domingo, 29 de dezembro de 2013

SOBRE O "PERDÃO" CATÓLICO e o subseqüente purgatório

Introdução

       Considero relevante conhecer previamente as crendices daqueles que queremos ganhar para Jesus. É esse conhecimento que nos possibilita elaborar uma refutação inteligente. A presente obra visa, pois, fornecer este conhecimento. Daí discorrer sobre o “perdão” católico. Espero que o presente trabalho seja mais uma ferramenta a ser usada pelo Espírito Santo para socorrer as vítimas da falsa doutrina católica sobre a salvação. Essa falsa doutrina deriva de um deus falso, produz uma salvação ilusória, e leva a um desagradável “céu”, para o qual, certamente a vítima de tal engodo não quer ir. Leiamos, então, as considerações abaixo.

I. Dissertando sobre a eficácia do perdão

      Tanto os católicos, quanto os evangélicos, pregam que existe o Inferno, de cuja miséria os que morrem perdidos nunca sairão. Semelhantemente, ambos aspiram morar no Céu. Mas, sobre como ir para o Céu, há divergência entre católicos e protestantes. Os evangélicos crêem que os que morrem com todos os pecados perdoados, vão, na hora, para o Paraíso Celestial. Já a Igreja Católica ensina que não basta estarmos perdoados por Deus para entrarmos no Céu. Segundo ela, o perdão dos pecados não anula a sentença, mas tão-somente diminui a pena; e que, portanto, os que morrem na graça e na amizade de Deus (ou seja, com, pelo menos, todos os pecados graves perdoados), não entrarão no Céu antes de: 1º) cumprir a pena devida pelos pecados graves já perdoados, caso não a tenham cumprido antes da morte; 2º) expiar seus pecados veniais (ou menores), quer tenham sido ou não, perdoados antes da morte; 3º) purificar-se do prejudicial apego acarretado pelos pecados (veniais e graves) perdoados, tornando-se perfeito. Ela prega que existe a possibilidade do cristão obter a santidade necessária (isto é, tornar-se perfeito) para entrar no Céu ainda nesta vida. E observa que, caso o perdoado não atinja este objetivo aqui na Terra, passará, após a morte, por um período de purificação (período este que varia de pessoa para pessoa), até cumprir as referidas penas e atingir a perfeição. Somente depois de alcançar estes alvos, é que o perdoado se habilitará a desfrutar da bem-aventurança eterna, isto é, só então sairá do estado de purificação póstuma chamado purgatório, e entrará no Paraíso Celestial.
      Ainda diferentemente dos evangélicos, a Igreja Católica proclama também que ela dispõe de um expediente chamado indulgência. Há, segundo ela, dois tipos de indulgências: a indulgência parcial, que diminui a pena que o perdoado tem de cumprir antes de entrar no Céu; e a indulgência plenária, que elimina todas as marcas deixadas pelos pecados perdoados. Portanto, caso o perdoado morra imediatamente após receber uma indulgência plenária, não terá - segundo os clérigos católicos - que cumprir (no que diz respeito aos pecados perdoados e indulgenciados) nenhuma pena no além-túmulo; podendo, portanto, ir direto para o Paraíso Celestial, se é que também já tenha se tornado perfeito. Porém, aquele que, mesmo tendo morrido com todos os pecados graves e veniais perdoados, mas sem cumprir a supracitada pena (ou sem uma indulgência plenária), e sobretudo, sem atingir a perfeição, permanecerá sofrendo por um tempo no purgatório, até tornar-se perfeito. E, enquanto as almas dos perdoados falecidos estiverem purgando no além, os vivos podem participar da diminuição do seu tempo de espera no purgatório, fazendo na intenção delas diversos sufrágios, a título de indulgências, como, por exemplo, esmolas, rezas e missas. É oportuno registrar aqui, que a própria alma sofredora no purgatório, pode, de acordo com a Igreja Católica, não só sofrer a título de expiação dos seus pecados, mas também fazer a boa obra de rezar pelos que ainda estamos neste mundo. E é, pois, sofrendo, bem como fazendo boa obra no além-túmulo, que, finalmente, as almas do purgatório, mais cedo ou mais tarde, se quitarão para com a justiça divina e se habilitarão à bem-aventurança eterna no Céu.

II. Veja as provas

      As cópias abaixo têm por objetivo provar que as declarações acima, referentes à posição católica sobre como ir para o Céu, não são calúnias.

Primeira prova:“A indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados ...
“A indulgência é parcial ou plenária ...
“O perdão do pecado e a restauração da comunhão com Deus implicam a remissão das penas eternas do pecado. Mas permanecem as penas temporais do pecado...
... “todo pecado, mesmo venial, acarreta um apego prejudicial às criaturas que exige purificação, quer aqui na terra, quer depois da morte, no estado chamado purgatório” “As indulgências podem aplicar-se aos vivos e aos defuntos” (Catecismo da Igreja Católica. Petrópolis: Editora Vozes.  pp. 406 a 407. Grifo nosso);
“Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício eucarístico...”(Catecismo da Igreja Católica. Op. cit., p. 291).

Segunda prova: “A Igreja recomenda também as esmolas... em favor dos defuntos” (Ibidem, p. 291).

Terceira prova: “O pecado, mesmo que você se confesse, ou se arrependa, sempre deixa uma marca, e a indulgência é isso: tirar essa marca” (Padre Marcelo Rossi, jornal O Globo, 02 /01/2000);

Quarta prova: “... Para obter a indulgência... o fiel necessita antes se confessar e ser sacramentalmente absolvido...” (Ibidem, Bispo Dom Fernando);

Quinta prova: "Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida a sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrarem na alegria do Céu" (Catecismo da Igreja Católica, op. cit., p. 290);

Sexta prova: O Concílio de Trento sentenciou:“‘Se alguém disser que, depois de receber a graça da justificação, a culpa é perdoada ao pecador penitente e que é destruída a penalidade da punição eterna e que nenhuma punição fica para ser paga ou neste mundo, ou no futuro, antes do livre acesso ao reino ser aberto, seja anátema’ Seção VI” (Citado por OLIVEIRA, Raimundo F. de. Seitas e Heresias, Um Sinal dos Tempos. Rio de Janeiro: CPAD, 9 ed. 1994, p. 25);

Sétima prova: “O escritor católico Mazzarelli”, [fez menção ao que ele chamou de] “pecados mortais absolvidos, mas não plenamente expiados” (Ibidem, p. 23. Grifo nosso);

Oitava prova: O Papa Pio IV disse que vão para o purgatório as seguintes pessoas: 1) “os que morrem culpados de pecados menores, que costumamos chamar veniais, [...] sem que se tenham arrependido dessas faltas ordinárias [...]”; 2) “Os que, tendo sido [...] culpados de pecados maiores, não deramplena satisfação deles à justiça divina (A Base da Doutrina Católica Contida na Profissão da Fé)” (Ibidem, grifo nosso). Observação: Morrer sem dar“plena satisfaça” dos pecados maiores (isto é, pecados graves, segundo a fé católica) “à justiça divina”, equivale a dizer (de acordo com o Catolicismo) que a pessoa morreu perdoada de tais pecados graves, mas, ou sem cumprir a pena devida pelos pecados já perdoados, ou sem uma indulgência planária; e, sobretudo, antes de se tornar perfeita. Esta conclusão é óbvia, pois já provamos que os Padres também pregam que o Inferno existe, e que os que morrem sem estar de posse do perdão de seus pecados graves, não vão para o Céu (nem mesmo via purgatório), e sim, para o Inferno. Sim, provamos isso, pois na Primeira prova acima consta que o Catecismo da Igreja Católica fala das “penas eternas do pecado” (Grifo nosso). E, como se não bastassem as provas acima, notifico que o referido Catecismo da Igreja Católica sustenta que “O Pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, conseqüentemente, nos torna incapazes da vida eterna; esta privação se chama ‘pena eterna’ do pecado” (Catecismo da Igreja Católica, op. cit., p. 406. Grifo nosso). Ora, por “pena eterna do pecado” deve-se entender o tormento eterno no Inferno.

Nona prova: “Purgatório [...]. Lugar de purificação das almas dos justos antes de admitidas na bem-aventurança” (Novo Dicionário Aurélio. Grifo nosso). Logo, não é qualquer um que vai para o purgatório. Lá é, segundo o dicionarista Aurélio, lugar de justos. E, quanto a isso, ele não está equivocado, visto que, de fato, a teologia católica não ensina que a ida para o Inferno também seja via purgatório. Sim, o clero católico não prega que a ida para o Inferno também seja via purgatório.
(Observação: Embora o Dr. Aurélio defina a palavra “purgatório” como sendo um lugar, no catolicismo este vocábulo designa antes o estado (não o lugar) no qual estão os que, no além-túmulo, se depuram para, após isso, entrarem no Céu. Em outras palavras: Segundo a teologia católica, “purgatório” não é o nome do lugar para onde vão os católicos que morrem antes de atingir a perfeição, e sim, o estado espiritual dos que, no além, aguardam, em sofrimento, pelo ditoso momento em que sairão da penosa depuração para, então, ingressarem na bem-aventurança eterna do Céu;

Décima prova: Certo Padre definiu o purgatório assim: “[...] estado médio das almas, sofrendo por certo tempo em expiação dos seus pecados [...]”(Novo Testamento católico, traduzido pelo Monsenhor Vicente Zioni, editado pela Pia Sociedade de São Paulo, em 1950, e comentado pelo Padre Euzébio Tintori, página 418, grifo nosso);

Undécima prova: Dissemos há pouco que, segundo a Igreja Católica, só vão para o Céu, sem passar por uma purificação póstuma no suposto purgatório, os que, ainda nesta vida, conseguem se tornar perfeitos. E agora, veja, nada menos que cinco exemplos que comprovam isso cabalmente:

A) “[...] se alguém morre [...] portador de resquícios do pecado, como são as impaciências, as maledicências, as omissões [...], essa pessoa poderá ver Deus face a face? [...]. A lógica nos diz que não; [...]. [...] é possível extinguir toda raiz do pecado existente em nós? [...] Respondemos que sim; é possível e necessário. É o próprio São João quem no-lo diz em 1Jo 3, 2s [...]: ‘E todo aquele que nele põe esta esperança, torna-se puro como ele é puro’. [...] o sermão da montanha (Mt 5-7) nos incita a procurar sempre mais a perfeição, dizendo até: ‘Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito’ (Mt 5, 48). [...] ‘E se o cristão não conseguir erradicar toda raiz de pecado até a hora da passagem para a outra vida, que acontecerá?’ [...] Deus, em sua misericórdia, concederá uma chance póstuma de purificação, que é precisamente chamada ‘o purgatório’ ” (BETTENCOURT, Estêvão Tavares.Católicos Perguntam. Santo André: O Mensageiro de Santo Antônio. 2004, pp. 139-141);

B) “Nossa oração pelos mortos [...] tem em vista aqueles que partiram convertidos ao Senhor, mas ainda carregados de certas incoerências ou impurezas (caso que, aliás, parece ser bastante freqüente)” (BETTENCOURTT, Estêvão Tavares. Católicos Perguntam. Op. cit., p. 141. Grifo nosso). Claro que sim, senhor Bettencourt, bastante freqüente, e nunca foi diferente, pois “todos tropeçamos em muitas coisas” (Tg 3.2), não é mesmo? Quem não peca, não é, senhor Estêvão? E o Padre Estêvão, quanto à sua crença na possibilidade de alcançarmos a perfeição ainda nesta vida, e, por conseguinte, sermos dispensados da purificação póstuma no purgatório, não está só, pois é ombreado pelo alto clero católico. Eis as provas:

a) “Uma conversão que procede de uma ardente caridade pode chegar à total purificação do pecador, não subsistindo mais nenhuma pena” (Catecismo da Igreja Católica, p. 406, op. cit.). Sim, “mais nenhuma pena”, visto que (segundo a Igreja Católica), ao atingir esse patamar, o perdoado já terá cumprido-a assim: 1) através de boas obras e/ou sofrimentos suportados pacientemente; 2) através de uma indulgência parcial, mais boas obras e/ou sofrimentos suportados pacientemente; 3) através de uma indulgência plenária. E, além de tudo, ter-se á também atingido a perfeição;

b) “Com a nossa autoridade apostólica definimos que, segundo a disposição geral de Deus, as almas de todos os santos mortos antes da Paixão de Cristo (...) e de todos os fiéis mortos depois de receberem o Santo Batismo de Cristo, nos quais não houve nada a purificar quando morreram (...) ou ainda, se houve ou há algo a purificar, quando, depois de sua morte, tiverem acabado de fazê-lo, (...) antes mesmo da ressurreição nos seus corpos e do juízo geral, e isto desde a ascensão do Senhor e Salvador Jesus Cristo ao céu, estiveram, estão e estarão no Céu, no Reino dos Céus e no paraíso celeste com Cristo.” (Catecismo da Igreja Católica, p. 288, # 1.023, grifo nosso);

c) Os famosos pesquisadores e apologistas evangélicos, John Ankerberg e John Weldon, transcreveram de um catecismo católico, em inglês, o seguinte: “qualquer pessoa que seja algo menos que perfeita deve ser primeiro purificada antes que tenha direito ao céu” (ANKERBERG, John; WELDON,  John.Os Fatos Sobre o Catolicismo Romano. Porto Alegre: Chamada da Meia-Noite, 1993, p. 42).

Duodécima prova: Eu disse acima que, segundo o clero católico, as almas que sofrem no suposto purgatório, em expiação dos pecados, podem, somar a esse imaginário sofrimento “remidor”, a boa obra de rezar pelos vivos. E agora, vamos à prova: “[...] o Papa Leão XIII [...] aprovou uma oração que pede às almas do purgatório que roguem pelo Papa, pela exaltação da Santa Igreja e pela paz das nações [...]. Podemos, pois, dirigir-nos às almas do purgatório” (Católicos Perguntam. Op. cit., p. 165).
                                                                                 ***
       Parece-me que deveras provei cabalmente tudo quanto afirmei no primeiro tópico desta obra. Com efeito, já demos dois relevantes passos: 1) Que há controvérsia entre católicos e protestantes, sobre como ir para o Céu; 2) que, de fato, a Igreja Católica prega que, para entrarmos no Céu, não nos basta o perdão. Está, pois, então, na hora de darmos o terceiro passo, examinando o que os evangélicos dizem em refutação ao parecer católico, acerca da eficácia e eficiência do perdão dos pecados.

III. O argumento refutatório dos evangélicos

      Bem, vimos que há controvérsia entre católicos e evangélicos a respeito dos que morrem com todos os pecados perdoados. Diferentemente da Igreja Católica, as igrejas evangélicas pregam que:

a) para entrarmos no Céu, basta-nos o perdão que Deus nos dá;

b) para o pecado perdoado não há pena alguma a ser cumprida, visto que perdão e cumprimento de pena são termos não só antagônicos entre si, mas também auto-excludentes;

c) não é preciso atingir a perfeição nesta vida, para ir morar no Céu, visto que se isso fosse verdade, ninguém iria direto para o Céu, já que a Bíblia diz que todos nós pecamos (1Jo 5. 8,10; 2Cr 6.36; Tg 3.2). Morrer antes de atingir a perfeição, não é algo apenas “bastante freqüente”, como o supõe o Padre Estêvão, mas sim, algo inevitável e comum a todos os humanos. A prova disso, é que não há no planeta Terra, uma só pessoa perfeita;

d) as almas dos verdadeiros cristãos que já partiram desta vida, não estão aguardando maior purificação para, então, adentrarem à presença de Deus, visto que já partiram desta vida cem por cento purificados ou santificados (em termos forenses) mediante o perdão que nos é dado por meio da fé no sangue de Jesus, vertido por nós na cruz. Sim, os tais não eram perfeitos de fato (Fp 3.12a), mas o eram de direito (Fp.3.15a). E, segundo a Bíblia, todos os que partem desta vida, de posse da santificação de direito, recebem, na hora do desenlace, a santificação de fato, por cujo motivo ingressam no Paraíso no mesmo dia (Lc 23.43);

e) realmente, só os perfeitos podem entrar no Céu, mas na hora em que Cristo voltar para nos arrebatar ao Céu (Jo 14. 1-3; 1Ts 4.13-17), ou quando morrermos, o Espírito Santo eliminará de nosso ser a natureza pecaminosa, também chamada de pecado original (Rm 8.11; Fp 3.21; Ap 14.13; 1Co 15. 51,52). E é essa depuração futura, que será tão instantãnea quanto o é hoje o perdão, que nos habilitará a vermos Deus face a face, tão logo partamos daqui, quer através da morte, quer através do arrebatamento da Igreja. Sim, todo aquele que está de posse do perdão de seus pecados, está pronto para entrar no Paraíso Celestial, tão logo morra, ou tão logo Cristo venha nos arrebatar ao Céu. Assim como, no dia do arrebatamento da Igreja, os cristãos não irão para uma sala de espera, para ali purgar suas imperfeições, mas prontamente subirão ao Céu, de igual modo, quando morre um servo de Deus, sua alma voa direto para o Paraíso Celestial. Quem não crê nisso, não crê no Evangelho; quem não prega isso, não prega o Evangelho; quem nega isso, nega o Evangelho; e quem, embora pregando algo diferente disso, alega estar pregando o Evangelho, está mesmo, é vendendo gato por lebre, isto é, falsificando o Evangelho.
       No dia do arrebatamento da Igreja, todos os que então forem perfeitos de direito (isto é, salvos, perdoados, resgatados...), tornar-se-ão perfeitos de fato, “num momento, num abrir e fechar de olhos” (1Co 15.51,52), e, deste modo, habilitado ao ingresso no Céu. O perdão dos pecados, nos credencia ao ingresso no Céu; e a transformação do nosso corpo (Fp 3.21), nos qualifica. O perdão nos faz perfeitos de direito, e a transformação nos fará perfeitos de fato. E, deste modo, entraremos no Céu de cabeça erguida.

f) não existe esse negócio de pena devida pelos pecados já perdoadosindulgência parcial, indulgência plenária, tornar-se perfeito ainda nesta vida, purgatório, missas e esmolas pelos que padecem no purgatório, etc. O purgatório do verdadeiro cristão é o sangue de Jesus. Mas em que se baseiam os evangélicos para crerem assim? A resposta é: Na Bíblia. Veja estes exemplos: Romanos 8:1: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus...”;2 Coríntios 5: 17: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”;Lucas 23: 43: “E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”. Comentando este último versículo, nós, os evangélicos, dizemos que o fato de o ladrão mencionado em Lucas 23: 43, não necessitar de purgatório e indulgência para se salvar, podendo ir para o Paraíso naquele mesmo dia, prova cabalmente que, para entrarmos no Céu, basta-nos o perdão que Deus nos oferece em Cristo, visto que o restante é da competência do próprio Cristo. Os perdoados sofrem, sem dúvida, as conseqüências físicas do pecado, tanto do pecado original, como das culpas pessoais: doenças, envelhecimento, morte, danos patrimoniais e morais, etc., como ocorreu a Davi, o qual, mesmo estando perdoado, amargurou inúmeros sofrimentos neste mundo; ou, ainda, como ocorreu aos apóstolos, os quais, mesmo estando perdoados por Deus, continuaram sujeitos às mazelas já citadas: envelhecimento, doenças, morte, etc. Mas tão logo morre um perdoado, a sua alma voa imediatamente ao Paraíso Celestial.
       Assim como no dia da vinda de Jesus para arrebatar a Igreja, os verdadeiros cristãos subirão ao encontro do Senhor a fim de estarem para sempre com Ele (Jo 14.1-3; 1 Ts 4.17), sem terem que passar por esse tal de purgatório, também quando morre um servo de Deus, sua alma vai imediatamente para o Paraíso Celestial. Quem nega isso, nega o Evangelho.
       Por mais que soframos as conseqüências dos nossos pecados, jamais nos quitaremos para com a justiça divina, mediante esse expediente. Esse expediente não resolve o nosso problema ocasionado pelo pecado, nem tampouco auxilia na solução do mesmo. “O castigo que nos traz a paz estava sobre ele”, é o que consta de Is 53.5 (Grifo nosso). Isto significa que: a) a paz, isto é, a reconciliação com Deus, está estreitamente relacionada a um castigo; b) Cristo suportou tal castigo na íntegra _ Ele suportou “o” castigo, e não “parte do” castigo; c) e é com tal sofrimento até a morte, que Ele nos quita para com a justiça divina, nos inocenta perante o fórum celestial, e, por conseguinte, nos salva.

Conclusão

      Caro leitor, não sei se você diverge dos evangélicos sobre o perdão. Porém, seja como for, o seu ponto de vista tem que ser respeitado. Apenas sugiro, se você me permite, que você estude a Bíblia e apóie sua opinião nela. E se você já estudou a Bíblia, e concluiu em sua mente que realmente o perdão que Deus nos oferece nos habilita ao Céu na hora, saiba que então você não é católico. E talvez você até seja evangélico e não saiba. Em caso positivo, não viva mais como um peixe fora d’água. Procure o seu grupo! Una-se a nós! Vamos juntos adorar a Deus! Talvez você pense assim: “Os evangélicos também erram”. É verdade. Mas certamente a nossa união vai nos fazer muito bem. É que, apesar de nós e você não sermos perfeitos, temos a mesma opinião a respeito do perdão dos pecados. Não somos perfeitos, mas somos membros da Igreja de Cristo. E precisamos usufruir dessa simpatia de idéias. Isto também é bíblico (Hebreus: 10.25; Mateus 21.13; Salmos 122; 133).
      Prezado leitor, uma instituição que nega a totalidade e instantaneidade do perdão, bem como a sua eficiente eficácia, não é uma igreja errada, nem tampouco uma igreja certa; ela simplesmente não é Igreja. Portanto, não compre mais gato por lebre. Torne-se um membro da Igreja de Cristo. Muitas das arapucas de Satã se fazem passar por igrejas de Cristo; mas, como o diabo não consegue esconder o rabo, é possível desvencilharmos de seus enganos.
      Finalizando, opino, com a sua devida permissão, o seguinte: Abra uma Bíblia e leia os seguintes versículos: (Gálatas 1. 8; João 8.24; 14.6; Atos 4.12). Não confie cegamente em homem algum, mas leia a Bíblia, e siga-a.


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