domingo, 29 de dezembro de 2013

SINOPSE ESCATOLÓGICA - em ordem cronológica

Por,



Pr. Joel Santana
  

Um resumo das principais questões escatológicas, à luz da Bíblia.


Atualizado em outubro de 2008




 Rio de Janeiro



INTRODUÇÃO

       A Escatologia Bíblica, se não é o tema mais complexo da Bíblia, é, pelo menos, um dos assuntos bíblicos mais difíceis de se entender. Penso assim, e parece-me que a grande maioria dos que lêem a Bíblia não destoam de mim quanto a isso. Particularmente creio que só o Espírito Santo entende tudo sobre o tema deste opúsculo. Daí as muitas divergências entre os que ousam pronunciar sobre esta questão, emitindo seus respectivos pareceres. E estas dificuldades têm levado muitos a pensarem que nada, ou muito pouco, podemos saber acerca desta questão. Os tais crêem, pois, que é perca de tempo escrutinar a Bíblia em busca de uma resposta. Este autor, porém, embora também não negue que de fato há, nas páginas da Bíblia, mistérios intrigantes e intransponíveis, não crê, contudo, que encerrá-la no baú seja bom negócio. Sim, devemos estudar a Bíblia, tentando entender o que estamos lendo. E se é verdade que não podemos entender tudo, também não é mentira que podemos sim, com a ajuda de Deus, entender alguma coisa. E é o que julgo ter entendido, que aqui exaro. E o faço pelas seguintes razões: 1) Deus quer que estudemos a Sua Palavra; 2) seria uma atitude egocêntrica reter conosco um conhecimento que julgamos útil à Humanidade e, em especial, à Igreja; 3) creio que consegui um método menos complexa de expor o que aprendi, facilitando a compreensão do tema aqui abordado. Aliás, já testei meu método junto aos meus alunos e obtive bons resultados. E, por isso, redigi o presente texto, na esperança de ser útil a Deus, à Igreja, e a todos os meus indulgentes leitores. Sim, aspiro acrescentar algo aos meus leitores, dirimindo, inclusive, algumas de suas dúvidas. Digo algumas, e não todas, já que também estou intrigado com não poucos enigmas escatológicos.




CAPÍTULO I

 

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES



“Escatologia” é vocábulo grego, e designa o estudo ou tratado dos eventos que estão para acontecer, quanto ao fim do mundo. Em resumo, é o estudo das últimas coisas. É a parte da Teologia que trata dos fins últimos do Universo: Céu, Terra, e tudo quanto neles há: o homem, os anjos, o diabo, os demônios, etc.
As Escrituras Sagradas nos descrevem o futuro com precisão. Sabemos disso porque ela já o fez várias vezes. Ela nunca falhou em suas previsões. Eis algumas dessas antevisões: O tempo que Israel habitaria no Egito (Gn 15:13); que José, filho de Jacó, seria um grande estadista (Gn 37:5-11); que Jesus nasceria de uma mulher (Gn 3:15) virgem (Is 7:14) em Belém (Mq 5:2), o que, como todos nós sabemos, cumpriu-se fielmente (Mt 2:4-6). Ela previu, cerca de 1000 anos antes do nascimento de Jesus, que este teria Suas mãos e pés transpassados (Sl 22:16), etc. E, como não ignoramos, todas estas profecias se cumpriram fielmente.
Lembremo-nos que não sabemos tudo (1Co 13.9). Aliás, quando reconhecemos nossa ignorância, estamos sendo mais realistas do que humildes. Este conhecimento me levou a duas conclusões: 1ª) Não sou capaz de esgotar este assunto. Nem mesmo uma obra enciclopédica (o que não é o caso deste opúsculo), elaborada por teólogos mais capazes do que este autor, conteria todas as informações escatológicas, dando a última palavra sobre este tão importante assunto; 2ª) Já que não sabemos tudo, a avidez pelo saber deve nos impulsionar a constantes e diligentes estudos. Devemos madrugar em busca da sabedoria (Pv 8.17), para sermos mais úteis aos nossos ouvintes (Ec 12.9).
Deus prometeu nos revelar coisas grandes e firmes (ou ocultas) se clamarmos a Ele (Jr 33.3). É Jesus quem abre o nosso entendimento para entendermos as Escrituras (Lc 24:45). E Ele o faz pelo Seu Espírito Santo (Pv 1:23). Oremos, pois, ao Senhor, suplicando Sua luz.
A curiosidade é inerente a todo ser humano. Quem não é curioso já morreu. É graças à curiosidade que nos é própria, que materializamos o sucesso tecnológico e científico que ora presenciamos. Quer através da Bíblia, quer não, é raro encontrarmos alguém que não gostaria de saber o que o futuro reserva à Humanidade. Espero que este dom natural, que nos é próprio, nos seja aguçado, na busca pelo saber do que Deus revelou nas páginas da Bíblia.
A prova de que Deus quer que saibamos o futuro da Igreja, de Israel, dos gentios, do diabo, dos anjos caídos, da Terra, etc., é o fato de Ele no-lo ter revelada nas páginas da Bíblia. E, se Deus o quer, então é bom, importante e necessário.
Deus não quer que saibamos tudo, como, por exemplo, o dia e a hora da vinda de Jesus (Mt 24:36; At 2.7). Mas Ele quer, entre entras coisas, que saibamos que Jesus virá nos arrebatar ao Céu (Jo 14:1-3; 1Ts 4:13-18). Sim, Deus quis nos revelar o futuro, e o fez através do Livro de Sua autoria - a Bíblia. Urge, portanto, que a consultemos, estudemos e descubramos o que Ele nos revelou nas páginas de Seu compêndio.
Uma boa parte da Bíblia cuida do futuro da Terra, dos Céus (demais corpos celestes), do povo de Deus, etc. Logo, a fonte é farta. Estudemos, pois, este tema com afinco e perspicácia.
Sendo sempre fiel, além de provar que de fato é a Palavra de Deus, a Bíblia conquistou nossa confiança, por cujo motivo nos interessa saber o que ela tem a nos dizer sobre o futuro.
É esquisito viajar sem saber para onde se está indo, porque está se indo, bem como ignorando o que se fará ao chegar ao destino final. E, mais esquisito ainda, é nem querer saber. E tal é aquele que não quer saber de estudar Escatologia.
Todos nós, cristão bíblicos, temos algum conhecimento escatológico. Por exemplo, todos sabemos que: a) o nosso destino é a Pátria Celestial que Jesus preparou para nós, e que Ele um dia virá para nos arrebatar ao Céu; b) as almas dos mortos salvos estão no Paraíso; c)  as almas dos que morreram perdidos estão no Inferno; d) todos os mortos serão ressuscitados; e) haverá o Juízo Final; etc. Saber estas coisas é ter algum conhecimento escatológico, ainda que rudimentarmente.
      Embora a Escatologia trate especificamente da consumação do tempo e da história, ela não é apenas prospectiva, mas retrospectiva também. Tal se dá porque só quem conhece o passado pode entender o presente e prever o futuro. Se a Escatologia considera o futuro, então ela não pode menosprezar o presente, nem ignorar o passado. O porquê disso é que o presente é o futuro do passado. Muitas das antevisões do passado, previstas para um futuro tão distante, estão se cumprindo em nossos dias. Outras já se cumpriram há milênios. Isto prova que já é futuro. Aliás, quando não o foi? Sim, o passado já foi o futuro, do passado que o antecedeu, e o mesmo podemos dizer do presente. E este, por sua vez, será o passado do futuro.
Não é exorbitante afirmarmos que a Escatologia, além de retrospectiva e prospectiva é, também, introspectiva. Se ao fecharmos nossos olhos e olharmos para dentro de nós mesmos, detectarmos que o nosso amor está esfriando, temos aí um forte indício de que a “epidemia” do egoísmo, prevista para os últimos dias, está tão presente que até já nos vitimou; o que pode indicar que estamos vivendo um momento escatológico que não pode passar por desapercebido.
       Há diversas correntes escatológicas, às quais foram dados os seguintes títulos: Pré-milenismo dispensacionalista, pré-milenismo histórico, pós-milenismo, e Amilenismo. Este autor é pré-milenista dispensacionalista. Esta última linha teológica se subdivide pelo menos em três escolas: Pré-tribulacionismo, Mid-tribulacionismo, e Pós-tribulacionismo. Destas três escolas, adotamos o Pré-tribulacionismo.
A Escatologia é vasta e profunda, sendo, por conseguinte, um tema inesgotável. De propósito, pois, vamos priorizar neste opúsculo, os seguintes pontos escatológicos:

1) Os eventos escatológicos em ordem cronológica;

2) Quem herdará a Terra?

3) O Universo será todo habitado?

4) Que faremos na eternidade?

5) As duas ressurreições.

6) Que pregam as diversas correntes escatológicas?

Se o exposto aqui é ou não ortodoxo segundo a Bíblia, vai depender do ponto de vista do leitor, é claro; mas ninguém poderá dizer que o pensamento aqui exarado não reflete uma posição escatológica defendida por inúmeros compêndios escatológicos, elaborados por teólogos reconhecidamente evangélicos. Só para citar um exemplo, a seqüência dos eventos escatológicos aqui defendida é, basicamente, a mesma exposta nos livros do erudito Pastor Antonio Gilberto, assembleiano de renome não só entre os de sua denominação, mas igualmente admirado por toda a comunidade evangélica do Brasil e do exterior, cujo vasto saber científico e eclesiástico acumulado durante os muitos anos de profundo estudo, se escondem sob a humildade que o caracteriza. Recomendo, pois, a leitura de seus livros Daniel e Apocalipse e O Calendário da Profecia, editados pela CPAD. Se o leitor acatar esta recomendação, certamente aprenderá muito mais do que o que ora aprende, lendo-me.
Embora a presente obra não seja plágio dos livros acima recomendados, é, contudo, filha dos mesmos, visto que foi aprendendo com o Espírito Santo, através destes mestres que Jesus deu à Igreja, que me habilito a exteriorizar o meu parecer pessoal, nestas linhas que o generoso leitor me confere a indulgente honra de apreciar.


CAPÍTULO II

 

CRONOLOGIA DOS EVENTOS ESCATOLÓGICOS



       A Bíblia afirma que os principais acontecimentos escatológicos, se darão na seguinte ordem:

2.1. O arrebatamento da Igreja

       Jesus virá outra vez e, então, nos levará para o Céu (Jo 14:1-3; 1Ts 4:16,17; 1Co 15.51,52; Hb 9.28, etc.);

2.2. A grande tribulação

       (Mt 24:21,22). Uma das provas bíblicas de que a grande tribulação ocorrerá após o arrebatamento da Igreja, é o que consta de Ap 3:10b. Segundo esta referência, a Igreja será guardada da hora da tentação que está por vir, e não na hora. Sim, se haverá uma tribulação tal, qual nunca houve (Mt 24:21; Mc 13:19), e a Igreja não passará por ela (Ap 3:10), fica subentendido que seremos arrebatados antes.

2.3. A manifestação de Jesus em glória

       É exatamente porque a Igreja não passará pela Grande Tribulação, que a Bíblia diz que quando Cristo voltar, nós desceremos com Ele (Cl 3:4; Jd 14; Zc 14:5). Nesse dia se concretizará o tão comentado Armagedom (Ap 16:13-16), que é o seguinte: Durante a Grande Tribulação, todas as nações do mundo (Zc 14:2a), sob a influência demoníaca (Ap 16:13-14), se aliarão ao Anticristo, e seus exércitos se congregarão no lugar que na língua hebraica se chama Armagedom (Ap 16:16), para guerrear contra os judeus (Zc 14:2a), os quais muito sofrerão (Zc 14:2b). Em meio a essa sangrenta batalha “aparecerá no céu o sinal” _ provavelmente algum sinal misterioso proveniente de Deus_ “do Filho do homem” (Mt 24.29,30). Por razões que nós desconhecemos, mas talvez por pensarem tratar-se duma manifestação inimiga, os referidos exércitos vão contra–atacar (Ap 19:19), mas serão derrotados, visto tratar-se da manifestação do invencível Filho de Deus, o qual descerá do Céu, trazendo consigo anjos (Mt 24:31) e também a Igreja previamente arrebatada (Ap 19:14 comparado com o versículo 8; Zc 14:5c; Jd 14), os matará (Ap 19:21a), e seus corpos servirão de alimento às aves de rapina (Ap 19:17, 18 e 21b). Eis o ARMAGEDOM.
A manifestação de Jesus em glória, da qual trata Mt 24:29-30, não pode ser confundida com o evento do qual trata Jo 14:3 e 1Ts 4.16,17. Estas duas últimas referências bíblicas cuidam do arrebatamento da Igreja, a qual, como já vimos, será antes da grande tribulação. Mas Mt 24:29,30 diz textualmente que é “depois da aflição daqueles dias” que aparecerá no céu o sinal do Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu com poder e grande glória. Tal se dá porque a segunda vinda de Jesus tem duas fases: na primeira Ele virá só para “os que o esperam para a salvação” (Hb 9.28), mas na segunda Ele aparecerá a todos (Mt 24.29,30; Ap 1:7; At 1:11);

2.4. O juízo das nações

       No dia em que se concretizar o Armagedom, as nações serão julgadas (Mt 25:31-33). O que terá seu peso verificado na “balança”, será o tratamento que estas nações terão dispensado aos Judeus durante a Grande Tribulação (Mt 25:34-46). Veja o leitor que as pessoas que ouvirão o “vinde”, não são os “irmãos” de Jesus, e sim, pessoas que haviam usado de bondade para com os “irmãos” (Mt 25:40). Logo, as “ovelhas” e os “irmãos” são distintos, isto é, um não é o outro. Sim, o texto ora em lide, que é Mt 25:31-46, nos fala de três grupos distintos: os irmãos de Jesus, as ovelhas, e os bodes. As “ovelhas” não são “os irmãos”, já que ninguém pode ser recompensado por ter usado de bondade para consigo mesmo. Então, quem são eles? Resposta: Os irmãos são os judeus; as ovelhas são os gentios que usarão de bondade para com os judeus durante a grande tribulação; e os cabritos são os gentios que não serão benévolos para com os judeus, durante a grande tribulação.
Não confunda o Juízo das Nações com o Juízo Final. Este será após o Milênio, mas aquele, antes.
O leitor já deve ter percebido que o juízo das nações terá lugar após o Armagedom. Sim, imediatamente após o Armagedom, o Senhor Jesus Cristo congregará diante de Si as nações; apartará os homens uns dos outros, como o pastor aparta as ovelhas dos bodes; porá as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda; dirá às ovelhas que se acheguem a Ele, para receberem o reino que lhes está preparado desde a fundação do mundo, e dirá aos bodes para se apartarem dEle para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos (Mt 25:31-46).
Se nesse dia os “bodes” irão para o fogo eterno, é de se esperar que o Anticristo e o falso profeta também irão, pois eles “bodes” são (Ap 19:20). Nesse dia o diabo não será lançado no mesmo lugar em que serão precipitados os bodes, o anticristo e o falso profeta, mas sim, no mais profundo abismo existente no Seol (Is 14:14, 15; Ap 20:3 a; Lc 8.31; 16:26, etc.) onde não “passará” a eternidade, mas apenas mil anos (Ap 20:1-3,7). Veja o leitor que Is14:15 diz textualmente que o diabo será levado “ao Seol, ao mais profundo do abismo”. Esta profecia se cumprirá logo após o Armagedom;

2.5. O Milênio

       Tão logo o Senhor: a) destrua os exércitos inimigos de Israel no Armagedom; b) julgue as nações; c) lance os “bodes”, a “besta” e o falso profeta no lago de fogo; d) e prenda o diabo por mil anos, convidará a Si as Suas ovelhas, a fim de que estas possuam por herança o Reino, iniciando-se assim o período áureo do Reino milenar de nosso Senhor. Isaías 11:6-9; e 65:20-25 tratam deste período. Eis mais algumas das muitas passagens bíblicas que tratam deste assunto: Zc 14:8-21; Dn 2:44; 7:13, 14,27; Ap 20:4-7; Mt 6:10, etc.;

2.6. O juízo final

       Quando o Reino milenar terminar, Satanás será solto por um curto espaço de tempo (Ap 20:3) e a seguir lançado definitivamente no lago de fogo, onde encontrará os ímpios que foram lançados no fogo eterno quando do juízo das nações (Mt 25:41), entre os quais estarão o anticristo e o falso profeta (Ap 20:10), que lá foram lançados imediatamente após o Armagedom (Ap 19:20) e antes do Milênio (Ap 19:19, 20; 20:10);
Logo após o diabo ser lançado definitivamente no lago de fogo, virá o juízo final, quando então se dará a ressurreição de todos os mortos ímpios, os quais serão julgados e lançados no lago de fogo (Ap 20:11-13). É ao julgamento definitivo e geral dos ímpios que chamamos de Juízo Final;

2.7. A purificação da Terra.

       À luz de 2 Pe 3:7, 10-13, o planeta Terra será purificado com fogo. Segundo o versículo 11 e também o Sl 102:25-27, este fogo não será simbólico, como o querem os testemunhas-de-jeová, mas sim, literal, visto que o vocábulo perecer, aparece nestes textos.
O que será do povo salvo, saído do Milênio, que aqui estiver residindo, quando Deus estiver expurgando a Terra? À página 96, do livro intitulado O Calendário da Profecia, o Pastor Antonio Gilberto responde a esta pergunta: “O mesmo Deus que preservou a sarça de se consumir (Ex 3:2), e tornou imunes ao fogo os três jovens hebreus (Dn 3:25), também pode preservar o povo salvo, saído do Milênio, e tudo mais que Ele quiser, durante esta expurgação final dos Céus e da Terra: ‘ Ponho as minhas palavras na tua boca, e te protejo com a sombra da minha mão, para que se estenda novos Céus, funde nova terra, e diga a Sião: Tu és o meu povo (Is 51:16)’ ”.

2.8. A descida da Nova Jerusalém

       Imediatamente após a restauração dos céus e da Terra, a nossa Pátria Celestial (Fp 3.20), que nos foi preparada por Jesus (Jo 14:1-3), com a qual sonhavam os heróis da fé listados em Hebreus, capítulo 11 (queira ver os versículos 10, 13-16), virá definitivamente para cá (Ap 21.10). Este é o feliz estado eterno que tanto aspiramos! Que Deus nos ajude a herdarmos estas maravilhas!
      A Nova Jerusalém será a eterna morada do povo de Deus do Antigo e do Novo Testamentos, mas o povo salvo saído do Milênio, herdará a Terra restaurada, a qual então será paradisíaca, como fora antes da entrada do pecado no mundo. Veremos isto no próximo tópico.



CAPÍTULO III

 

CURIOSIDADES ESCATOLÓGICAS



       Parece-me que quem não é curioso, já morreu. Com isso não quero dizer apenas que os não-curiosos vivem como se estivessem mortos, e sim, que a curiosidade faz parte da vida, sendo-nos, pois, tão comum, que não há, sequer, uma só pessoa que não seja curiosa. Queremos nos inteirar sobre tudo, inclusive, quanto ao futuro. E, posto que a Bíblia nos revela o que se reserva ao Universo e aos seus ocupantes, podemos satisfazer nossa curiosidade no Livro dos livros. Vejamos, então, o que a Bíblia tem a nos dizer sobre os seguintes pontos: a) quem residirá na Nova Terra; b) se a humanidade irá, ou não, ocupar outros corpos celestes além da Terra; e c) que fará, a Igreja, na eternidade.

3.1. Quem herdará a Nova Terra?

       O leitor já deve ter percebido que no dia do arrebatamento da Igreja ficará alguém aqui na Terra, a saber, os que nesse dia não estiverem de posse do perdão de seus pecados. Dentre estes, muitos se converterão a Cristo e recusarão lutar contra os judeus sob as ordens do Anticristo. Destes, uma multidão incontável será morta por ordem da “Besta”. Estes mártires ressuscitarão na última etapa da Primeira Ressurreição. Apocalipse 7:9 a 17; 20:4-6 trata deste assunto. Veja que Ap 7:14 diz que a grande multidão veio da (e não de, como erroneamente consta de algumas de nossas Bíblias) Grande Tribulação. Esta, como já vimos, terá lugar após a Igreja do Senhor Jesus ser arrebatada ao Céu. Mas, nem todos os que recusarem guerrear contra os judeus morrerão na Grande Tribulação. Muitos irão sobreviver. Estes são os que ouvirão o “VINDE” registrado em Mt 25:34. Estes, e seus filhos nascidos durante o Milânio, se forem fiéis (e muitos o serão) herdarão o planeta Terra (Mt 5:5; Sl 37:11, 29 etc).
       Resumindo, diremos que os que não subirem para o Céu no dia do arrebatamento da Igreja e se converterem durante a 70ª semana de anos de Daniel, e não morrerem nesse período (os que morrerem serão ressuscitados, reinarão com Cristo durante mil anos, mas não se casarão [Mt 22:23-30; Lc 20:27-36]), juntamente com seus filhos que nascerem durante e após o Milênio, se não cederem nem mesmo ante as provas, às quais serão submetidos depois do Reino Milenar (Ap 20:7-10), herdarão a Terra.
       Uma das muitas provas de que realmente haverá nações no planeta Terra para sempre, é o fato de a Bíblia afirmar que quando a Nova Jerusalém descer do Céu, “... as nações andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra” (Ap 21.24) e que “... a ela trarão a glória e honra das nações” (Ap 21.26).

3.2. O Universo será todo ocupado?

       Sem perdermos de vista Dt 29:29, meditemos no que diz o erudito, ortodoxo e consagrado Pastor Antonio Gilberto: “Certamente será ocupado o infinito Universo... Certamente... o imenso Universo, com seus milhões e milhões de planetas será ocupado, pois Deus criou todas as coisas para determinados fins, segundo o seu eterno plano e propósito” (SILVA, Antonio Gilberto da. O Calendário da Profecia. Rio de Janeiro: CPAD, pp. 101-102).

3.3. Que faremos na eternidade?

       A Bíblia é clara ao afirmar que vamos servir a Deus (Ap 22:3), mas não nos dá muitos detalhes das atividades que por nós serão executadas na Cidade Celestial, a Nova Jerusalém. Contudo, à página 100 de O Calendário da Profecia supracitado, há uma afirmação que me parece respaldada pelas Escrituras: “ A Igreja, em estado de glória e felicidade eterna governará a Terra sob Cristo.”Compare esta afirmação com Ap 1:6; 5:10.




CAPÍTULO IV

 

ACERCA DAS RESSURREIÇÕES



         Como já vimos superficialmente, a Bíblia fala de duas ressurreições – a primeira e a segunda (Ap 20:4-6, 12-15). A primeira ressurreição será consumada mil anos antes da segunda; e só os que morreram salvos, participarão dela. As expressões: “ressurreição dos justos” (Lc 14.14) e “ressurreição dentre os mortos” (Lc 20:35; Fp 3.11) referem-se à primeira ressurreição. A primeira ressurreição se dará em três etapas; mas a segunda ressurreição ocorrerá de uma só vez. A primeira etapa da primeira ressurreição já se concretizou há quase dois mil anos, e as duas que restam se realizarão brevemente.
        

4.1. A primeira ressurreição.

       O que a Bíblia chama de primeira ressurreição não se dá numa etapa única. Veremos isso abaixo.

4.1.1. A primeira etapa

       Na primeira etapa da primeira ressurreição, só Jesus e mais um pequeno grupo ressuscitaram (At 26.23; Mt 27:52,53). Poderíamos chamar a primeira etapa de primeira e segunda etapas, visto que a Bíblia diz que Jesus é “o primeiro da ressurreição dos mortos” (At 26.23); e que os santos que ressurgiram dentre os mortos quando da ressurreição de Jesus, “saíram dos sepulcros, depois da ressurreição dEle” (Mt 27:52,53). Porém, para não destoarmos dos demais estudiosos deste tema, chamemos estas duas etapas de Primeira Etapa.

4.1.2. A segunda etapa

       1Ts 4.16 diz: “ Porque o Senhor mesmo descerá do Céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo, ressuscitarão primeiro”. Esta ressurreição ocorrerá na primeira fase da segunda vinda de Jesus, no dia do arrebatamento da Igreja (1Co 15.51,52; 1Ts 4.13-17). Nesse dia, juntamente com os mortos previamente ressuscitados já transformados, subiremos ao Céu, ao encontro de Jesus.

4.1.3. A terceira etapa.


“ ... e vi as almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e da Palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na fronte nem nas mãos; e reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se completassem. Esta é a primeira ressurreição. Bem aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele durante os mil anos” (Ap 20.4-6).

A transcrição acima, trata da terceira e última etapa da primeira ressurreição, e se concretizará mais de mil anos antes do Juízo Final. Participarão desta leva os que não subirem conosco no dia do arrebatamento da Igreja, por não serem salvos, e se converterem durante a septuagésima semana de Dn 9.27, e morrerem nesse período. Nem todos os que se converterem entre a primeira e a segunda fases da segunda vinda de Cristo, morrerão nesse período; mas todos os que se converterem e morrerem nesse espaço de tempo, ressuscitarão na última etapa da primeira ressurreição.
À luz de Dn 9.27, o anticristo atuará mesmo, é na septuagésima semana. Veja, a Igreja não tem nada a ver com as setentas semanas de Daniel 9, pois está escrito em Dn 9.24, que elas foram decretadas sobre o povo de Daniel (“o teu povo”), isto é, os judeus. As sete semanas findaram com a reconstrução de Jerusalém, e as sessenta e duas com a morte do Cristo, perfazendo um total de sessenta e nove semanas, isto é, quatrocentos e oitenta e três anos, a contar da saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém (Dn 9.25). Visto que os judeus, na sexagésima nona semana, rejeitaram o Cristo, o “relógio de Deus parou”, por assim dizer, em relação à contagem consecutiva das semanas proféticas, surgindo aí um período parentético, dentro do qual atua a Igreja. Ora, já que foi o surgimento da Igreja no contexto desta história, que interrompeu a contagem das semanas, obviamente o arrebatamento da mesma marcará o reinício da contagem. E, sendo assim, é aí que terá início a septuagésima semana. Deste modo, a Igreja do Senhor atua neste mundo entre a sexagésima nona e a septuagésima semanas. Logo, os mártires descritos em Ap 20.4-6, não são membros da Igreja, pois este texto diz que eles vão atuar durante o governo da Besta (o anticristo), visto afirmar que peitarão esse filho das trevas, sofrendo, por ordem do mesmo, o martírio. E, como já vimos, o anticristo atuará na septuagésima semana, a qual sucederá o arrebatamento da Igreja.
Ora, já vimos que: a) Jesus foi o primeiro a ressuscitar dentre os mortos (At 26.23; 1Co 15.20, 23; Cl 1.18; Ap 1.5); b) imediatamente após a ressurreição de Cristo, muitos dos servos do Senhor que morreram antes da morte de Cristo, também foram ressuscitados (Mt 27.52, 53); c) quando Jesus voltar para nos arrebatar ao Céu, todos os salvos que estiverem mortos, serão ressuscitados; d)quando Jesus, sete anos após o arrebatamento da Igreja, vier para estabelecer o Seu Reino na Terra, ressuscitará os que tiverem morrido por amor ao Seu nome na septuagésima semana, isto é, durante a gestão do anticristo, o qual atuará com todas as suas forças, após o arrebatamento da Igreja; e e) que os mortos salvos que ressuscitarão quando o Senhor vier estabelecer o Seu Reino, farão parte da primeira ressurreição. E, sendo assim, a quarta ressurreição foi chamada de primeira ressurreição. Como entender isso? A resposta é: Esta quarta ressurreição  é, na verdade, a última etapa da primeira ressurreição. Esta etapa é chamada de primeira ressurreição porque é nela que se completa a primeira ressurreição que teve início com a ressurreição de nosso Senhor.

4.2. A segunda ressurreição

       Se Deus tivesse deixado a nosso critério a enumeração das ressurreições, diríamos que há cinco ressurreições: primeira (At 26.23), segunda (Mt 27.52, 53), terceira (1Ts 4.16,17; 1Co 15.51, 52), quarta (Ap 20.4-6) e quinta (Ap 20.12-13). Mas Deus, por ter critérios desconhecidos por nós, chama as três (ou quatro?) primeiras ressurreições de primeira ressurreição; e o que chamaríamos dequinta ressurreição, Ele chama de segunda ressurreição. E, como com Deus não se discute, abandonamos o nosso ponto de vista, e passamos a usar a linguagem do Onisciente, chamando as três (ou quatro?) ressurreições de primeira ressurreição; e o que chamaríamos de quinta ressurreição, chamamos de segunda ressurreição. Esta explicação é extremamente necessária para a perfeita compreensão do tema tratado nesta obra. Isto porque os menos cultos em assuntos teológicos, facilmente concluiriam que: Se a primeira ressurreição está por vir; se haverá uma ressurreição no dia do arrebatamento da Igreja; e se os mártires da grande tribulação participarão da primeira ressurreição, obviamente a Igreja passará pela grande tribulação, desafiará o anticristo, e morrerá por amor ao Senhor na septuagésima semana, no final da qual será ressuscitada e arrebatada ao Céu, conforme previsto em 1Ts 4.16, 17, 1Co 15.51, 52. Esta conclusão, porém, seria uma tremenda barafunda, pois como já sabemos, à luz de Ap 3.10 a Igreja não passará pela Grande Tribulação. Deus tem permitido e permitirá que a Igreja passe por muitas tribulações, mas não permitirá que ela passe pela Grande Tribulação. Isto porque é aceitável que sejamos alvos da ira de Satanás, mas jamais permitirá o Senhor que a Sua Igreja seja alvo da Sua ira. A Igreja é composta de pessoas isentas da ira divina, visto que esta já foi derramada sobre o nosso substituto – Jesus, Jo 3.36; 1Ts 5.9. Conseqüentemente, não passaremos pela Grande Tribulação, e é isso que Ap 3.10 está dizendo, quando nos assegura que seremos guardados da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro. Sempre existiram tribulações, mas Ap 3.10 fala de uma tribulação ainda por vir (“que há de vir”) e diz que o Senhor nos guardará desta (e não nesta) hora. Sim, guardar DA hora, não é o mesmo que guardar NA hora. Logo, os que pensam que Ap 3.10 está dizendo é que Deus vai dar forças à Igreja para que ela desafie o anticristo, pregue o Evangelho e não negue a fé, durante a grande tribulação, estão equivocados, embora, por ora, eu não trate de refutar detalhadamente este equívoco.
       A razão pela qual seremos guardados da hora da provação que há de vir (Ap 3.10), semelhante à qual não houve e nem haverá outra (Mt 24.21; Mc 13.19), é porque seremos arrebatados ao Céu antes da sua concretização.

4.3. A mais importante etapa da primeira ressurreição

       De todas as ressurreições registradas na Bíblia, a do Senhor Jesus Cristo é a mais importante, porquanto é ela que garante as demais (I Co 15.20,21); ela prova que Ele é o Filho de Deus (Rm 1.4); é a glória do Cristianismo, pois graças a ela a religião cristã não é como o Budismo, Confucionismo, Islamismo, Hinduísmo, kardecismo, etc., cujos fundadores estão enchendo sepulturas. Não! O fundador do Cristianismo está enchendo o Céu. Nós, os cristãos, sentimos literalmente a presença de Jesus, na instrumentalidade do Seu Espírito Santo, o seu representante legal. O Cristianismo autêntico não vive de teorias, de histórias e de estórias, mas de realidade. Temos provas materiais de que Jesus está vivo: o batismo no Espírito Santo (I Jo 3.24; 4.13), os dons espirituais (1Co 12, 13, 14), o fruto do Espírito (Gl 5.22, 23), o gozo inefável e glorioso (1Pe 1.8) e muitas outras maravilhas, só ocorridas na Igreja. Sim, Cristo vive! Ele está entre nós! E nós, os cristãos, não só cremos nisso, mas sabemos disso por experiência própria.

4.4. Ressurreições temporárias

       Além das ressurreições já estudadas nesta obra, há outras não consideradas aqui, por não terem sido ressurreições definitivas, já que os ressuscitados voltaram a morrer. Mas, um comentário, ainda que ligeiro, se faz necessário, para informar que antes de Cristo (de quem a Bíblia diz ter sido o primeiro a ressurgir dos mortos) ressuscitar, ocorreram nada menos que seis ressurreições: 1Rs 17.17-23; 2Rs 4.18-36; 2Rs 13.20,21; Mc 5.35-42; Lc 7.11-15; Jo 11.1-44. Assim fica claro que quando dizemos que Cristo foi o primeiro a ressuscitar, estamos nos referindo à forma definitiva, com corpo transformado, glorificado, para nunca mais morrer (Ap 1.18).
Além dos casos de ressurreição acima alistados, a Bíblia registra mais dois: At 9.36-42; 20.9-12. Estas ressurreições ocorreram após a ressurreição de Cristo. E tudo isto sem falarmos daqueles casos que estão exarados nas páginas da História Eclesiástica, bem como de muitos outros possíveis casos, ocorridos antes da morte de Cristo, dos quais não tomamos ciência, por não terem sido registrados. Hoje em dia ainda ocorre casos de ressurreição? Claro que sim, pois Jesus é o mesmo. Cnheço algumas pessoas que foram ressuscitadas em nome de Jesus. Mas estas ressurreições não têm nada a ver com as ressurreições escatológicas, objeto primário deste opúsculo.

4.5. Ressurreição versus reencarnação

       O espiritismo, pregando doutrinas de demônios, ensina ser impossível ressuscitar a um indivíduo realmente morto. Allan Kardec, por exemplo, tentou provar através de a + b que o filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17), a filha de Jairo (Mc 5.21-43) e Lázaro (Jo 11.1-44), não estavam mortos, mas em estado de letargia. Ele tentou justificar o seu ponto de vista, dizendo que o próprio Jesus disse que a filha de Jairo não estava morta, mas apenas dormindo (Mc 5.39), revelando deste modo que ele estava enquadrado em Mt 22.29, onde Jesus diz: “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus”. Ora, o fato de Jesus dizer que “a menina não morreu, mas dorme,” não prova que ela não estivesse morta de fato. Todos os leitores da Bíblia sabem que as Escrituras Sagradas comparam a morte ao sono (2Rs 14.29; Mt 27.52; Dn 12.2; 1Ts 4.15; 1Co 15.6, 51 etc.). Uma prova a mais de que as coisas são assim, é que Jesus, referindo-se à morte de Lázaro disse: “ ... Lázaro, o nosso amigo dorme ... ” E como os apóstolos não entenderam que Ele estava se referindo à morte (vv 12,13), Ele acrescentou: “ ... Lázaro morreu” (v. 14). (Queira ver, Jo 11.1-44). Allan Kardec desconhecia a onipotência daquele que “é o mesmo, ontem, e hoje e eternamente” (Hb 13.8).
Se alguém duvida que Allan Kardec tenha ensinado o que dissemos acima, certifique-se, consultando o livro intitulado A Gênese, capítulo XIV, n.º 30, página 294; e capítulo XV, números 37 a 40, páginas 331-334, à venda nas livrarias espíritas.
Os Kardecistas não duvidam apenas do que chamamos de RESSURREIÇÂO TEMPORÀRIA, mas também das ressurreições definitivas, sob a alegação de que “isso é impossível.” E o porquê dessa sua posição, é que a doutrina bíblica da ressurreição dá um golpe mortal na heresia chamada reencarnação. Então, para não ver desmoronado o seu castelo de areia, Allan Kardec inventou que o filho da viúva de Naim, a filha de Jairo, e Lázaro não estavam mortos, mas em letargia. São de Allan Kardec estas palavras: “Quando, porém, as últimas moléculas do corpo fluídico se têm destacado do corpo carnal, ou quando este último há chegado a um estado irreparável de degradação, impossível se torna todo regresso à vida” (A Gênese, capítulo XIV, número 30).
Já dissemos que a doutrina da ressurreição bíblica, prevista para os últimos dias, prova que reencarnação não existe. E isto é óbvio, porque se existisse reencarnação, o espírito teria vários corpos e, naturalmente, faltaria espíritos para os corpos a serem ressuscitados. Por este motivo Kardec se “defendeu” dizendo que é impossível ressuscitar um morto, bem como tentando provar que os defuntos ressuscitados por Jesus não estavam mortos, mas em letargia.




CAPÍTULO V

 

RETORNANDO À CRONOLOGIA ESCATOLÓGICA



Para facilitar a compreensão dos leitores, omitimos vários fatos escatológicos enquanto informávamos a seqüência dos mesmos. Porém, chegou o momento de tocarmos neles, ainda que superficialmente. São os seguintes:

5.1. Coroação da Igreja

       1Co 3.10-15; 2Co 5.10; e Ap 22.12, provam que um dia, nós, os cristãos, a) compareceremos diante do tribunal de Cristo; b) que de lá sairemos com ou sem galardões; c) que os nossos galardões não serão iguais; d) e que é possível ser salvo sem ser galardoado. Sim, pois galardão e salvação são coisas distintas e diferentes. Galardão é recompensa. Recompensa é o pagamento pelo serviço prestado. Logo, o galardão tem por base as nossas obras. A salvação, porém, é um dom (presente) que Deus nos dá em Cristo, pela graça, à base da fé (Ef 2.8) sem o auxílio das obras (Ef 2.9), embora seja para as obras (Ef 2.10).
O vocábulo original traduzido por “tribunal” em 2Co 5.10 é bema. No bema não se julgavam réus, mas sim, atletas. De diante do bema ninguém saía com destino à cadeia, antes, com ou sem troféu. É por isto que 1Co 3.15 fala de cristãos que sofrerão detrimento, quando virem suas obras de palha, feno e madeira se queimarem, mas que, apesar disso, não serão condenados, e sim, salvos.
A distribuição dos lauréis à Igreja ocorrerá entre o arrebatamento da Igreja e as Bodas do Cordeiro, que veremos a seguir.

5.2. Bodas do Cordeiro.

       As Bodas do Cordeiro são a celebração do “casamento” do Rei Jesus com a Rainha Igreja (Ap 19.7, 9; Sl 45.9b). As Bodas do Cordeiro sucedem à Coroação da Igreja, e precedem a Manifestação de Jesus em Glória. Isto é o que se depreende do fato de que imediatamente após as referências às núpcias dos nubentes Jesus e Igreja, e a subseqüente festa (Ap 19.7-9), os Céus se abrem e o Senhor desce literalmente (Ap 19.11,14).

5.3. Satanás é expulso do Céu

       Quando Lúcifer e seu bando se rebelaram, Deus os expulsou do Céu (Ez 28.11-19; Is 14.9-19; Ap 12.4). Então o diabo montou o seu quartel-general em algum lugar no Espaço Sideral (Ef 6.12), de onde traça seus planos maquiavélicos (ofensivos e defensivos). Porém, em algum momento após o arrebatamento da Igreja, não mais será permitida a sua permanência lá no Espaço Sideral, mas será expulso para a Terra e aqui confinado.
Não sabemos o momento exato em que o diabo será expulso do Espaço Sideral para a Terra, mas sem dúvida, será após o arrebatamento da Igreja, bem como antes da segunda metade da Septuagésima Semana. Este autor crê que essa expulsão ocorrerá imediatamente após a subida da Igreja ao encontro do seu Amado --- Jesus.
O texto bíblico que trata do que aqui estamos falando, é Ap 12.7-17. Este trecho da Bíblia fala de Satanás sendo expulso do Céu. Isto ainda não aconteceu, embora muitos pensem que estes versículos sejam apenas o registro de um fato passado, isto é, a narração do que ocorreu quando Lúcifer, o querubim ungido, se rebelou contra Deus no princípio, tornando-se o diabo e Satanás. Contudo, se lermos o texto em apreço com o devido cuidado, veremos que o mesmo é uma previsão que ainda não se cumpriu. Senão, vejamos os seguintes detalhes: os versículos 10 e 11 dizem que antes de Satanás ser lançado dos Céus à Terra, ele acusava nossos irmãos incessantemente, e que eles o venceram pelo sangue do Cordeiro. Ora, quando Lúcifer tornou-se Satanás, nossos irmãos ainda não existiam, nem tampouco o sangue de Jesus havia sido derramado. E o versículo 13 afirma que quando o dragão (Satanás) viu que fora lançado na Terra, perseguiu a mulher (Israel) que dera à luz o varão (Jesus). Isto prova que o nascimento do varão ocorreu antes de Satanás ser expulso dos Céus. Note o tempo do verbo neste versículo. Está escrito “dera” (pretérito mais que perfeito), e não “deu” (pretérito perfeito).
Realmente, Ap 12.4 trata do momento em que Satanás foi expelido do Céu (morada de Deus), mas os versículos 7-13 registram sua expulsão dos Céus (Espaço Sideral). Sim, durante a Septuagésima Semana, a sede do governo do diabo não será mais nos lugares celestiais” (Ef 6,12 b), mas sim, o “trono” da primeira Besta apocalíptica e a “cadeira” da segunda (Ap 13); visto que então ele regerá o mundo: politicamente, através do anticristo; e religiosamente, através do falso profeta. Deste modo, podemos ver que durante a Grande Tribulação o diabo estará mais próximo dos seus.

5.4. A falsa paz mundial que está por vir

       A Bíblia nos assegura que a atuação do anticristo dar-se-á na última das setenta semanas de Daniel, e que então ele firmará um pacto de sete anos com os judeus (Dn 9.27a). Inicialmente, ter-se-á a impressão de que finalmente terá aparecido alguém capaz de solucionar os problemas do mundo. Então se dirá: “Há paz e segurança” (1Ts 5.3a). E: “Quem é semelhante à besta?” “Quem poderá batalhar contra ela?” (Ap 13.4 b). Sim, a besta sairá vitoriosa e para vencer (Ap 6.2b). Porém, a ira de Deus será derramada sobre o trono da besta, e o seu reino se fará tenebroso (Ap 16.10; 1Ts 5.3b).
O pacto que o anticristo firmará com os judeus no início da Septuagésima Semana, será rompido na metade da “semana” (Dn 9.27b). Então terá início o “tempo de angústia para Jacó” (Jr 30.7) e o “dia da ira” (Rm 2.5). Mas Deus guardará os judeus durante os três anos e meio que então estarão faltando (Ap 12.6, 14) para a segunda fase da segunda vinda de Cristo “para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos” (Dn 9.24. ARC). Em outras palavras: para estabelecer o Seu Reino (Dn 2.44; 7.13, 14; Lc 1.32, 33; Is 11.6-12).
Para associarmos harmoniosamente os pontos estudados neste tópico, com os fatos escatológicos em ordem cronológica, considerados no segundo capítulo, bastar-nos-á entendermos que entre o arrebatamento da Igreja e a manifestação de Jesus em glória, ocorrerão no Céu a Coroação da Igreja, a expulsão de Satanás, e as Bodas do Cordeiro; e que nesse mesmo período o mundo passará por 3,5 anos de falsa paz, bem como por mais 3,5 anos de grande tribulação. Aclarando: Enquanto o mundo estiver passando pela falsa paz e pela Grande Tribulação, ocorrerão no Céu a coroação da Igreja e as Bodas do Cordeiro. E tão logo se completem os três anos e meio de Grande Tribulação, Cristo descerá do Céu para socorrer o verdadeiro Israel (isto é, os judeus que então tiverem se convertido a Cristo), julgar as nações, prender o diabo, assentar no trono de Davi, e reinar na casa de Jacó (isto é, sobre os judeus), e, por conseguinte, sobre todo o mundo. Este reino é literal, e durará mil anos, também literais.



CAPÍTULO VI

 

ACERCA DAS DISPENSAÇÕES


       Já fiz constar que uma das correntes escatológicas chama-se Pré-milenismo dispensacionalista. Esta é assim chamada porque os dessa escola entendemos que Deus vem, através dos séculos, selando diferentes pactos com a Humanidade. E a esses pactos, que às vezes se sobrepõem, chamamos de dispensações: “[...] dispensação [...] é [...] um período de tempo caracterizado por um modo distinto de Deus se relacionar com o ser humano” (Valtair Afonso Miranda. O que é escatologia? Rio de Janeiro: MK Editora. 2005, p. 72). A definição a seguir exibida, lança mais luz sobre o real conceito deste vocábulo: “As dispensações [...] são vários estágios empregados por Deus para testar o homem, segundo o grau da revelação divina” (N. Lawrence Olson. O plano divino através dos séculos. Rio de Janeiro: CPAD, 8 ed. 1986, p. 24).
       De quantas dispensações nos fala a Bíblia? O Pastor Lawrence Olson enumera sete; das quais, quatro (Inocência, Consciência, Patriarcal, e Lei) já expiraram, duas (Governo Humano e Eclesiástica [ou Graça] são vigentes, e uma (Governo Divino [ou Milênio]) está por vir. Quando a dispensação do Governo Divino for estabelecida, a do Governo Humano fenecerá. Sim, a teocracia judaica existiu ao lado do Governo Humano, mas a teocracia milenar porá fim ao atual sistema antropocrático (Dn 2. 44).

6.1. As dispensações são reais

       Há quem diga que as dispensações não existem. Cremos, porém, que podemos provar o contrário. Veja estes exemplos:

a) A Adão, não encontramos Deus permitindo o consumo de carne: “[...] Eis que vos tenho dado toda erva que dá semente e que está sobre a face de toda a terra e toda árvore em que há fruto de árvore que dá semente; ser-vos-ão para mantimento” (Gn 1.29). Mas a Noé, o Senhor disse: “Tudo quanto se move e vive vos servirá de mantimento...” (Gn 9.3a). Além disso, o fato de a Bíblia dizer que Abel era pastor de ovelhas (Gn 4. 2), torna evidente que muito antes de Noé, o homem já se alimentava de carne, já que ovelha não é animal de estimação, e sim, de corte.

b) Como vimos a pouco, nos dias de Noé Deus mandou comer todo tipo de carne: “Tudo quanto se move e vive vos servirá de mantimento [...]” (Gn 9.3a). Já aos judeus, Deus proibiu certas carnes (Lv 11). Logo, os da Teocracia não tinham a mesma liberdade da qual os gentios _ inclusive os gentios convertidos à fé cristã (1Co 10.25; Rm 14.2-3) _ desfrutam desde os dias de Noé.

c) Deus proibiu matar Caim (Gn 4.15), mas mandou Noé executar os assassinos (9.6). Isto significa que se Caim fosse contemporâneo de Noé, a lei de talião lhe teria sido aplicada por ordem divina. Mas, como ele vivera noutra dispensação, não foi devidamente justiçado;


d) Jacó casou com a sua cunhada (Gn 29: 21-31), mais tarde, porém, isso foi proibido aos judeus (Lv 18.18);

e) Havia fervorosos servos de Deus antes de Abraão (Abel, Enoque, Noé ... ), mas só a partir deste patriarca que a circuncisão entrou em vigor, como mandamento de Deus (Gn 17: 9 – 27). Ademais, a Melquisedeque e a outros homens santos (seus súditos, possivelmente), contemporâneos de Abraão, não encontramos Deus dando a mesma ordem. A circuncisão era só para Abraão, seus descendentes e os seus servos (Gn 17:27). Nem ao justo Ló, impôs Deus a circuncisão. Abraão era, portanto, respeitadas as devidas proporções, de um Novo Testamento. Sim, em relação ao Pacto de Deus com Noé, Abraão viveu uma espécie de Novo Testamento, tendo, pois, um dever que os que o precederam _Abel, Sete, Enoque, Noé..._ não tinham: a circuncisão. Aliás, já vimos que até mesmo alguns de seus contemporâneos, como, por exemplo, Melquisedeque e os seus súditos, estavam sob outras regras;

f) Dissemos e provamos que Abraão era de um Novo Testamento, ou seja, novas regras. E o mesmo podemos dizer de Moisés e seus liderados _ os judeus. Estes também receberam mandamentos que nenhum servo de Deus havia recebido antes. A nenhum de Seus servos que viveram antes de Israel sair do Egito, mandou Deus observar o Ano Sabático (Lv 25.1-7), o Jubileu (Lv 25. 8-55), o Dia da Expiação (Lv 16. 29-34), etc. Logo, Moisés e os demais que com ele emigraram do Egito também viveram sob uma espécie de Novo Testamento (ou novas normas), em relação aos servos do SENHOR que o precederam, ou seja, que viveram durante as dispensações anteriores. De certo modo, Moisés também podia dizer: “Abrão era do Velho Testamento, nós, porém, somos do Novo”. Neste caso, porém, como sinônimo de prescrições divinas.

       Do esposado acima, as dispensações são um fato. Ademais, a dispensação vivida hoje pelos cristãos, é apenas a mais nova de todas as dispensações que já existiram, a sexta dispensação, não a segunda, nem tampouco a última. E senão, pergunto: a) Por que Deus permitiu no Antigo Testamento algumas coisas que Ele não permite hoje? b) Por que antes de o Novo Testamento entrar em vigor, Deus dava ordem e conta-ordem (não executem os assassinos e executem os assassinos; alimentem-se de todas as carnes e não se alimentem de todas as carnes); c) Por que a nossa responsabilidade e obrigações diante de Deus mudam de quando em quando? d) Por que Deus deu a Abraão uma ordem que Ele não dera (por exemplo) a Noé, nem tampouco mandou que Melquisedeque fizesse o mesmo? A resposta a estas quatro perguntas, é: Porque as dispensações, não eram as mesmas. Doutro modo Deus seria um volúvel a mudar de idéia como se muda de roupas, pactuando a torto e a direito (ou seja, sem qualquer critério) com os que com Ele topam alinhavar um aleatório Testamento. Mas como podemos sustentar que as dispensações nas quais viveram Abraão e Melquisedeque não eram as mesmas, se estes dois servos de Deus eram contemporâneos? Resposta: Dispensação não é período. Todas as dispensações se dão num espaço de tempo ou período, mas tanto as dispensações, como os períodos, podem se sobrepor, bem como se diversificar. Logo, o fato de duas ou mais pessoas serem contemporâneas, ou até mesmo viverem juntas, não as impede de serem de dispensações distintas. Concluímos, portanto, que: a) As dispensações se sucedem; b) Das dispensações que já vieram à tona, quatro já expiraram, e duas estão de pé; c) Cada uma das dispensações tem pelo menos um bom motivo para existir; e d) As nossas obrigações, diante de Deus, mudam de uma dispensação para a outra, visto que em cada um desses “estágios empregados por Deus para testar o homem, segundo o grau da revelação divina” (N. Lawrence Olson, op. cit.), Deus estabelece um Acordo especial com determinados homens, Acordo este que vigora até que uma nova dispensação seja inaugurada. Por exemplo, todos os que lêem a Bíblia sabem que, segundo a mesma, nós, do Novo Testamento, temos deveres que os judeus não tinham (Batismo, Santa Ceia...), assim como também eles (os judeus) tinham obrigações que não nos dizem respeito (circuncisão, restrição alimentar, sacrifício de animais...). E como já vimos, as obrigações dos judeus não diferem apenas entre eles e nós, do Novo Testamento, mas também entre eles e Abraão, entre eles e Jacó, entre eles e Noé, e entre eles e os contemporâneos de Caim. E como se não bastassem as distinções entre eles e cada um desses grupos de servos de Deus que ora consideramos, já vimos que cada um desses grupos, de per si se diferenciava de todos os demais grupos. Exemplos: a) Noé podia fazer o que os contemporâneos de Caim não podiam (por exemplo, aplicar a pena capital sobre os assassinos); b) Noé podia comer o que os judeus não podiam (por exemplo, carne de porco); c) Noé não tinha que se circuncidar, do que não foram eximidos Abraão e sua prole; d) Este não tinha que, entre outros deveres, observar o Ano Sabático e o Dia da Expiação, do que os judeus foram incumbidos; e) Jacó se casou com a sua cunhada, mas a Lei judaica não permitia isso aos da teocracia. E, sendo assim, pergunto: Há, ou não há as dispensações? E a essa pergunta, respondo: Dêem a isso, o nome que bem quiserem, mas não neguem a existência deste fato, visto que fazê-lo seria não enxergar o óbvio.

6.2. As dispensações se sobrepõem

       Eu disse acima que as dispensações às vezes se sobrepõem. Com isso quero dizer que antes de uma dispensação findar, outra ou outras podem entrar em vigor. Por exemplo, a Aliança (ou Testamento) que Deus fez com Noé, na qual, entre outros fatores, lhe conferiu poder para executar os homicidas dolosos, vem subsistindo ao lado de outros Pactos, como, por exemplo: a) O Antigo Testamento selado entre Deus e os judeus; b) O Novo Testamento, celebrado entre Cristo e a Igreja. Sim, a lei civil da dispensação do Governo Humano vigora, ininterruptamente, de Noé aos dias de hoje. Prova bíblica: Ao Estado Deus delegou e delega poder para impor a ordem pública e manter a soberania nacional, valendo-se, inclusive, da força para atingir estes alvos. Neste caso, pode-se até executar os recalcitrantes, como, por exemplo, os que, à mão armada, reagem à voz de prisão (Rm 13.1-7). E parece-me que os evangélicos reconhecem como verdade o que hora afirmo. Uma das provas disso é o fato de nenhuma igreja evangélica se opor ao ingresso de seus afiliados (membros) nas Forças Armadas. Há evangélicos na Marinha de Guerra, no Exército, na Aeronáutica, e, inclusive, nas forças auxiliares de todas as Unidades da Federação: Polícia civil, polícia militar, polícia federal, polícia rodoviária, etc. Ora, sabemos que estes profissionais às vezes têm que matar, visando a manutenção da ordem pública, ou em defesa da soberania nacional. E quando, por exemplo, um policial evangélico executa um malfeitor que, à mão armada, reage à voz de prisão, não me consta que alguma igreja evangélica veja nesse gesto, motivo para excomungá-lo (ou excluí-lo) do rol de membros da mesma. Logo, Rm 13. 1-7 não é um novo mandamento dado aos cristãos, mas a perpetuação (ou manutenção) da autoridade conferida por Deus a Noé, e, por conseguinte, a todas as nações políticas, representadas por Noé, posto que, então, era ele, necessariamente, o cabeça da raça humana. Este poder régio que Deus outorgou a Noé, como representante das nações, além de ter vigorado durante a Lei, co-existindo (quanto ao tempo, não quanto à geografia) com a teocracia judaica, não expirou quando do estabelecimento do Novo Testamento. E Rm 13.1-7 é uma das provas disso. Sim, o poder conferido ao Estado desde Noé, deve ser respeitado, acatado, e mantido pela Igreja, porque, além de proceder de Deus, ainda está em vigor. Ademais, vigorará até que o Reino de Deus (refiro-me ao Reino Milenar) se estabeleça na Terra, quando então Deus firmará a sétima dispensação com as nações remanescentes, isto é, com as nações que sobreviverem à grande tribulação que está por vir. E não estou só, quanto a esta corrente teológica; antes, sou ombreado por teólogos de grande envergadura. Só para citar um exemplo, tenho por parceiro o erudito Lawrence Olson, supracitado. São dele estas palavras:

É notável que desde o tempo de Noé nunca mais tem Deus tratado com alguém que represente a raça humana em sua totalidade, entregando-lhe novos termos duma aliança afeta a toda a humanidade. Por isso, desde os dias de Noé e até que chegasse o tempo de Deus dar novas leis à humanidade, essa aliança (com Noé) continuaria em vigor. Só no Milênio, sob o governo de Cristo, haverá outra aliança que substituirá a de Noé (O plano divino através dos séculos. Op. cit., pp. 56-7).

       Todos, independentemente de sermos ou não cristãos, estamos na dispensação do governo humano; e os cristãos (e só os cristãos) estamos na dispensação da graça. Isto prova que: a) Uma pessoa pode estar sob duas ou mais dispensações, ao mesmo tempo; b) Dois contemporâneos podem não estar sob a (s) mesma (s) dispensação (ões); c) Dois contemporâneos podem estar sob uma ou mais dispensações em comum; d) O fato de dois contemporâneos terem dispensações em comum, não os impede de, simultaneamente, estarem debaixo de uma ou mais dispensações não comuns aos dois. Neste último caso se enquadravam os judeus e os gentios, durante a vigência da Lei: estes (e só estes) estavam sob a dispensação do governo humano; e aqueles (e só aqueles) sob a dispensação da Lei, ou seja, na teocracia.



CAPÍTULO VII

 

DEFININDO AS ESCOLAS ESCATOLÓGICAS



       Informei no primeiro capítulo deste opúsculo, que os títulos das principais escolas escatológicas, são: Pré-milenismo dispensacionalistapré-milenismo históricoamilenismo, e pós-milenismo. Este autor é pré-milenista dispensacionalista. Esta última postura teológica se subdivide em três correntes: Pré-tribulacionismoMid-tribulacionismo, e Pós-tribulacionismo. E, quanto a estas três últimas posições teológicas, julgo relevante assumir que opto pelo pré-tribulacionismo.

7.1. Pré-milenismo dispensacionalista pré-tribulacionista

       Nós, os pré-milenistas dispensacionalistas pré-tribulacionistas, somos assim chamados porque, além de crermos nas dispensações, como acima expostas, cremos que o arrebatamento da Igreja ocorrerá antes da Grande Tribulação, que, por sua vez, também precederá o Milênio.
       Em síntese, os dessa escola pregamos o que se segue:

a) As promessas bíblicas, endereçadas a Israel não são, necessariamente, aplicáveis à Igreja. Logo, não há porque espiritualizar o que for literal, nem tomar ao pé da letra o que é simbólico. Sendo assim, as promessas feitas a Israel, acerca do Reino Messiânico, cumprir-se-ão literalmente, aqui na Terra, durante o Milênio, como este autor já expôs no capítulo II, mais precisamente, em 2.5;

b) Inspirados principalmente na passagem bíblica que trata das setenta semanas (Dn 9), pregamos que quando faltavam apenas uma semana (sete anos) para se estabelecer o prometido Reino milenar na Terra, os judeus rejeitaram o Messias, nascendo daí um parêntese na história e propósito de Deus. Este parêntese foi aberto no Pentecostes e se fechará com o arrebatamento da Igreja. O tempo que precede à abertura do parêntese, corresponde a 69 semanas, ou seja, 483 anos. Da duração do espaço de tempo, compreendido entre estes parênteses, que chamamos de Era da Igreja, Dispensação da Graça, e de Dispensação Eclesiástica nada sabemos, por não ter sido revelado aos mortais (Mt 24. 36; At 1. 7). Ao findar a dita Era da Igreja, o “relógio” de Deus, que “parou” em relação ao Seu plano para com Israel, quando este rejeitou o Messias, “voltará” a cronometrar. E, precisamente sete anos após o rapto da Igreja, ou seja, quando da plenitude das setenta semanas, Cristo regressará à Terra, trazendo consigo a Igreja previamente arrebatada (Ap 19. 11,14).
       Não se deve pensar que nós, os pré-milenistas, creiamos que os propósitos de Deus tenham sido malogrados. Não! Cremos que tudo estava na mente de Deus desde a eternidade. O Deus da Bíblia nunca é pego de surpresa. Por conseguinte, Ele sempre soube que as setenta semanas envolviam Milênios, e não, apenas 490 anos. Ele nunca ignorou que os judeus, na plenitude da 69ª semanacrucificariam o Messias, e que, conseqüentemente, se desqualificariam como súditos do prometido Reino, por cujo motivo, um novo povo de Deus, chamado Igreja, constituído de judeus e gentios convertidos a Cristo, tomando as dianteiras, faria na Terra, temporariamente, um relevante trabalho para a glória do Seu nome. Deus sempre esteve ciente de que dentro do período de tempo compreendido pela 70ª semana, os judeus também se converterão, reabilitando-se assim, ao usufruto do Reino que, finalmente será estabelecido sobre toda a Terra.
       São muitas as passagens bíblicas que nos falam da conversão que os judeus experimentarão no final dos tempos. Os capítulos 9-11 da Epístola de Paulo aos Romanos, tratam deste assunto. Paulo chegou a dizer que “todo o Israel será salvo” (Rm 11.26). Neste caso, “todo o Israel” refere-se aos judeus que se converterem a Jesus, no final dos tempos (?) reconhecendo-o como o Messias. E em Rm 11. 25 Paulo nos diz quando essa prometida salvação dos judeus atingirá o seu ápice: “Quando a plenitude dos gentios” [houver] “entrado”. O Senhor Jesus também nos falou da conversão dos judeus. Disse Ele: “Porque eu vos digo que, desde agora, me não vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor” (Mt 23.39).

c) A segunda volta de Jesus se dará em duas fases. Na primeira, Ele não virá à Terra. Antes, parará nos ares, para onde os salvos serão levados, para encontrá-Lo nos ares. Encontrá-lo-emos então, nos ares.

7.2. Pré-milenismo histórico

       Tais quais os pré-milenistas dispensacionalistas, os pré-milenistas históricos também crêem que: a) Jesus voltará antes do Milênio; b) o reinado milenar de Cristo será ao pé da letra e literalmente sobre a Terra; c) antes da volta de Jesus à Terra, acontecerá a evangelização de todo o mundo, a grande apostasia, a grande tribulação, e a manifestação do Anticristo; d) quando Cristo voltar, os salvos que estiverem mortos serão ressuscitados e, a seguir, os vivos serão transformados; e) a vinda de Jesus à Terra porá fim às jactâncias do Anticristo, que será vencido por Jesus; f) nas proximidades da vinda de Jesus, muitos judeus o reconhecerão como o Messias, e serão salvos; g) a sede do reinado de Cristo será Jerusalém, de onde regerá todo o Universo; h) no Milênio, o Templo dos judeus e o sacerdócio serão restaurados; i) o Reino milenar de Cristo não será um estado final, visto que, depois desse Reino, é que terá lugar o Feliz Estado Eterno, quando então serão estabelecidos o Novo Céu e a Nova Terra;j) é após a vitória de Cristo sobre o diabo, que os mortos perdidos serão ressuscitados e lançados no Inferno.

Consideração:
       Do sobredito, está claro que há muito em comum entre nós, pré-milenistas dispensacionalistas, e os pré-milenistas históricos. Que eu saiba, divergimos basicamente num só ponto: acerca das dispensações. Estas são rejeitadas pelos da corrente escatológica em lide. E de que lado está a razão? Bem, creio que o que expus no capítulo VI desta obra, está sobre base sólida. E, se você também pensa assim, sirva-se dos argumentos lá contidos para justificar sua opção pelo pré-milenismo dispensacionalista.

7.3. Amilenismo

       O prefixo a, constante da palavra amilenismo, tem por objetivo negar a literalidade do Milênio. Para os amilenistas, já estamos no Milênio, posto que os mortos salvos já reinam com Cristo no Céu, e os salvos vivos, regidos pela Bíblia e pelo Espírito Santo, já reinam com Cristo na Terra. Logo, o Milênio não é literal, ou seja, não é um período de mil anos ao pé da letra, nem tampouco terreno, mas espiritual e figurativo. Contudo, os amilenistas não negam que Cristo, finalmente, irá governar literal, visível, e eternamente, no Novo Céu e na Nova Terra, que também serão literais.
       O pecado e todo o mal que dele resulta, co-existirão e agravarão progressivamente, até que Cristo volte. Por conseguinte, uma inigualável apostasia e uma tribulação sem precedente, anteciparão a segunda vinda de Jesus. Esta será um evento único e sucederá a manifestação de um homem maligno, identificado como o Anticristo.
       Segundo os amilenistas, a ressurreição se dará numa etapa única. Todos os mortos, quer sejam salvos, quer não, serão ressuscitados, julgados e retribuídos segundo suas obras, donde se infere que uns serão glorificados, e outros condenados.

Consideração:
       Creio que os capítulos II e IV desta obra, provam que o amilenismo não resiste a um confronto com a Bíblia.

7.4. Pós-milenismo

       O título pós-milenismo deriva do fato de que, segundo a corrente teológica que assim se identifica, Jesus Cristo voltará depois do Milênio. Este não é visto como um espaço de tempo literal, de mil anos ao pé da letra, mas sim, de um período de tempo, cuja durabilidade só Deus sabe. Ademais, os dessa escola negam que Cristo vá reinar num trono terreno, em Jerusalém.
       A tendência do mundo, de acordo com os partidários desta linha escatológica, será melhorar paulatinamente até se preparar para o estabelecimento imperceptível, do Milênio. Este, embora não seja literal, será um período maravilhoso. E é em meio a. essas maravilhas por vir, chamadas de Milênio, que se dará a vinda de Cristo, à qual segue-se a ressurreição de todos os mortos, e o juízo geral, isto é, o imediato julgamento de vivos e mortos, quando então, uns irão para o Céu, e outros para o Inferno.

Consideração:
       À luz da Bíblia, a tendência do mundo não será “melhorar paulatinamente”, como o querem os pós-milenistas, mas sim, piorar progressivamente, até que, de repente, Cristo volte à Terra e, abruptamente mude a sorte do nosso planeta, destruindo o sistema político então vigente, imposto pelo Anticristo, e estabelecendo a teocracia em todo o mundo.
       Creio que nos capítulos II e IV deste trabalho, forneci provas cabais de que o pós-milenismo é falso; contudo, julgo oportuno trazer à memória a maiêutica pergunta de Jesus: “Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?” (Lc 18.8). A resposta que esta pergunta traz no seu bojo, é, obviamente, um retumbante “não”. E este “não” tornar-se-á mais sonoro ainda, se, quais bereanos (At 17.11), escrutinarmos a Bíblia, do Gênese ao Apocalipse, sem os “óculos” dos pós-milenistas.

7.5. Pré, Mid, e Pós

       Já me identifiquei como pré-milenista dispensacionalista, o que, entre outras coisas, quer dizer que creio que o arrebatamento da Igreja ocorrerá antes do Milênio. Mas, como sabemos, nós, os pré-milenistas, não convergimos em tudo; antes, estamos fracionados em, pelo menos, três ramificações: Pré-tribulacionismo, mid-tribulacionismo, e pós-tribulacionismo que, respectivamente, passamos a considerar.

7.5.1. Pré-tribulacionismo

       Nós, os pré-tribulacionistas, somos assim identificados porque pregamos que o arrebatamento da Igreja ocorrerá antes da grande tribulação. E dos muitos textos bíblicos que nos impeliram a esta conclusão, exibimos um no capítulo II, a saber, Ap 3. 10.

7.5.2. Mid-tribulacionismo

       Mid-tribulacionistas são os que entendem que a grande tribulação ocorrerá em toda a 70ª semana de anos, devendo a Igreja ser arrebatada à metade deste período. Os tais, geralmente se fundamentam nos trechos bíblicos que mostram os servos de Deus sendo martirizados por causa da fé, durante a grande tribulação, como por exemplo, Ap 13.15; 20.4. Isto, somado a Dn 7.25, que nos diz que os santos serão entregues nas mãos do Anticristo “por um tempo, e tempos, e metade de um tempo”, ou seja, por três anos e meio, faz com que muitos pensem que a Igreja ingressará na grande tribulação, sendo, porém, arrebatada, à metade desse período. E que, portanto, a Igreja passará por três anos e meio de grande tribulação. Mas, se assim fosse, Ap 3.10 teria que dizer assim: “[...] também eu te guardarei de parte da hora (ou metade da hora) da tentação [...]”. Sabemos, porém, não ser este o caso. Contudo, como se explica os textos bíblicos que deveras nos mostram os servos de Deus, aqui, na Terra, desafiando o Anticristo, e sofrendo martírio, durante a grande tribulação? Respondo que já vimos isso nos capítulos II e III, onde fizemos ver que tais mártires não são membros da Igreja, e sim, pessoas que vão se converter na setuagésima semana e, portanto, após o arrebatamento da Igreja.

7.5.3. Pós-tribulacionismo

       Os pós-tribulacionistas entendem que a Igreja passará pela grande tribulação, em cujo ápice se dará o arrebatamento da Igreja ao Céu, bem como a morte dos perdidos. Dessa conclusão, porém, derivam muitas dificuldades. Por exemplo, que fazer com Ap 3.10? A quem tentará o diabo, depois do Milênio, quando ele for solto, se a Igreja estará no Céu, e os ímpios mortos?



CAPÍTULO VIII

 

ENIGMAS ESCATOLÓGICOS



Dentro da Escatologia Bíblica, há pontos que intrigam até os mais entendidos sobre esta disciplina. Só Deus conhece esta matéria (bem como as demais da Bíblia) cabalmente. Estamos, pois, tão-somente apreciando o que Deus nos falou, visto que não fazê-lo seria faltar com a atenção que Lhe é devida.
Dos muitos enigmas escatológicos exarados nas páginas da Bíblia, queremos mencionar (de passagem) uma guerra porvir, antevista nos capítulos 38 e 39 de Ezequiel. Segundo estes dois capítulos, depois da restauração dos judeus à sua pátria (o que já é real desde 1948), uma coalização de nações tentará destruir os judeus e apossar-se de suas terras. Então Deus se levantará contra as tais nações e as destruirá. Até aqui, nenhum enigma. O mistério começa é quando tentamos descobrir se essa batalha ocorrerá antes, ou se após, o arrebatamento da Igreja. Aí nos emudecemos, pois nada nos é dito a respeito.
Embora não possamos precisar o momento dessa guerra, sabemos que ela pode ocorrer a qualquer hora dessas, considerando que, de acordo com o texto em apreço, a referida batalha teria lugar após o reconhecimento de Israel como nação (Ez 38.8,9). Além disso, podemos saber que essa batalha não deve ser confundida com a guerra de que trata Ap 20.7-9, a qual será depois do Milênio. Embora em ambos os casos se faça referência a Gogue e a Magogue, não se trata do mesmo conflito, nem tampouco os atacantes são os mesmos. Quanto à guerra narrada em Ap 20. 7-9, todas as nações do mundo lutarão contra os judeus (Ap 20.8,9); mas naquela, apenas um bloco de nações (Ez 38.5, 6): Pérsia (o atual Irã), Etiópia (sul do Egito), Pute (um país, ou países do norte da África), Gomer (um povo localizado ao norte do mar Negro), Togarma (a Armênia) e Gogue (alguma (s) nação (ões) descendente (s) de Jafé. Esta será a nação promotora e líder da briga.

CONCLUSÃO

Há muitos outros pontos importantes, dentro da Escatologia Bíblica, que não são objeto de estudo neste modesto trabalho. Do próprio título desta obra _ Sinopse, isto é, resumo _ se pode inferir que o presente texto não tem a pretensão de ser reconhecido como um tratado escatológico. O que mais empreendo nesta sinopse, é uma exposição sucinta da ordem cronológica em que ocorrerão os principais fatos escatológicos. Julgo este conhecimento, essencial, aos que querem estudar a Escatologia Bíblica. Quem entende isso, tem menos dificuldades para entender as demais questões escatológicas. Por outro lado, a falta deste conhecimento impede o estudante de Escatologia Bíblica de se situar no tempo e no espaço e, conseqüentemente, a confusão se estabelece. Talvez seja por isso que muitos dos que tentaram entender esta matéria, desistiram espavoridos. Há até os que, além de não quererem saber de estudar a Escatologia Bíblica, ainda induzem outros a também fazerem o mesmo. Certo Pastor me disse que a Escatologia Bíblica é uma paranóia que produz paranóicos.
Sugiro que o leitor prossiga em seus estudos sobre este tão importante tema. Para tanto, opinamos que se leia os livros citados neste trabalho, dos quais fizemos transcrições, bem como inúmeras outras obras afins, elaboradas por autores deveras canônicos.
Alguns dos livros por mim citados na BIBLIOGRAFIA são heréticos. Claro, autores adventistas como Alejandro Bullón e Roy Anderson, dificilmente produziriam algo aproveitável. Cataloguei obras desses heregess apenas porque foram por mim pesquisadas, a título de coletar veneno de cobra para fabricação de antídoto.

                                                                                  Pastor Joel Santana



BIBLIOGRAFIA


ANDERSON, Roy A. Revelações do Apocalipse. São Paulo: Casa Publicadora
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BENTES, Antônio Carlos Gonçalves. Escatologia. Rio de Janeiro: Editora A Raiz.
         1995.

BULLÓN, Alejandro. O terceiro milênio e as profecias do Apocalipse. São Paulo: Casa
         Publicadora Brasileira. 13 ed. 1999.

BLOOMFIELD, Arthur E. Antes da Última batalha. Venda Nova: Editora Betânia. 1 ed.
        1981.

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        s.d.

FERNANDO, Cícero. A agonia dos que ficaram. Rio de Janeiro: Alfalit Brasil,. 1 ed.
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HORTON, Stanley M e. tall. Bíblia de estudo pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD. 1995.

MALGO, Wim. Quem são os 144.000 selados e as duas testemunhas do Apocalipse?
          Porto Alegre: Chamada da Meia-Noite. 1999.

MIRANDA, Valtair Afonso. O que é escatologia? Rio de Janeiro: MK Editora. 2005.

OLIVEIRA, João. O milênio. Rio de Janeiro: CPAD. 1980.

OLIVEIRA, Raimundo Ferreira de. As grandes doutrinas da Bíblia. Rio de Janeiro:
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OLSON, N. Lawrence. O plano divino através dos séculos. Rio de Janeiro: CPAD, 8
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PEARLMAN. Myer. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. Flórida: Editora Vida. 16ª
         impressão. 1991

SANTANA, Joel. Testemunhas de Jeová. Que religião é essa? Rio de Janeiro: Editora
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SANTANA, Joel. “Igreja” Adventista do 7º Dia. Que seita é essa? Rio de Janeiro:
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SILVA, Antonio Gilberto da. Daniel e Apocalipse. Rio de Janeiro: CPAD, 4 ed. 1986.

SILVA, Antonio Gilberto da. O Calendário da Profecia. Rio de Janeiro: CPAD, 5 ed.
        1991.

WHITE, John Wesley. Pensando o impossível. Flórida: Editora Good News. 1 ed. 1992.


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