domingo, 29 de dezembro de 2013

OS DEVERES DE UM BOM CATÓLICO

Sermão imaginário de um Padre fictício

Todo bom católico deve fazer o seguinte:

I. CONFESSAR. Confesse seus pecados (principalmente se forem graves) a um Padre, pelo menos uma vez por ano (CIC -Catecismo da Igreja Católica, página 401, ## 1456–1458, Editora Vozes, 1993). Sempre que você fizer isto, você terá a felicidade de ouvir o Padre lhe dizer: ... eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (CIC, página 399, # # 1448-1449). E então, todos os seus pecados serão perdoados na hora. Porém, você ainda não estará pronto para entrar no Céu. Ainda que você morra antes de um milésimo de segundo após confessar-se ao Padre e obter o perdão, você não irá direto para o Céu. O porquê disso é que o pecado, mesmo depois de perdoado, deixa marcas que precisam ser eliminadas. Portanto, você só poderá entrar no Céu após livra-se das cicatrizes deixadas pelo pecado perdoado. Para livrar-se de tais seqüelas, você terá que cumprir a pena devida pelo pecado já perdoado. No caso de alguém morrer imediatamente após a confissão ao Padre e a subseqüente absolvição, a referida pena será cumprida depois da morte, no estado chamado purgatório. Além disso, existe um expediente chamado indulgência. Esta pode ser ou plenária ou parcial. A indulgência parcial diminui a pena que o perdoado tem de cumprir antes de entrar no Céu, e a indulgência plenária elimina todas as cicatrizes que o perdão não consegue eliminar. Portanto, não perca tempo! Procure um padre já! Ele, após absolvê-lo em nome das três Pessoas da Santíssima Trindade, irá avaliar o seu caso para lhe agraciar com uma das indulgências: plenária ou parcial. Vá logo! Você não tem nada a perder, mas sim, tudo a ganhar! É que ao ser perdoado de todos os seus pecados, você embarca no “trem” da salvação com destino ao Céu, via purgatório. E, ao ser indulgenciado, na pior das hipóteses a sua estada no purgatório será consideravelmente reduzida. E isto é importante, pois o purgatório é o “... estado médio das almas, sofrendo por certo tempo em expiação de seus pecados...” (Grifo meu), como bem o disse nosso estimado colega, Sua Reverendíssima Padre Euzébio Tintori, no Novo Testamento por ele comentado, editado pela Pia Sociedade de São Paulo (ver verbete “purgatório”). Sim, o purgatório é um estado de sofrimentos! Rezemos, portanto, pelos nossos irmãos que já se foram desta vida, para que o nosso bondoso Pai celestial apresse a saída deles do estado de expiação no qual estão!

II. FICAR DE OLHO VIVO NOS PADRES. Segundo certo adágio popular, o católico deve fitar um olho no Padre e outro na Missa. Isto é bom, pois há padres hereges. Martinho Lutero não foi o primeiro a sê-lo, nem tampouco o último. Por este motivo, julgo importante provar que as autoridades da nossa Santa Madre e amada Igreja Católica concordam plenamente comigo. Por exemplo, no Catecismo da Igreja Católica, aprovado por Sua Santidade João Paulo II em 1992 e editado no Brasil a partir de 1993 pela Editora Vozes, podemos ler, às páginas 406-407, o seguinte: “... A indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados  perdoados... A indulgência é parcial ou plenária... O perdão do pecado e a restauração da comunhão com Deus implicam a remissão das penas eternas do pecado. Mas permanecem as penas temporais do pecado... O cristão deve esforçar-se, suportando pacientemente os sofrimentos... e, chegada a hora de enfrentar serenamente a morte, aceitar como uma graça essas penas temporais do pecado...” (Grifo meu). Tenho ainda a solidariedade do nosso pop colega, Sua Reverendíssima Padre Marcelo Rossi, bem como sou ombreado pelo Excelentíssimo Bispo Dom Fernando que, respectivamente, afirmaram o seguinte:
a) “... O pecado, mesmo que você se confesse, ou se arrependa, sempre deixa uma marca, e a indulgência é isso: tirar essa marca” (jornal O Globo, 02/ 01/ 2000);
b) “... Para obter a indulgência... o fiel necessita antes se confessar e ser sacramentalmente absolvido por um padre...” (Ibidem). E, como se tudo isso não me bastassem, para provar que o meu sermão está em perfeita harmonia com as doutrinas que a Santa Madre Igreja vem pregando através dos séculos, posso citar ainda o Concílio de Trento, Seção VI, que com todas as letras decretou em 1563 d.C., o seguinte: “Se alguém disser que, depois de receber a graça da justificação, a culpa é perdoada ao pecador penitente e que... nenhuma punição fica para ser paga ou neste mundo ou no futuro, antes do livre acesso ao reino ser aberto, seja anátema”. Claro, uma boa interpretação do que o referido Concílio decretou é: “Se alguém disser que, para entrarmos no Céu, basta estarmos perdoados, seja excomungado, isto é, excluído da Igreja”. Assim fica claro que a nossa amada Igreja Católica ensina que o perdão que Cristo nos dá não é total, e sim, parcial. Ele perdoa a maior parte da nossa dívida, e deixa só uma pequeníssima parte para ser paga por nós. Nossa Senhora, como Jesus é bom!

III. FICAR DE OLHO VIVO NOS EVANGÉLICOS.
       Tudo que eu disse até aqui, é apenas uma pequena parte das verdades pregadas pela Santa Igreja Católica, da qual somos membros com muita honra. Mas há um falso movimento religioso conhecido pelo nome de evangélicos ou protestantes, cujos adeptos discordam do que ora digo. Tentando “provar” que estamos equivocados, eles adoram citar, entre outras, as seguintes passagens bíblicas:
João 8:32, 36: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”; “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres;”
 Hebreus 7:25: “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus...”;
Efésios 2:8: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é Dom de Deus;
Romanos 8:1: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”;
I João 1:7. “... e o sangue de Jesus ... nos purifica de todo o pecado”;
2 Co 5:17: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”;
Lucas 23:43: “E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”.
      Os evangélicos alegam que os textos bíblicos acima copiados provam que o perdão que o Senhor Jesus nos dá é total, e não parcial como a nossa santa Igreja Católica prega. Mas quem são eles para discordarem de nós? Quando eles lerem o referido Catecismo, página 38, ficarão sabendo que Deus não confiou a eles o encargo de interpretar a Bíblia corretamente, mas sim, exclusivamente ao Papa e aos Bispos em comunhão com ele. Eles precisam saber ainda, que no Concílio Vaticano I, datado de 1870, a santa Madre Igreja elevou à categoria de dogma, uma velha doutrina, segundo a qual, é impossível que o Papa erre quando fala ex-cátedra. Esta verdade de fé católica está ratificada no aludido Catecismo, página 255. Foi interpretando bem esta verdade de fé católica que o estimado colega, Sua Reverendíssima Padre Álvaro Negromonte, em seu livro O Caminho da Vida, página 240, 15a edição, editado pela Livraria José Olympio Editora, afirmou que o Papa manda tanto quanto Cristo, e que, portanto, suas ordens devem ser obedecidas e não discutidas. Se você duvida, veja esta cópia: “...Um bom Católico nunca põe em dúvida a autoridade da Igreja. Antes procura ser cuidadoso da obediência que lhe deve. Cuidadoso e ufano. Vale a pena obedecer a quem manda com a mesma autoridade de cristo faz leistão sábias. Assistidos pelo ESPÍRITO Santo, o papa e os bispos têm uma visão que nos falta nos negócios da Igreja. as suas ordens devem ser obedecidas e não discutidas. Quando nossos pontos de vista não coincidirem, será  por deficiência nossa” (Grifo meu).

CONCLUSÃO.
       Dou a vocês, meus amados irmãos católicos, o seguinte conselho: Não dêem crédito às contradições dos evangélicos, visto que se crermos no que eles crêem, quanto ao perdão, correremos sério risco de irmos para o Céu, já que isso equivale a crer no Evangelho. Portanto, se queremos mesmo ir para o Inferno, temos que continuar crendo neste perdão fajuto, cheio de cicatrizes, o qual, segundo os evangélicos, é a negação do Evangelho.
 P.S.: Este sermão não é tão imaginário e o seu autor não é muito fictício, pois como o leitor pôde ver ao lê-lo, disponho de provas documentais de que qualquer padre pode pregá-lo na íntegra, sem medo de contradizer as doutrinas da Igreja Católica. Em outras palavras: A Igreja Católica prega o que proferiu o nosso Padre fictício, no presente sermão imaginário.
      O presente texto é, realmente, irônico; contudo, pretendo tão-somente conscientizar e alertar. O meu objetivo não é debochar e ridicularizar. Isso não seria uma atitude cristã, e sim, falta de amor, afronta ao nosso próximo, e desrespeito à crença alheia.
      Caro leitor, embora saibamos que muitos não gostam de ver a sua religião sendo questionada, certamente não ignoramos que uma observação amorosa pode muito nos ajudar. É por isto que redigi estas linhas. Não quero mandar na sua consciência, pelo contrário, meu desejo é dar-lhe base para que você possa decidir por si mesmo sobre esta questão. Não siga ao Papa, nem tampouco a mim, cegamente. Raciocine com sua própria cabeça e tire suas próprias conclusões. Lembre-se, porém, que isto tem que ser decidido já! É agora ou nunca! Depois da morte será tarde demais! Missa alguma lhe salvará! Não caia no conto do vigário! Creia no verdadeiro Evangelho, isto é, creia que Jesus perdoa 100%, como o diz a Bíblia!
      Desejo muito encontrá-lo no Céu! Dê-me o prazer de encontrá-lo na Cidade Celestial. Até lá, na Paz do Senhor Jesus!

                                                                                                  Pastor Joel Santana

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