar da pena devida pelo pecado já perdoado e, por conseguinte, do purgatório. Por que o tal ladrão recebeu da parte de Jesus, um tratamento diferenciado daquele que Ele concede aos demais que Nele crêem? Por que Cristo não confere a todos os que se convertem, o mesmo tratamento que Ele concedeu àquele que, geralmente, se conhece como o “bom ladrão”? Visto que Ele pode fazer isso, e até já o fez a um (e o senhor Fontes não nega), por que não o faz a todos? Pensem nisso, os que ainda pensam!


SEÇÃO XXIV: TRANSUBSTANCIAÇÃO _ II

       -23. Em 1200 o pão da comunhão foi substituído pela hóstia
      - Pão existe é nas "ceias" protestantes...
      - No Santo Sacrifício da Missa, após a consagração, a Hóstia é Jesus, e Jesus sendo Deus, deve ser adorado!
      Desde que Jesus instituiu a Eucaristia na última 5ª feira, véspera de sua Paixão, foi assim: "Isto é o meu Corpo"(Mc 14,22; Lc 22,19).

CONSIDERAÇÃO
       Já tratei deste assunto na Seção V. Contudo, trago á tona aqui, importantes observações lá omitidas. Ei-las:

I. Uma flagrante contradição

       O leitor já sabe que o Catolicismo sustenta que Cristo é sacrificado em cada missa, para a salvação das almas que estão no purgatório. Mas, à luz dos versículos bíblicos abaixo transcritos, se pode ver que o Senhor Jesus Cristo ofereceu um único sacrifício para nossa salvação.

“Assim também Cristo, oferecendo-se UMA SÓ VEZ para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.” (Hebreus 9.28).

“Mas este, havendo oferecido UM ÚNICO sacrifício pelos pecados, assentou-se para sempre à Direita de Deus.” (Hebreus 10.12).

“Pois com UMA SÓ oferta tem aperfeiçoado para sempre os que estão sendo santificados.” (Hebreus 10.14).

“Ora, onde há remissão destes, não há mais oferta” (oferenda ou sacrifício [Missa?]) “pelo pecado.” (Hebreus 10.18).

         No Catecismo da Igreja Católica, páginas 376-377, reza que a diferença que há entre o sacrifício que se efetuou na cruz e as missas é que estas são sacrifícios incruentos (sem sangue); ao passo que aquele foi um sacrifício cruento (com sangue). Mas se assim é, caem por terra as definições de eucaristia e transubstanciação, acerca das quais o Novo Dicionário Aurélio dá, respectivamente, as seguintes definições:

1ª) “Um dos sete sacramentos da Igreja Católica, no qual, segundo a crença, Jesus Cristo se acha presente, sob as aparências do pão e do vinho, com seu corpo, sangue, alma e divindade”;

2ª) “Palavra adotada na Igreja Católica,... para explicar a presença real de Jesus Cristo no sacramento da Eucaristia,... pela mudança da substância do pão e do vinho na de seu corpo e de seu sangue”.

       Ora, se a “hóstia” é Cristo completo, como o ensina a Igreja Católica, de modo que ao comê-la, Cristo é sacrificado, esse sacrifício não é incruento. Como pode ser um sacrifício incruento, se: a) a hóstia é Cristo completo, contendo não só Sua alma e divindade, mas também Seu corpo e Seu sangue?; b) em 1413, no Concílio de Constança, se decidiu tirar o cálice dos católicos, por julgá-lo desnecessário, uma vez que o sangue já estaria na “hóstia”?
       Além do que já foi dito, vale observar que se a missa é um sacrifício incruento, ninguém será salvo através do mesmo, pois, segundo a Bíblia, “sem derramamento de sangue não há remissão” (Hebreus 9.22). Isto significa que o Antigo Testamento estabeleceu tipologicamente, que o que iria nos salvar, seria exclusivamente o sacrifício que Jesus efetuou na cruz, e não esses “sacrifícios” que não passam de contos do vigário.

II. Divergências entre os clérigos
       Segundo o livro A Igreja que Veio de Roma, op. cit., os Papas Gelásio I e Gelásio II, e também o Bispo Santo Agostinho, refutaram essa tal de transubstanciação. Este chegou a zombar dessa crença (p. 128). Contudo, a seita católica sentencia: "Se alguém negar que aquilo que se oferece na missa não é Cristo para ser comido, seja excomungado" (Concílio de Trento, citado em A Igreja que veio de Roma, op. cit., p. 127). Isso é que é ecumenismo! ironizo. Quer dizer que se Santo Agostinho e os Papas Gelásio I e Gelásio II estivessem vivos entre nós, seriam excomungados?! Afinal, Agostinho vai deixar de ser Santo Doutor, ou será mantido na galeria dos ídolos católicos?

       Apesar de todos os disparates acima refutados, o Padre Vicente Wrosz, em seu livreto Respostas da Bíblia às Acusações dos “Crentes” Contra a Igreja Católica, já citado, afirma às páginas 13-17 e 26-28, que os pastores evangélicos, por não serem ordenados pelo Papa, não são credenciados e qualificados, mas apenas “curiosos” por cujo motivo não têm poder para transformar o pão e o vinho em corpo e sangue de Jesus, razão pela qual insinua, à “base” de Jo 6.53 que nós estamos mortos espiritualmente, e ainda sente dó de nós, dizendo:“Que pena que pela falta de fé no poder e no amor infinitos de Jesus, tantos 'crentes’ se afastaram desta árvore da vida ...”. Agradecemos a ele pelas condolências, e lhe advertimos que ele não está comendo do fruto da árvore da vida, como ele o supõe, o que é facilmente detectável, visto que árvore não produz bolacha.
       Se o leitor é bom observador, certamente viu que o título do livreto do Padre Vicente Wrosz, deixa claro que ele discorda do título de crentes dado aos evangélicos. Na opinião dele, somos falsos crentes. Atente para as aspas na palavra crentesRespostas da Bíblia às Acusações dos “Crentes” Contra a Igreja Católica. Não estou me queixando disso. Estou apenas registrando minha observação. E por que ele nos considera como incrédulos? As razões são muitas (não cremos na imaculada conceição de Maria, na perpétua virgindade de Maria, na Assunção de Maria, na Infalibilidade papal, na transubstanciação, no limbo, nos sete sacramentos, que só a Igreja Católica é de Cristo, que fora da Igreja Católica não há salvação para os que sabem disso, no purgatório, etc.).
       O Senhor Fontes disse: “Pão existe é nas ‘ceias’ protestantes”. Com isso ele quer dizer que, uma vez que a nossa Santa Ceia é falsa (veja que ele escreveu ceia entre aspas), os protestantes nada mais fazem que comer pão e beber vinho, enquanto os católicos comem hóstias, ou seja, a carne do próprio Cristo. Mas até as Bíblias católicas dizem: “Que cada um se examine a si mesmo, e assim como deste pão e beba deste cálice” (1Co 11. 28 [Bíblia de versão católica. São Paulo: Editora “Ave Maria” Lt.da. 38 ed. 1982. Imprimatur: Carolus, Card. Archiep. Grifo nosso]). Veja que Paulo não nos mandou comer hóstia, mas sim, “pão”. Além disso, mandou também beber o vinho, o que os católicos consideram de somenos importância, visto que o sangue já está na hóstia.
       Veja também as Seções V, X, XXVI, XXVII e XXXI.


SEÇÃO XXV: CONFISSÃO AO PADRE

      -24. Em 1215 criou-se a confissão.
      - Desde o AT é prefigurado o sacramento da confissão( Nm 5,7; Eclo 4,31; Ne 9,2-6) e Jesus o instituiu:
      "Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos"(Jo 20,23). Também Mt 3,6.
      - Fica a pergunta: Como os apóstolos perderão cumprir a ordem de Jesus de PERDOAR ou RETER os pecados de alguém, se ninguém lhes confessa esses pecados?

CONSIDERAÇÃO
       A cúpula da Igreja Católica, interpretando erradamente o fato de Jesus haver dito aos apóstolos que “Àqueles a quem perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; e àqueles a quem os retiverdes, são-lhes retidos” (Jo 20.23. Grifo nosso), assegurou, à página 403 do Catecismo da Igreja Católica, op. cit., que os bispos e os padres têm poder de perdoar todos os pecados, e que eles o fazem em nome da Trindade. Mas não é necessário possuirmos profundos conhecimentos teológicos para sabermos que o clero católico está tentando tirar proveito de um trecho bíblico de difícil interpretação. São inúmeras as passagens bíblicas que afirmam de maneira inequívoca que só Deus perdoa pecado, e que Ele o faz valendo-se do sangue de Jesus (2Cr 7.14; 6.21; Sl 103.2,3; 1Tm 2.5; Jo 14.6; Hb 10.19, etc.).
       Duvidamos que os papas não saibam que as palavras “perdoados” e “retidos”, constantes de Jo 20.23 estão no tempo perfeito, no original grego, e que isso prova, que o Senhor Jesus estava tão-somente credenciando os seus discípulos a dizerem aos que crêem no Evangelho, que eles estão perdoados, bem como assegurarem aos incrédulos que eles, por causa de sua incredulidade, estão sem o perdão de Deus. Os papas só não aceitam esta interpretação porque lhes interessa a glória dos homens. Terem o poder de perdoar pecado lhes dá mais status, além de manter seus capachos não só aos seus pés, mas sob seus pés.
      Outro texto que os clérigos católicos adoram citar a fim de “provar” que eles têm poder para perdoar pecado, é Mt 16.19, que diz: “E eu te darei as chaves do Reino dos Céus, e tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus”. Mas como já vimos, o texto está mal traduzido. A tradução correta é “TERÁ sido ligado...” e “TERÁ sido desligado...” como consta da Almeida Revista e Atualizada. Isto significa que o apóstolo Pedro apenas iria declarar ligado, o que à luz da Palavra de Deus, demonstrasse estar ligado nos céus; bem como declarar desligado dos céus o que, pela mesma razão, demonstrasse estar alienado de Deus. Logo, o texto em apreço não delega a Pedro o poder de perdoar ou não os pecadores, mas sim, o poder de mostrar aos pecadores o caminho do perdão, bem como o poder de declará-los perdoados ou não, à luz da Palavra de Deus. Em outras palavras: Pedro tinha autoridade, enquanto fosse fiel, para dizer à Igreja: “Fulano não pode ser reconhecido como membro da Igreja, até que se converta”. Ele podia dizer também: “Se tua fé e arrependimento são sinceros, estás em sintonia com os Céus, isto é, tens comunhão com Deus; e, portanto, nós te reconhecemos como membro da Igreja do Senhor”.
      Ainda bem que a própria Igreja Católica confessa que o “perdão” que ela nos oferece através dos seus atravessadores, é um “perdão” que não resolve muito. Ele deixa marcas. E que marcas!
       A confissão ao padre não é necessário à salvação, como o quer o clérigos católicos. Isso lhes dá status, mas minimiza (ou tenta minimizar) a Cristo, nosso único mediador entre Deus e nós (1 Tm 2.5).
      Confessarmos uns aos outros, é bíblico (Tg 5.16); mas ao padre, não. Confessarmos mutuamente significa que quando pecarmos contra o nosso irmão, teremos que dizer-lhe que reconhecemos que erramos e suplicar-lhe o perdão.
      Aquele que não está conseguindo vencer a carne e o diabo, pode e deve procurar o seu Pastor. Não para receber dele o “eu te absolvo”, mas sim, ajuda, em forma de orientação, jejum, oração...
      - Fontes argumenta: “Fica a pergunta: Como os apóstolos perderão cumprir a ordem de Jesus de PERDOAR ou RETER os pecados de alguém, se ninguém lhes confessa esses pecados?” E a resposta, senhor Fontes, é que um pastor que se preza, não está interessado em saber o que as pessoas andam fazendo ou deixando da fazer. Não nos interessa invadir a privacidade das nossas ovelhas. Nossa missão é pregar a Palavra de Deus, e quem tem ouvido, ouça. E quando o mal proceder de um irmão se torna notório, ou se o próprio faltoso nos procura para solicitar ajuda, tratamos de adverti-lo e orientá-lo às pressas. E prontamente o “perdoamos” (veja que usei aspas), isto é, não o excluímos do rol de membros da igreja, se ele manifestar o seu desejo de se concertar (ou pactuar) com Deus. E o não “perdoamos”, isto é, o excluímos do rol de membros da igreja, se ele se mantiver endurecido.
       Finalmente, senhor Fontes, a paz que eu desfruto em Cristo, me diz que estou perdoado de todos os meus pecados. E não foi contando ao Padre o que fiz, que obtive esta graça, mas sim, recorrendo a Cristo. O senhor já tem esta paz, senhor Fontes? Não tente me enganar! Seja sincero com sua própria pessoa!
       Veja a letra deste corinho evangélico:

A paz do Céu, encheu meu coração
Quando Jesus me deu a salvação!

       Senhor Fontes, para que contar seus pecados ao Padre, se ele não nos conta os dele?


SEÇÃO XXVI: TRANSUBSTANCIAÇÃO _ III

      -25. Em 1215 o dogma da transubstanciação.
      - A Igreja não "cria" dogmas. Depois de estudar em profundidade e ouvir o Espírito Santo a Igreja proclama doutrinas, como verdades definitivas, às quais chamamos de "dogma".
      Transubstanciação significa a mudança de substância. É o que ocorre com o pão e o vinho que se convertem no Corpo e no Sangue de Jesus, pelas palavras do sacerdote na consagração, onde opera "in persona Christi" (na pessoa de Cristo).
      - Está fartamente fundamentada nas Escrituras e nos escritos dos primeiros cristãos.
      Bíblia: Mc 14,22; Lc 22,19; 1Cor 11,24; Mt 26,28; Mc 14,24; Lc 22,20; 1Cor 11,25...
      Tradição: "[Cristo] declarou o cálice, uma parte de criação, por ser seu próprio Sangue, pelo qual faz nosso sangue fluir; e o pão, uma parte de criação, ele estabeleceu como seu próprio Corpo, pelo qual Ele completa nossos corpos." (Santo Irineu de Lião, Contra Heresias, 180 d.C.).  Aprofundar.

CONSIDERAÇÃO
       Embora eu já tenha questionado nas seções V, X e XXIV essa teoria católica de que a hóstia é Cristo, sirvo-me do presente tópico para retornar ao tema, trazendo outras novidades. Vimos que o senhor Fontes citou a Bíblia e a História Eclesiástica para substanciar sua tese, de que a hóstia é Cristo completo, sem faltar nada. Abaixo, porém, nossa consideração às fontes (a Bíblia e a História) de onde o senhor Fontes alega ter extraído suas inferências.

A) A postura evangélica
       Todos nós, leitores da Bíblia, sabemos que Jesus instituiu um memorial de Sua morte, a saber, a Ceia do Senhor. Trata-se do seguinte: O Senhor Jesus reuniu com os seus discípulos para participarem da Páscoa. E, enquanto a celebravam, Ele tomou o pão, deu graças, o partiu e disse: “Tomai, comei; isto é o meu corpo” (Mateus 26.26). Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice dizendo: “Bebei dele todos; pois isto e o meu sangue, o sangue do Pacto, o qual é derramado por muitos para remissão dos pecados” (Mateus 26.27,28). Em obediência a esta ordem do Senhor, nós, os evangélicos, nos reunimos periodicamente para celebrarmos a Ceia do Senhor. E o fazemos mais ou menos assim: Após darmos graças pelo pão, o partimos e o damos aos fiéis, informando que o mesmo simboliza o corpo de nosso Senhor Jesus Cristo, que foi transpassado pelos nossos pecados. Tão logo todos os fiéis comem o pão, damos graças pelo vinho e o distribuímos aos irmãos, dizendo-lhes: “Isto simboliza o sangue de Jesus que foi derramado pelos nossos pecados”.
      É comum, entre nós, repetirmos as palavras de Jesus: “Isto é o meu corpo” e “Isto é o meu sangue”, mas explicamos que estas frases não podem ser entendidas ao pé da letra. Informamos também que a importância da Ceia do Senhor se prende ao fato de que se trata de uma festa espiritual, um santo banquete comemorativo do sacrifício de Cristo, a celebração de um culto comemorativo do que Cristo fez por nós na cruz, mas que não possui valor salvífico. Até porque você não tem que fazer isso para ser salvo, mas tem que ser salvo para fazer isso. O perdido que participar da Ceia do Senhor para se salvar, condenar-se-á mais ainda (1Co 11.27); e o "salvo" que recusar a tomar parte deste ato de fé, estará, com este gesto, dando evidência de que ainda não é salvo. É que o salvo não necessita fazer isso para se salvar, visto que já é salvo; mas precisa fazer isso por ser salvo, já que a Santa Ceia existe para os salvos.

B) A postura católica
       Os padres, “inspirando-se” nas palavras de Jesus, declaram que nós, os evangélicos, estamos equivocados, no que diz respeito à nossa interpretação das passagens bíblicas que tratam deste assunto, a saber, que o pão e o vinho da Ceia do Senhor são apenas  símbolos do corpo e do sangue de Jesus. Segundo eles, os emblemas da Ceia do Senhor são Jesus Cristo ao pé da letra. Crêem que pela consagração do pão e do vinho dá-se a mudança de toda a substância destes elementos em o corpo e sangue de Jesus.  E, em defesa dessa crença, os católicos, inclusive padres, dispõem de três expedientes: a “Bíblia”, o conto do vigário, e a “História”.

a) A “Bíblia”
       Alegam os padres que Jesus não disse: “Isto é o símbolo do meu corpo” e “Isto é o símbolo do meu sangue”, mas sim, “isto é o meu corpo” e “isto é o meu sangue”. Crêem, pois, os padres que os elementos as Ceia do Senhor (o pão e o vinho), passam por uma transformação por eles chamada de Transubstanciação, quando então deixam de ser pão e vinho e se convertem literalmente em o corpo e o sangue de Jesus. E além desse argumento supostamente bíblico, o clero católico se vale de outras passagens bíblicas, no intuito de fazer crer que estão respaldados pela Bíblia. Mas tais argumentos são todos tão fracos quanto o apresentado há pouco. Sim, os padres precisam saber que estas palavras de Jesus não podem ser interpretadas literalmente. Jesus disse, por exemplo, que os Seus discípulos eram o sal da Terra (Mateus 5.1,3). Eram eles sal de fato? Cristo disse também: “Eu sou o caminho, eu sou a porta, eu sou a videira, eu sou o pão...”. Será que não é mais teológico encararmos estas palavras como metáforas? Logicamente que sim, e o mesmo devemos fazer em relação aos elementos da Ceia do Senhor.

b) o conto do vigário
      Sim, leitor, apelam para o conto do vigário! Senão, veja este exemplo: O Padre D. Francisco Prada, nos “informa” que certa feita uma mula ajoelhou–se diante de uma hóstia. Este milagre teria levado muitos hereges a se converter à fé católica, de que deveras a hóstia é Cristo presente, ao pé da letra. Disse ele: “[...] uma custódia do Santíssimo Sacramento sobre o altar e uma mula, ajoelhada diante dela. Por causa deste milagre, converteram-se muitos hereges, obstinados em negar a presença real de Jesus na hóstia. A mula, após um jejum de três dias preferiu ajoelhar-se diante da sagrada hóstia [...]”. (PRADA, Francisco. Novenário. São Paulo: A M Edições. 3 ed., 1996, p. 93). Desta vez não vou refutar. Contra-argumentar para quê? Tendo a mula feito ou não, o que nos historia o Padre Prada, basta-nos que não imitemos a ela. A mula não prestará contas de seus atos, no Dia do Juízo Final; logo, pode fazer o que bem quiser. Nós, porém, seremos responsabilizados por nossos atos, por cujo motivo nos convém ser mais comedidos.
      Além desse culto latrêutico que, segundo o Padre Prada, uma mula prestou ao “Santíssimo Sacramento” (isto é, à hóstia), o que, na sua ótica, constitui prova cabal de que a transubstanciação é um fato, alguns católicos me falaram de uma hóstia que teria se transformado em carne. Disseram-me que tal porção de carne está guardada até hoje (ainda bem que nem me lembro onde), como testemunho vivo da presença real de Jesus na hóstia.
      Novamente, não vou refutar. Contra-argumentar para quê? Basta, aos meus leitores, o uso do bom senso, não é mesmo?
       Veja também as Seções V, X, XXIV, XXVII e XXXI.


SEÇÇÃO XXVII: TRANSUBSTANCIAÇÃO _ IV

      -26. Em 1220 a adoração da hóstia.
      - A Hóstia consagrada é Jesus presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade (conf. Mc 14,22; Lc 22,19; 1Cor 11,24; Mt 26,28; Mc 14,24; Lc 22,20; 1Cor 11,25...). Portanto nela adoramos a Jesus, digno de toda honra, toda glória, todo louvor, desde agora e por todos os séculos...

CONSIDERAÇÃO
       Neste mundo há quem adore de tudo: estátuas, vaca, falo... e até bolachas.
       Queira ver maior informação nas Seções V, X, XXIV , XXVI e XXXI.


SEÇÃO XXVIII: PROIBIDA A LEITURA DA BÍBLIA

      -27. Em 1229 a proibição da leitura da Bíblia pelos leigos;
      - O que houve foi não foi proibição de leitura, mas o Concílio de Tolosa (França) proibiu traduções da Bíblia para o vernáculo para evitar erros, proibição retirada pelo Concílio da Tarragona (Espanha) em 1233).
      o Sínodo de Oxford (1408) proibiu a publicação e a leitura de textos vernáculos da Bíblia não autorizados. O mesmo se deu no Sínodo dos Bispos alemães em Mogúncia (1485), devido a confusão doutrinária criada por John Wiclef (1320-84).
      O Concílio de Trento (1545-1563) declarou autêntica a Vulgata latina, tradução devida a S. Jerônimo (+420) e decretou que as traduções da Bíblia deveriam conter o visto do Bispo diocesano, para se evitar abusos de tradução.
      -- É a Igreja exercendo seu papel de zelar pela fidelidade da doutrina conf. 2Tm 4,2; Tt 1,13.      Aprofundar.

CONSIDERAÇÃO
        O senhor Fontes, ou é muito ingênuo e mal informado, ou quer nos enganar de propósito. Será que ele não consegue perceber que o porquê das proibições das traduções da Bíblia para os idiomas dos povos, era apenas um recurso para fazer valer os seus (do clero católico) objetivos de manter o povo longe da Bíblia? Ora, se temiam apenas que traduções mal feitas trouxessem transtornos, por que não faziam, eles mesmos, traduções que lhes parecessem confiáveis? Responda-me, senhor Fontes (se o senhor souber as respostas), às seguintes perguntas: Quando foram traduzidas, pela primeira vez, a Bíblia para as línguas inglesa, espanhola e portuguesa? Os que trabalharam nestas traduções eram católicos? Estas traduções tiveram o patrocínio da Igreja Católica?
       A verdade é outra, senhor Fontes. Durante séculos, a Bíblia não esteve disponível nos idiomas dos povos, mas praticamente apenas em grego (a Septuaginta) e a Vulgata Latina. Até John Wycliff (1320 – 1384), não havia Bíblia em inglês, visto que isso não era do interesse dos Papas. Mas o corajoso Wycliff, percebendo a astúcia do clero católico, empreendeu pôr a Bíblia nas mãos do povo inglês, na língua deles, e materializou seu sonho, mesmo sabendo que tinha, por isso, sua cabeça a prêmio. O Papa Gregório XI o condenou à prisão em 1377 (Claro, dessa prisão, certamente só sairia [depois de inimaginável tortura] para a fogueira da Santa Inquisição). Mas, graças à proteção do rei da Inglaterra, e do Senado, Wycliff teve morte natural aos 64 anos de idade. Contudo, como o clero católico não dá sossego nem aos mortos, em 1415 (e portanto 31 anos após o seu falecimento) o Concílio de Constança ordenou a exumação de seus restos mortais que, após serem queimados até virarem cinzas sob o ódio do clero, foram atirados a um regato.
       Depois de Wycliff, foi a vez de william Tyndale (1494-1536). Este também traduziu (dos originais hebraico e grego) a Bíblia para o inglês. Porém, pagou caro por esse “hediondo crime”: Em 1536, com apenas 42 anos de idade, foi estrangulado e queimado pela Santa Madre Igreja Católica.
       O Padre Casiodoro de Reina (1520-1604) converteu-se ao Protestantismo. E, ao ser por isso, perseguido pela Santa Inquisição, fugiu para a Suíça, onde traduziu e publicou a primeira versão da Bíblia para o espanhol, a partir dos originais hebraico e grego. Aleluia! Aleluia! Aleluia! Aleluia! Aleluia! Aleluia! Aleluia! Aleluia! Estou sentindo a gostosa presença de Deus! Oh! Se o senhor Fontes conhecesse este amor! Ó, Deus, abre os olhos ao senhor Fontes! Faze–o enxergar a maravilhosa graça que procede da cruz! Dá-me a graça de, naquele Dia, encontrá-lo na Glória Celestial! Aleluia! Aleluia! Aleluia!
       Voltando ao tema deste tópico, observo que bem observou o Pastor Jeter: “Durante vários séculos a Igreja Católica condenou todas as versões da Bíblia Sagrada, exceto a sua própria, que não estava ao alcance do povo” (JETER, Hugh P. Será Mesmo Cristão o Catolicismo Romano? Rio de janeiro: Editora Betel. 2ª Impressão. 2000, p. 28).
       Fontes diz que “O Concílio de Trento (1545-1563) declarou autêntica a Vulgata latina, tradução devida a S. Jerônimo (+420) e decretou que, segundo esse Concílio, as traduções da Bíblia deveriam conter o visto do Bispo diocesano, para se evitar abusos de tradução”. Mas se fosse o fato de essa “Igreja” ter sido tão usada pelo diabo, para sonegar a Bíblia ao povo, ao invés de no Concílio de Trento ter ela aprovado a única versão de sua lavra, a vulgata, poderia ter comemorado as traduções da Bíblia para as mais diversas línguas! Sim, pois só não fez isso, porque não o quis.
       Bem, vendo a Igreja Católica, que de nada adiantava envidar esforços para impedir o acesso do povo à Bíblia, visto que sempre há alguém que prefere a morte, a se submeter à Santa Sé, ela começou a ceder. Mas mesmo assim, impondo sua arrogante autoridade, como se fosse dona da verdade. E o porquê desse despotismo, é que ela queria dos males o menor: na impossibilidade de manter o povo afastado da Bíblia, que este lesse apenas as suas bíblias adulteradas, e sob os seus autoritarismos e embustes. Ou não é embusteiro e arrogante, aquele que bate no peito, dizendo que o encargo de interpretar a Palavra de Deus com autenticidade foi confiado por Deus exclusivamente a ele?
       Finalizando esta Seção, faço constar que o Frei Battistini induz suas vítimas a suspeitar de nossas Bíblias, dizendo: “Nenhum protestante pode demonstrar que a sua Bíblia é a autêntica Palavra de Deus” (BATTISTINI, Frei. A Igreja do Deus Vivo. Petrópolis: Editora Vozes. 33 ed. 2001, p. 20). Battistini se expressou assim porque, segundo o clero católico, nossas Bíblias são falsas por duas razões: a) faltam-lhes os apócrifos, que eles chamam de deuterocanônicos; b) não têm o imprimatur do Papa, ou de um legado papal (Bispo, arcebispo, cardeal). Isto prova que eles continuam de nariz empinado. São metidos a melhores do que os outros. Só eles sabem das coisas.


SEÇÃO XXIX: SINOS

      -28. Em 1245 o uso de sinos na missa;
      - Bobagem.
      - Apenas uma maneira de alertar os fiéis e reuni-los para as cerimônias religiosas. Que mal há nisto ou onde há proibição disto?

CONSIDERAÇÃO

“[...] sinos badalando e uso de incenso para purificação dos ambientes são procedimentos não orientados ou sugeridos pela Bíblia” (ARMANI, Tony. O que todos devem saber sobre o Catolicismo. São Paulo: Press Abba. 1 ed. 2000, p. 87. Op. cit. Grifo nosso).

       Na transcrição supra, observa-se que o cerne da questão não é o sino em si, mas sim, o seu uso bruxulento.


SEÇÃO XXX: SOBRE O CULTO A MARIA _ II

      -29. Em 1316 a instituição da reza Ave Maria;
      - Esses protestantes não lêem mesmo a Bíblia, heim!!!
      - A Ave Maria é a saudação do anjo Gabriel a Maria:  Lc 1 e complementada pela Igreja no Concilio de Éfeso (431 AD).

CONSIDERAÇÃO
       Veja a Seção VI.


SEÇÃO XXXI: SOBRE O VINHO DA SANTA CEIA


      -30. Em 1414 a eliminação do vinho na comunhão;
      Até hoje é servido, embora nem todo dia.

CONSIDERAÇÃO
       Quem autorizou que o vinho só seja servido esporadicamente? Ah! O homem que, segundo o Padre Álvaro Negromonte supracitado, faz leis tão sábias, manda tanto quanto Cristo, cujas ordens não devem ser discutidas e sim, obedecidas -- o Papa! Mas, se o leitor não pertence ao rol dos que já aposentaram a cabeça, veja o que disse o apóstolo Paulo: “Que cada um se examine a si mesmo, e assim como deste pão e beba deste cálice” (1Co 11. 28 [Bíblia de versão católica. São Paulo: Editora “Ave Maria” Lt.da. 38 ed. 1982. Imprimatur: Carolus, Card. Archiep.]).
Veja as Seções V, X, XXIV, XXVI e XXVII.


SEÇÃO XXXII: PURGATÓRIO NOVAMENTE

   -31. Em 1439 a doutrina do purgatório;
   -  Mq 7,8-9; Mt 12,32; Mt 5,25-26; 1Cor 3,15
      - Quem tem poder de "ligar e desligar", é que definiu a doutrina que sempre foi crida.  Como já disse a data é para por fim à discussão, pois a doutrina é considerada absolutamente certa e imutável. E a Bíblia está cheia de passagens alusivas à purificação pós-morte (=purgatório). Mais um esclarecimento: Não é a palavra que interessa, mas é o conceito o seu significado que é bíblico. (Poderíamos perguntar aos protestantes: Santíssima Trindade é verdade? Esta palavra não está na Bíblia, e daí?)
      Aprofundar.

CONSIDERAÇÃO
       Queira ver as Seções IX e XXIII


SEÇÃO XXXIII: AVE-MARIA

       -32. Em 1508 a Ave Maria oficialmente aprovada.
      - Qual o documento ?
      - Sabemos que a Ave Maria tem sua primeira parte bíblica, na saudação do anjo Gabriel a Maria (Lc 1) e a complementação foi feita pela Igreja no Concilio de Éfeso (431 AD).

CONSIDERAÇÃO
       Ainda bem que o Senhor Fontes reconhece que a Ave-Maria é resultado de uma mistura de Bíblia mais decisões humanas. Estas são subjetivas, e, portanto, discutíveis. Os ingredientes são adicionados na seguinte ordem: a) O anjo Gabriel chamou Maria de agraciada; b) o Catolicismo diz que ele a chamou de cheia de graça; c) e o Concílio de Éfeso a chama de Mãe de Deus. Sobre tudo isso, despejam as crenças de que ela é a verdadeira medianeira entre Deus e os homens, a única Advogada dos pecadores, a porta do Céu, etc. Pronto! Não falta mais nada! A Ave-Maria acaba de nascer.
       Talvez você indague: Mas onde está escrito na Bíblia que Maria roga por nós? Como o senhor Fontes sabe que Maria está em condição de ouvir as preces que lhe são endereçadas diariamente por milhões de pedintes em todo o mundo? Estas perguntas são facílimas de serem respondidas. Lembre-se que o senhor Fontes se guia por quem não pode errar, em suas declarações ex-cátedras: o Papa.
       Para maior informação, queira ver a Seção VI.


SEÇÃO XXXIV: A REFORMA PROTESTANTE

      -33. Em 1517? começa a reforma
      - Lamentável, a reforma protestante!

CONSIDERAÇÃO
       É necessário estar com o diabo no couro, para se lamentar pela existência de um movimento que empreende seguir a Cristo, como Ele determinou. Movimento este que insiste em dizer: De volta à Bíblia! Todos de volta ao Cristianismo original! Reforma já!
       Ruge, Satanás! Dá-lhe, Igreja! Que o diabo lamente a indestrutibilidade da Igreja! Todas as armas que Satã usou contra a Igreja, têm falhado, pois com ela está a promessa de que as portas do Inferno não prevalecerão contra ela! Todas as armas do diabo _ O Catolicismo Romano, o Ecumenismo, as diversas seitas e heresias, a Nova Era, o Islamismo, o triunfalismo do “Movimento da Fé”, o sincretismo da Igreja Universal do Reino de Deus, etc. _ estão fadadas ao fracasso, pois com a Igreja está o Rei dos reis e Senhor dos senhores! A vitória é nossa, pelo sangue de Jesus, pela Palavra de Deus, e pelo Espírito Santo!


SEÇÃO XXXV: TRADIÇÃO VERSUS BÍBLIA

      -34. Em 1545 a doutrina que equipara a tradição com a Bíblia.
      - Na verdade isto já está na própria escritura, infelizmente os protestantes desconhecem, ou fazem de conta...2Ts2,15: "ficai firmes e conservai os ensinamentos que de nós aprendestes, seja por palavras, seja por carta nossa.".
      - A própria Bíblia diz que nem tudo está nela, ou porque Jesus não ensinou(Jo 16,12) ou pq não foi escrito (Jo 20,30; 21,25).
      - Os concílios nada mais fazem que ratificar as verdades que sempre foram cridas.

CONSIDERAÇÃO
        Nem todos os milagres de Cristo, estão registrados na Bíblia, mas tudo quanto precisamos saber para não sermos enganados pela Igreja Católica e outras arapucas do diabo, consta nela, sim, senhor.
       Os milagres de Jesus que não foram registrados na Bíblia, não nos fazem falta alguma, pois os que constam das Escrituras são mais que suficientes para crermos que Ele é o Cristo, o Filho do Deus vivo, o Salvador do mundo. Quaisquer outras informações só fazem chover no molhado, quando são autênticas. E as que são invencionices, não suportam a um confronto com o que foi registrado nas páginas do Livro dos livros.
       A citação de Jo 16.12, como prova de que precisamos dos acréscimos dos Papas, acréscimos estes que eles intitularam de Tradição, é apenas uma boa amostra do que são capazes os homens que se põem a serviço de Satanás. É digno de nota de que foi sobre este mesmo versículo que Allan Kardec construiu sua cidadela que reduzi a frangalho no meu livro intitulado O Espiritismo Kardecista e Suas Incoerências, também disponível a quem interessar, gratuitamente, no meu site www.pastorjoel.com.br.
       Para maiores informações, queira, por favor, ver a Seção I, Considerações A e B.


SEÇÃO XXXVI: SOBRE OS APÓCRIFOS

   -35. em 1546 Os apócrifos foram incorporados ao cânon
    Os apócrifos nunca foram incorporados ao Cânon. Há aí uma confusão com os deuterocanônicos. Mas reafirmamos que os deuterocanônicos também não foram acrescentados pela Igreja ao Cânon
    Na realidade eles foram retirados pelos protestantes, pois já integravam a Bíblia desde o século IV (Concílio de Hipona, 393 AD). Somente no século XVI eles foram retirados da Bíblia protestante, mas a Bíblia Católica continua inalterada.
   Aprofundar.

CONSIDERAÇÃO
       Como já sabemos, os apócrifos começaram a ser acrescentados à Bíblia a partir do século III antes de Cristo. Os judeus ortodoxos nunca os aceitaram. Os apóstolos não recorriam a eles no intuito de provar algo à luz das Escrituras, já que não os reconheciam como inspirados pelo Espírito Santo. Contudo, o clero católico tenta argumentar que os apóstolos apropriaram-se de pensamentos e construções próprios do livro Sabedoria. Para tanto comparam Sab 3. 3-5 com 1Pe 1.6-7; 9.15. com 2Co5.4; 12. 12-22 com Rm 9. 19-23, etc. Porém, já vimos que se isso provasse alguma coisa, O Livro de Enoque também deveria ser incluído no Cânon, visto que Judas citou uma profecia de Enoque, que consta desse apócrifo, nos versículos 14-15. E, não obstante, a Igreja Católica também o não reconhece como canônico.
       Fontes nos acusa de termos diminuído a Bíblia, mas a verdade é outra. Aliás, vimos que a Igreja Católica também retirou três livros:3 Esdras4 Esdras, e A Oração de Manassés, Enquanto a Igreja Ortodoxa os mantém. Logo, se seguirmos o raciocínio do senhor Fontes, a única igreja que pode alegar possuir a Bíblia intacta, é a Ortodoxa. E esta bem pode dizer que a Igreja Católica subtraiu da Bíblia 3 livros, e que os protestantes diminuíram-na mais ainda, removendo da mesma 14 obras: 10 livros e os quatro acréscimos aos livros de Ester e Daniel.
       Maiores informações podem ser obtidas na Seção I.


SEÇÃO XXXVII: ESCAPULÁRIO

      -36. Em 1600 a invenção dos escapulários;
      - Como são mal informados esses protestantes !!!
      - A devoção do Escapulário foi pedida por Nossa Senhora, na sua aparição a São Simão Stock, em 1251.  

CONSIDERAÇÃO
       É mesmo?! Ora, heresia, quanto mais velha, mais cascuda. Já que esse troço é mais velho do que imaginávamos, então é pior do que pensávamos.
       Pedida por Nossa Senhora?! Ora, eu pensava que Jesus era o autor deste mandamento. Então esse negócio é obra de “Nossa Senhora”? Só podia ser.
       O que é o Escapulário? Aurélio responde: “Tira de pano que os frades e freiras de certas ordens usam pendentes sobre o peito”. “Tira de pano”. E para que serve isso? Veja:

“O escapulário é uma peça de roupa, normalmente na cor marrom, com um (sic) ilustração da imagem da Virgem Maria. Essa espécie de xale é usado sobre os ombros em contato com a pele com o propósito de proteger o usuário contra o mal e os perigos. Tal costume, introduzido pelo monge inglês Simon Stock, em 1287 a.D. [...] nada mais é que pura superstição e fetichismo. São costumes próprios de tribos pagãs e povos idólatras. São práticas totalmente condenadas pelas Escrituras Sagradas ((ARMANI, Tony. O que todos devem saber sobre o Catolicismo. São Paulo: Press Abba. 1 ed. 2000, p. 92. Grifo nosso);


SEÇÃO XXXVIII: IMACULADA CONCEIÇÃO?!

      -37. Em 1854 dogma da imaculada concepção de Maria;
      - O dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria foi realmente promulgado pelo papa Pio IX em 1854. Como já se sabe, foi a confirmação de uma verdade que foi crida pela Igreja em todos os tempos desde os seus primórdios.
      - A promulgação do dogma não "cria" a verdade, mas apenas a ratifica e coloca um termo às discussões sobre sua pertinência.

CONSIDERAÇÃO
       Só Deus pode tirar essas heresias da cabeça dos católicos. Nada adianta lhes mostrar que essas crenças não constam da Bíblia, visto que embora a Bíblia diga de si mesma, que ela contém tudo quanto necessitamos saber para sermos salvos, assim como para nos preparar para toda a boa obra (vimos isso na Seção I), os católicos não crêem nisso, pois não têm a Bíblia como única regra de fé e prática. Orientam-se também pela tal de Tradição, e, sobretudo, por homens que eles consideram infalíveis, a saber, os papas. Um bom católico poderá até ler a Bíblia, no intuito de encontrar nela algo a que se apegar para refutar um protestante. Mas jamais escrutinará um dogma católico à luz das Escrituras, objetivando se certificar da autenticidade ou não do mesmo, visto que fazê-lo, por si só já é negar a fé católica, segundo a qual, o que o Papa fala ex-cátedra, é invariavelmente certo, visto ser, neste caso, inerrante em matéria de fé e costumes. Muitos dos que hoje são bons católicos, vão examinar a Bíblia, se certificar de que a Igreja Católica é falsa, e abandoná-la. Mas antes deles saírem da Igreja Católica, a partir do momento em que decidirem escrutinar as doutrinas que constituem o Catolicismo, já terão deixado de ser católicos, visto que o Catolicismo não admite suspeita. Seus capachos devem segui-lo cegamente. E quem assim não faz, já não é dela, e lhe é nocivo.
       Retornando ao tema “infalibilidade papal”, faço constar que a prova de que o Papa é infalível, é que quem o disse é o próprio infalível, o qual exibe uma interpretação infalível que, segundo o infalível, esta é a interpretação infalível, visto que o intérprete é infalível. Assim, uma interpretação infalível, de autoria de um infalível, infalibiliza (perdoe este neologista) seus dogmas, que, por isso mesmo, são infalíveis. E quem abriga, ainda que uma pequena dúvida sobre isso, não é católico de verdade, pois está pondo em xeque o dogma genitor de todos os demais: a infalibilidade papal. Por exemplo, a Igreja Católica prega a tal de Imaculada Conceição de Maria, sua ressurreição dentre os mortos, e sua subseqüente assunção ao Céu em corpo e alma. Será que um dia o clero católico debaterá estas crenças, objetivando se certificar da autenticidade ou não da mesma? Não!!! Estas crenças são dogmas, e dogmas são indiscutíveis, pois já foram definidos solenemente por homens que gozam de carisma de infalibilidade, o que prova que estão indubitavelmente corretas. Como bem o disse acima o senhor Fontes: “A promulgação do dogma não ‘cria’ a verdade, mas apenas a ratifica e coloca um termo às discussões sobre sua pertinência” (Grifo nosso). Mas será que o Papa que sancionou esse dogma não se equivocou? Ironizando, tenho para você duas respostas: 1ª) É impossível, já que o Papa é infalível na promulgação de um dogma; 2ª) Você pensa que é católico? Se sim, saiba que você está equivocado, pois a Santa Madre não tem filho da sua laia. Quem é você que ousa suspeitar da infalível Igreja? Você é um falso católico.


SEÇÃO XXXIX: SOBRE IGREJA OFICIAL

      -38. Em 1864 condenação da separação da igreja do estado;
      - Desde o AT Deus constituiu seu povo eleito e mandava ungir os reis para o seu governo. 1Sm 16,13; 1Rs 1,39...

CONSIDERAÇÃO
       Quem lê a Bíblia sabe que Israel era uma teocracia. Logo, citar o Antigo Testamento para justificar uma prática na Igreja, é expor-se ao ridículo. Imagine se alguém começar a matar os que divergem de suas crenças religiosas, alegando em sua defesa que “desde o Antigo Testamento Deus mandava seu povo executar os hereges”?
       O fato de a Igreja Católica ter sido a religião oficial de muitos países, delegou-lhe poderes durante séculos para se impor, como religião obrigatória aos cidadãos, que eram vistos não só como blasfemos contra a fé cristã, mas também como traidores da pátria, quando abjuravam o Catolicismo. Logo, essa seita tinha o apoio do Estado, para torturar até à morte, tais dissidentes. Mas, depois de muitos séculos de terror, as coisas mudaram. Rui Barbosa lutou tenazmente para conseguir isso. Hoje a Igreja Católica não é mais a religião do nosso querido Brasil e outros países onde ela se ensangüentou de suas vítimas. Mas, ao que parece, o senhor Fontes está saudoso desse “belo” tempo. No que depender dele, a Igreja Católica voltará a ser a religião oficial do Brasil, de Portugal, da Espanha, e, por que não, de todo o mundo? E, como sabemos, uma religião oficial é sustentada pelo cofre público. E é isso que Fontes quer. Ele aspira que os evangélicos, os mórmons, os testemunhas-de-jeová, os ateus, os adventistas, etc., sejam obrigados a contribuir para manutenção de uma religião que consideramos perniciosa. Esse Fontes é a cara da sua Santa Madre. Tal mãe, tal filho!


SEÇÃO XL: SÓ SOBRE A INFALIBILIDADE PAPAL

      -39.Em 1870 foi declarada a infalibilidade papal por Pio IX
      A Infalibilidade papal foi dada a Pedro por Jesus Mt 16,16-19 e Lc 22,32.
      - A ainda se mete a citar fatos da história da Igreja, copiado de gente que nada entende do assunto.
      Então explico, mas uma vez. O dogma não é criado em data "x'. A data de sua solene proclamação é apenas a colocação de um ponto final na discussão do assunto. Pois a Igreja já concluiu que "tal verdade" não pode ser negada nem no presente nem no futuro.
      Quanto ao caso específico: Infalibilidade. Ela sempre foi aceita, desde que Jesus proferiu solenemente a Pedro as palavras que estão em Mt 16,16-19. Portanto, meu caro, o dogma não é a criação de uma verdade, mas é antes de tudo, o encerramento da questão e a condenação de quem a negar: "Se, pois, alguém disser que o Apóstolo São Pedro não foi constituído por Jesus Cristo príncipe de todos os Apóstolos e chefe visível de toda a Igreja militante; ou disser que ele não recebeu direta e imediatamente do mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo o primado de verdadeira e própria jurisdição, mas apenas o primado de honra - seja excomungado"(Conc. Vaticano I,m Sessão IV, 18.07.1870).

CONSIDERAÇÃO
       Como o leitor viu com seus próprios olhos, Fontes confessa mais uma vez que um dogma católico é indiscutível. Disse ele: “o dogma [...] é [...] o encerramento da questão e acondenação de quem a negar” (Grifo nosso). E a seguir transcreve do Compêndio do Vaticano I, um texto que deveras prova que ele não está equivocado, mas sim, interpretando muito bem o que o clero católico prega oficialmente: " ‘Se, pois, alguém disser que o Apóstolo São Pedro não foi constituído por Jesus Cristo príncipe de todos os Apóstolos e chefe visível de toda a Igreja militante; ou disser que ele não recebeu direta e imediatamente do mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo o primado de verdadeira e própria jurisdição, mas apenas o primado de honra - seja excomungado’(Conc. Vaticano I,m Sessão IV, 18.07.1870)”.
       Crer que o apóstolo Pedro era o líder universal da Igreja é mesmo uma questão de salvação ou perdição? Não, naturalmente. Porém, é uma questão de vida ou morte para o Catolicismo. Para a sobrevivência do Catolicismo, Pedro precisa ser o infalível líder universal da Igreja, já que isso contribui para que seu “sucessor” seja recebido pelos incautos como o infalível manda-chuva mundial dessa seita. E quem diverge, que seja excomungado às pressas, pois representa um perigo ao sistema que depende dessas falcatruas para sobreviver.
        O suposto primado universal e infalível que a Igreja Católica atribui a Pedro e a seu “sucessor” (o Papa), é uma falcatrua tão grande quanto as Decretais de Isidoro, abaixo explicadas resumidamente:

“No ano 587 surgiram certos documentos conhecidos como Decretais de Isidoro. Nicolau I, aproveitando-se deles, declarou que haviam sido escritos pelos bispos dos séculos I e II e que tinham por conteúdo a exaltação do poder papal.
“As Decretais de Isidoro selaram a pretensão do clero medieval com um suposto sinete de antigüidade, tornando o papado aparentemente respeitável e servindo de base para as leis canônicas da Igreja Católica. Além disso, anteciparam em quase trezentos anos o poder absoluto do papa, pois foram o fundamento para que o papa Gregório VII (1073-1085) decretasse o direito exclusivo e irrestrito dos papas no governo da Igreja.
“Após a morte de Nicolau I, descobriu-se que era mentira o fato de que tais documentos estivessem há séculos sob a guarda da Igreja. Verificou-se que eram ilegítimos e premeditadamente falsos” (WEISS, Karl. A Igreja que veio de Roma. Rio de Janeiro: Universal Produções. 1 ed. 2000, pp. 20-21).

“Rui Barbosa chamou as Decretais de Isidoro de descomunal indignidade, engendradas pelos falsificadores para alimentar as pretensões teocráticas do papa. Disse ainda o ilustre escritor que esses falsos documentos, verdadeiros crimes contra a verdade, tiveram sempre o fim único, notório e inalterável de promover a dominação da Igreja sobre o Estado, a supremacia do papa sobre a Igreja” (LOPES, Hernandes Dias. O Papado e o Dogma de Maria. São Paulo: Hagnos. 1 ed. 2005, p. 69. Citação livre de Rui Barbosa, constante do prefácio de JANUS. O Papa e o Concílio. Rio de Janeiro: Elos. 3 ed. p. 27).

       Maiores informações constam das Seções XI e XIX.


SEÇÃO XLI: ASSUNÇÃO DE MARIA

      -40. Em 1950 o dogma da ascensão de Maria;
      - Não é "ascensão", mas "assunção" de Maria. (Veja a diferença no dicionário).
      - O Espírito Santo inspirou a Igreja, conforme promessa de Jesus em Jo 14,16. É mais do que lógico, pois ela é IMACULADA = CHEIA DE GRAÇA - Conf. Lc l,28
      - A Assunção de Maria aos céus é uma verdade sempre crida em toda a caminhada da Igreja. Têm fundamento bíblico, pois aquela que é "Cheia de Graça"(Lc 1,28) não poderia experimentar a corrupção.  O Salário do pecado é a morte. Jesus morreu por nossos pecados, pois não possui próprios, mas seu corpo não experimentou a corrupção. Maria também não teve pecado (sua concepção foi imaculada), então seu corpo, como o do seu Filho não experimentou a corrupção.
      Quem disse foi Pedro: "Roma locuta, causa finita". Pois ele recebeu de Jesus a autoridade para "ligar e desligar".

CONSIDERAÇÃO
       O texto do senhor Fontes, considerado na presente Seção, representa com fidelidade o que a Igreja Católica chama de Assunção de Maria. Realmente, essa seita ensina que Maria não era portadora do pecado original, nem de culpas pessoais; e que, por isso, ela não tinha porque morrer e putrefazer-se num sepulcro. E acrescentam que, contudo, ela morreu para nos salvar e ressuscitou dentre os mortos, sendo, a seguir, elevada ao Céu. E é a essa suposta elevação de Maria ao Céu, que os católicos chamam de Assunção de Maria.
       A grande maioria dos evangélicos não sabe que, segundo a Igreja Católica, o certo é dizer “Assunção de Maria” e não “Ascensão de Maria”. “Ascensão” seria, segundo os católicos, se ela tivesse subido ao Céu pelo seu próprio poder, como o fora Jesus. Mas, como ela foi elevada por Deus, então ela foi assunta, e não ascendida. Mas, por que a maioria dos evangélicos ignora que isso? Bem, no Brasil e em muitos outros países, a maioria dos evangélicos é constituída de ex-católicos. Estes não aprenderam isso enquanto estavam na religião da qual procedem, e a culpa não é nossa, obviamente. E, ao ingressarem numa igreja evangélica, aprendem sobre a ascensão de Cristo, e nada sobre a tal de assunção Maria, que, para nós, não passa de uma invencionice.
       Aos 12 de outubro de 2005, fui evangelizar em Aparecida do Norte/SP. Ao percorrer o pátio da grande catedral de Nossa Senhora Aparecida, vi, numa das paredes do grande edifício, um desenho de Maria sendo assunta ao Céu. Então, à moda guia turístico, eu disse aos irmãos que comigo estavam, que o nome que a Igreja Católica dá à crença de que Maria foi elevada ao Céu, é assunção, e não ascensão, e expliquei a diferença. E todos os que isso ouviram (cerca de vinte irmãos, dos quais três são Pastores) confessaram que ignoravam isso.
       Durante muitos anos vi assunção apenas como sinônimo de ascensão. Mas, como sou leitor compulsivo, deparei com essa informação num livro, há muito tempo.
       E a Igreja Católica foi feliz ao dar o nome de assunção à suposta elevação de Maria ao Céu? Respondo que se realmente Maria tivesse: a) sido isenta do pecado original; b) morrido para nos salvar, como o diz a The Catholic Encyclopedia (Enciclopédia Católica), p. 285; c) sido ressuscitada dentre os mortos no terceiro dia, como o ensina a literatura oficial da Igreja Católica (veja a prova disso no site www.pastorjoel.com.br, clicando no link Culto a Maria), valeria a pena darmos um lindo nome a esses estupendos fatos soteriológicos. Mas, para que nos preocuparmos com a correta nomenclatura de um troço que não passa de mais um conto do vigário?
       Bem, não há motivo relevante para se crer na tal de Assunção de Maria. Contudo, é relativamente importante conhecermos a fraseologia dos sectários das seitas, visto que tal conhecimento facilita o diálogo. Também não são poucos os que se servem de qualquer falha nossa, para nos humilhar, mandando-nos consultar dicionário e outras mais. Essa é uma maneira disfarçada de nos tachar de burros. Tal se dá porque tais infelizes não sabem que não empreendemos demonstrar elevada erudição, mas sim, livrá-los do Abismo eterno. Eles não sabem que o que nos move é o amor. Eles não sabem o quanto lhes queremos bem. Eles não sabem o quanto choramos por eles em nossas orações.
       É errado chamar de ascensão de Maria, o que os católicos chamam de assunção de Maria? Os clérigos católicos às vezes chamam a ascensão de Cristo de assunção? E o senhor Fontes, deu o exemplo, consultando bons dicionários para se inteirar de seus respectivos significados? (Suponho que sim). Abaixo, pois, nossa consideração a estas interrogações:

A) Supondo que o senhor Fontes deveras consultou bons dicionários intuindo se inteirar sobre a definição do vocábulo em lide, então ele sabe que uma das definições que o dicionarista Aurélio dá do verbo ascender, é subir. Ora, sendo assim, não se assassina o vernáculo quando se toma a palavra assunção, como sinônimo de ascensão. Neste caso, por ascensão deve-se entender subidaelevação... sem entrar no mérito da questão sobre se o subinte subiu pelo seu próprio poder, ou se foi inçado por uma força externa.

Um bom dicionário é importante
Mas não adianta tê-lo na estante
Se o não abrimos sequer um instante
Por crermos que fazê-lo é estafante

B) Perguntei acima se os clérigos católicos às vezes chamam a ascensão de Cristo de assunção. E, a esta pergunta respondo positivamente. Tenho diversas Bíblias católicas, naturalmente publicadas sob o IMPRIMATUR de legados papais (e, portanto, versões oficiais dessa seita), nas quais o regresso de Jesus ao Céu é rotulado de ascensãoassunçãopartidaarrebatado deste mundotirado deste mundo, etc. Veja alguns exemplos:

a) “E aconteceu que, sendo chegado o tempo da sua assunção, mostrou ele então um semblante intrépido e absoluto para ir para Jerusalém” (Lc 9. 51 [Bíblia de versão católica, traduzida pelo Padre Antônio Pereira de Figueiredo, op. cit., grifo nosso]);

b) “aconteceu que, aproximando-se o tempo da sua partida deste mundo, dirigiu-se resolutamente para Jerusalém” (Lc 9.51 [Bíblia de versão católica, traduzida pelo Padre Matos Soares, op. cit., grifo nosso]);

c) “Aproximando-se o tempo em que Jesus devia ser arrebatado deste mundo, ele resolveu dirigir-se a Jerusalém” (Lc 9.51 [Bíblia de versão católica, publicada pela Editora “Ave Maria” Lt.da, op. cit., grifo nosso]);

d) “E aconteceu que, sendo chegado o tempo da sua assunção, mostrou Ele então um semblante intrépido e resoluto para ir a Jerusalém” (Lc 9.51 [Novo Testamento traduzido pelo Monsenhor Vicente Zioni. São Paulo: Pia Sociedade de São Paulo, 1950]);

e) “Aproximando-se o tempo em que Jesus devia ser tirado deste mundo, tomou resolutamente o caminho de Jerusalém” (Novo Testamento de versão católica, publicado pela Editora Herder, sob o IMPRIMATUR do Vigário Geral J. Lafayette, em 1970]).

       Será que o senhor Fontes já aconselhou os seus superiores hierárquicos, responsáveis pelas traduções acima, a consultar dicionário para ver a diferença entre assunção e ascensão?

                                                                        ***
C) Tais quais os tradutores das Bíblias católicas, os autores das nossas traduções também não têm tido dificuldade alguma em considerar ascensão como sinônimo de assunção e outro termos equivalentes. Veja:

a) “E aconteceu que, completando-se os dias para a sua assunção, manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém” (Lc 9.51.Tradução de João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida, publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil, 1995, grifo nosso);

b) “Ao se completarem os dias em que seria elevado ao céu, ele manifestou o firme propósito de ir para Jerusalém” (Lc 9.51. Tradução da Alfalit Brasil, 2001, grifo nosso);

c) “E aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu, manifestou no semblante a intrépida resolução de ir para Jerusalém” (Lc 9.51. Tradução de João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Atualizada, publicada pela S. R. Edições Vida Nova, 1078, grifo nosso);

d) “E aconteceu que, ao se completarem os dias em que se devia ele ser assunto ao céu, manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém” (Lc 9.51. Tradução de João Ferreira de Almeida. Sociedade Bíblica do Brasil, Edição Revista e Atualizada, 2ª edição, 1995, grifo nosso);

e) “Como estava chegando o tempo de Jesus ir para o céu, ele resolveu ir para Jerusalém” (Lc 9.51. Nova Tradução na Linguagem de Hoje. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil. 2000, grifo nosso);

f) "Ora, quando se completavam os dias para a sua assunção, manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém" (Lc 9.51 [Versão Revisada, Rio de Janeiro: Imprensa Bíblica Brasileira. 20ª impressão,  1988, grifo nosso]);

g) "Estando para se completarem os dias em que devia ser recebido no céu, manifestou a firme resolução de ir a Jerusalém..." (Lc 9.51 [Versão Brasileira. New York {UEA}: American Bible. 20ª impressão, 1940, grifo nosso]);

h) Na maioria das Bíblias evangélicas, A ascensão de Jesus aparece como epígrafe do texto de Lucas 24. 50-53.
                                                                             ***
       Pedro disse "Roma locuta, causa finita"? Onde está escrito isso? No Evangelho Segundo São Fontes? Ah!, consta da Tradição! Fontes, o senhor já se esqueceu das Decretais de Isidoro?! Ah! O que o sucessor de São Pedro fala tem o mesmo peso das palavras deste apóstolo? Cuidado, ó Fontes! Leia a História Universal com mais atenção! Não calunie São Pedro! Vigie!
       Fontes não citou um só versículo bíblico que fale da suposta Imaculada Conceição de Maria, de sua imaginária ressurreição dentre os mortos, e de sua ilusória assunção ao Céu em corpo e alma. E nada disso lhe parece estranho, pois crê que tudo isso, além de constar da Tradição (?!), foi sancionado pelo infalível sucessor de São Pedro, sendo, portanto, uma verdade inconcussa, posto ser irrefragável as palavras de Sua Santidade. Afinal, "Roma locuta, causa finita". E sejam excomungados todos os que destoam dessa crença! Sejam anátemas todos os que ousam pôr em xeque a infalibilidade do Santo Padre!
       Maiores informações constam das Seções VI, XXI, XXX, XXXIII, e XXXVIII.


SEÇÃO XLII: MARIA, A MÃE DA IGREJA

       -41. Em 1965 Maria é proclamada a Mãe da igreja;
      - "Ele é a Cabeça do corpo, da Igreja"(Cl 1,18) . Mãe de Cristo (Cabeça) é também mãe do Corpo (Igreja). Onde já se viu ser mãe da cabeça e não do corpo ???

CONSIDERAÇÃO
       O argumento do senhor Fontes, constante desta Seção, é baseado em postulados humanos, estranhos à Bíblia. Maria foi uma grande mulher, mas não passa disso. No entanto, a Igreja Católica lhe dispensa uma devoção que só se justificaria se ela não fosse apenas uma grande mulher, e sim, uma grande Deusa.
       Se o fato de Maria ser mãe de Cristo (cabeça da Igreja, chamada de Seu corpo), fizesse dela a mãe da Igreja, seria correto dizer também que Ela existe desde antes da eternidade, visto que a mãe sempre precede o filho na existência. Entretanto, como sabemos, ela é uma criatura finita, desde hoje, enquanto Jesus é desde a eternidade.


SEÇÃO XLIII: CONCLUSÃO

       Conclusão: - Os protestantes, não raro, seguem o conselho de Voltaire: "Menti, menti, porque sempre fica alguma coisa!"

CONSIDERAÇÃO / CONCLUSÃO
       Voltaire foi irônico. E como grande filósofo que era, e inimigo ferrenho do Catolicismo, cujas atrocidades ele combatia destemidamente, jogando inclusive a opinião pública contra as arbitrariedades dessa seita, é bem provável que ele tivesse em mente o fato (entre outros) de que embora o Catolicismo Romano seja tão ridículo, sempre há quem ainda lhe dê crédito. Isso prova que deveras sempre fica alguma coisa. Ou o senhor Fontes nunca ouviu falar do Caso Calas? Jean Calas era ex-católico convertido ao protestantismo, e o clero católico instigou os Magistrados a condená-lo sem provas, de um crime que ele negava ter cometido. Então foi sentenciado “em Toulouse a ter os membros partidos, ser estrangulado e queimado na fogueira”. A pena foi executada, mas Voltaire, crítico feroz da intolerância religiosa por parte da Igreja Católica, empreendeu uma reabilitação póstuma do irmão Jean, que lhe rendeu inúmeras dificuldades. Mas “Voltaire acabou vitorioso no Caso Calas, derrotando os magistrados e o clero: a reabilitação póstuma foi obtida e os juízes que haviam condenado o inocente, afastados” (EICHENBERG, Fernando. Aventuras na História (revista) nº 55. São Paulo: Editora Abril. Ed. 2008, pp. 58-9. Grifo nosso).
       Assim concluo esta sucinta consideração ao inglório afã do senhor Fontes, de defender a mentira, ou melhor, de tentar transformar a mentira em verdade e vice-versa.
       Espero que Deus use esta obra para a Sua glória, edificação da Igreja, e salvação das almas perdidas, quer dentro ou fora das seitas. Que ao desmascarar a hipocrisia, a verdade venha à tona! Que Deus me confira a graça de encontrar no Céu, todos os que me lerem, quer sejam católicos, quer não! Que eu, o Fontes, e todos os meus leitores, nos encontremos lá no Céu! Até lá, na Paz do Senhor! Amém.


                                     Rio de Janeiro/RJ                    08 de março de 2008

2 comentários:

  1. Comece agora refutando nossas "1000 calúnias protestantes" em:
    www.dicionariodafe.com

    NOTA: Mas coloque todos nossos argumentos e não somente alguns que lhe convém, como o fez, neste artigo, omitindo nossos argumentos que o engasgaram.

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  2. Pseudo-pastor a serviço de Satã, se não crês na Palavra de Jesus "ISTO É O MEU CORPO", então veja provas científicas:
    https://col129.mail.live.com/?tid=cmA4AA3yE85RGCmwAjfeShsA2&fid=flinbox
    Assista ao video e comprove você mesmo.

    www.dicionariodafe.com - Em defesa da Sã Doutrina.

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